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Versão Completa: Programação com Lego vence quinta edição do Codebits
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Uma aplicação que usa peças Lego com o objectivo de permitir que crianças consigam fazer programação informática ganhou o primeiro prémio da edição deste ano do Sapo Codebits.

O Codebits, que começou na quinta-feira e terminou este sábado, reuniu cerca de 800 participantes, que se dividiram em equipas para o habitual concurso de desenvolvimento de projectos – as equipas têm 48 horas para criar e apresentar uma ideia. Para além dos prémios (computadores, telemóveis e outros aparelhos), as melhores ideias recebem apoio do Sapo para serem desenvolvidas.

O júri atribuiu o primeiro prémio a uma aplicação móvel que fotografa uma base onde é possível colocar peças Lego e que converte a disposição e cor dessas peças num pequeno programa informático.

O conceito foi trazido ao Codebits pelo programador alemão a viver em Portugal Peter Bouda. O informático Pedro Leite, um dos elementos da equipa de três pessoas que desenvolveu a aplicação, explica que a ideia permite às crianças “usarem algo tangível” para fazerem programação informática (uma tarefa que tradicionalmente envolve escrever código usando linguagens com sintaxe própria).

Na demonstração feita no Codebits, uma sequência de peças Lego foi usada para animar, no ecrã, uma pequena figura também da conhecida marca de brinquedos. As primeiras três peças (duas vermelhas e uma verde) eram usadas para dar a instrução de que a figura devia mover-se para a direita e as três peças imediatamente à frente indicavam quantas vezes esse movimento deveria ser feito. A linha seguinte dava uma nova instrução à figura (por exemplo, saltar). E a linha final pode servir para determinar se a animação pára ou se a sequência é novamente seguida.

O significado atribuído às sequências de peças depende daquilo para que a aplicação que as fotografa tiver sido concebida – uma aplicação pode interpretar três peças vermelhas como uma instrução para emitir um som e outra como uma instrução para mostrar um número. Com este conceito, as peças Lego podem ser usadas para criar imagens animadas, fazer música, construir uma calculadora ou, teoricamente, para qualquer tipo de efeito que se consiga produzir com uma linguagem de programação.

Este processo implica que as crianças – ou alguém por elas – memorize o que significa cada sequência de peças. “As crianças são uma esponja”, afirmou Pedro Leite, mostrando-se confiante de que isto não será um obstáculo à utilização do conceito. Porém, admitiu que, uma vez desenvolvida a tecnologia, ainda é necessária “a killer app” – a expressão tipicamente usada para designar um uso de uma tecnologia que promove significativamente a sua adopção e, eventualmente, a transforma num sucesso comercial.

No último dia do Codebits, que decorreu no Pavilhão Atlântico, em Lisboa, foram mostrados cerca de 80 projectos, com cada equipa a ter 90 segundos para fazer a apresentação, num último esforço para convencer o júri (que acompanhou o trabalho das equipas ao longo dos dois dias) e ainda com o objectivo de conseguir os sete prémios atribuídos pelo público, que podia votar nos projectos no final de cada apresentação.

“O Codebits faz parte da necessidade de o Sapo ter sangue novo”, afirmou, no encerramento do evento, Abílio Martins, administrador do Sapo (que pertence ao grupo PT), referindo-se ao facto de as ideias nascidas no Codebits poderem ser integradas no Sapo ou desenvolvidas em parceria com a empresa. “Vinte destes projectos serão contactados para trabalharem connosco”, adiantou.

Fonte:http://www.publico.pt/Tecnologia/program...ts-1520682
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