Forum Pplware

Versão Completa: Opinião: quem ganha a guerra entre Facebook, Google e Twitter?
Está de momento a ver uma versão reduzida do nosso conteúdo. Ver versão completa com o formato adequado.
Google, Facebook e Twitter estão protagonizar uma disputa aguerrida pelos dados dos utilizadores e pela liderança das redes sociais. Mário Valente explica o que distingue estes três gigantes da Web.

A Guerra das Identidades

Uma discussão que tenho tido com algumas pessoas nos últimos tempos é esta: qual é a razão da rivalidade entre o Google, o Facebook e o Twitter? O que é que a justifica? As valorizações do Facebook e do Twitter fazem sentido?

De facto, aparentemente, as três empresas não concorrem directamente: o Google é bom na pesquisa; a pesquisa do Facebook e do Twitter são horrendas; o Facebook é bom nas interacções em grupo, o Google e o Twitter são fracos; o Twitter é bom nas interacções e na informação em tempo real, o Google e o Facebook são fracos.

É de notar que cada uma destas empresas percebe muito bem as suas fraquezas. O que tem levado a que estas as tentem colmatar: o Facebook aposta na publicidade (com sucesso) e no email (um falhanço) para concorrer com o Google; o Google apostou na criação do Google+ para concorrer com o Facebook e o Twitter (ainda estamos para ver se com sucesso); o Twitter aposta também na publicidade (ainda com fracos resultados) e em melhorar as interacções em grupo (lists), para concorrer com o Facebook e o Google+.

Mas é esta a verdadeira guerra? Há algo mais que a justifique?

Há, na minha opinião: trata-se de ganhar a guerra da identificação de pessoas na Internet. Que pode render biliões.

O problema da identidade na Internet não é novo. Desde o início da sua popularização que ele existe. A questão do anonimato. A sua importância nas compras e nas transacções online. A sua relevância em problemas como a difamação ou a responsabilidade por actos ilegais ou criminais. Foram já tentados vários esquemas e sistemas, sempre com pouca adesão. A resolução desta questão pode render biliões. E é um jogo em que só ganha um. Aquele que tiver mais adesão obtém, para todos os efeitos, um monopólio.

Até há poucos anos, o uso de múltiplas identidades era normal. Cada um de nós tinha (e ainda tem) múltiplos usernames, um para cada serviço. Eu tento sempre apanhar o mvalente mas já falhei alguns: um malandro de um italiano chegou primeiro ao Gmail e eu tive de me contentar com o mfvalente. Para além dos usernames, as passwords para cada um (têm uma password diferente para cada serviço, certo?). E ainda o problema de ter de dar os usernames e passwords a alguns serviços, para a interacções entre os mesmos.

Serviços que foram criados para resolver estes problemas, como o OpenID ou o Oauth, não tiveram, para variar, grande adesão. Nem a Microsoft, com o Passport, actualmente chamado de Live ID, se safou.

Aquilo a que se tem assistido nos últimos 3 ou 4 anos é que cada vez mais os vários serviços na Internet aceitam o registo como utilizador usando apenas o identificador do Google, do Facebook ou do Twitter. Muitos permitem até usar qualquer um deles. Na minha opinião isso será sol de pouca dura e um ficará com a liderança e o potencial monopólio. O Facebook, pelo número de utilizadores atuais, é o que está mais bem posicionado.

Vamos assumir, por uma questão de facilidade de exposição, que é o Facebook. Daqui a 3 ou 4 anos ganhou a guerra e é usado em 99% dos serviços Internet. Usamo-lo para o email; para aceder ao Flickr; para aceder ao Pinterest; para aceder ao Last.FM. Ao Blogger, ao Spotify, ao Steam, à Amazon. A tudo e mais um par de botas...

E subitamente o Facebook decide passar a cobrar pelo serviço de identificação. Baratinho, um (1) euro por ano. Não aos utilizadores. Aos serviços Internet, os que usam o nosso Facebook ID para nos identificar.

Façam-se as continhas. O Facebook tem 900 milhões de utilizadores, são 900 milhões de faturação. Mas cada um de nós usa mais do que um serviço Internet. Digamos que a média são 10 serviços, para facilitar as contas. São 9.000 milhões de faturação (sem contar com as receitas de publicidade). O Facebook vai fazer um IPO de 10% das ações, num total de 10.000 milhões, estando a empresa avaliada em 100.000 milhões. Ou seja, a faturação anual do Facebook seria praticamente igual ao valor disperso em bolsa. Bate certo. Tomara muitas empresas grandes estarem nessa situação.

Se o Facebook resolvesse faturar 1 por utilizador por mês, é fazer as contas, basta multiplicar por 12.

Fonte:http://exameinformatica.sapo.pt/blogues/...z1v3kG8eM9
gostei bastante do comentário do Luis migual Sequeira
Citar:E enquanto isso não acontece, lá vão vendendo anúncios e bases de dados com perfilagem dos clientes. Não é um mau negócio, não senhora.

Do ponto de vista tecnológico, isto pouco me preocupa. Acho bem que façam uma pipa de massa a vender serviços de identidade. Mas a nível social e legal acho isto altamente perigoso: estamos a entregar a nossa identidade a uma empresa privada que (se tiver 99% de quota de mercado, que não é implausível) não está sob controle de nenhum estado (excepto vagamente sob "controle" do sistema judiciário americano — podemos processá-los mas pouco mais). No entanto, há países — como a Austrália — que já servem as notificações dos tribunais via Facebook, porque dizem que as pessoas já não lêem os emails. Ora quando isto acontece significa que é efectivamente o Facebook que controla a relação entre os estados, os governos, e os seus cidadãos — mas não é, por sua vez, controlado por estes. Quando tiver 99% de quota de mercado, será tarde de mais — os estados perderão de vez a capacidade de gerir a identidade dos seus cidadãos, e estes perdem toda e qualquer capacidade de exercerem os seus direitos constitucionais relativamente à privacidade dos seus dados. Não vão ter hipótese, porque a legislação nos seus países de origem não os "protege" contra o Facebook.

Conclusão: pessoas como o jfacosta, que não usam o Facebook hoje, não vão ter outro remédio senão serem "obrigados" a fazê-lo daqui por 3, 4 anos, e depois será tarde demais: já estará tudo nas mãos do Facebook, que controlará todas as interacções de todos os governos do mundo com os seus cidadãos.

Pessoalmente o que me chateia é que se passaram décadas a tentar evitar que os governos e os estados tivessem controle total sobre a identidade das pessoas, criou-se excelente legislação para lidar com isto (tal como a regulamentação europeia das bases de dados com informação dos cidadãos europeus), deram-se excelentes passos para evitar que os estados caíssem na tentação de se tornarem "Big Brothers"... e depois? Havendo um "vazio" legal e uma oportunidade, as empresas privadas tomaram conta do recado, e estão "acima da lei" (porque os serviços que prestam são de adesão voluntária... e estão fora do alcance da legislação da maioria dos países do mundo).

Mas podes ir ainda mais longe. Tanto o Facebook, como a Google, como o Twitter já acrescentam a localização do utilizador — seja quando fazem posts via telelé, seja quando se ligam via rede fixa. É certo que isto é (actualmente) contornável, mas já requer algum conhecimento técnico. A informação da localização bastante precisa de mil milhões de pessoas no mundo, associada à precisão da identidade dos mesmos, tem um valor gigantesco. Mas também significa que deixámos de perder a capacidade de espirrar em nossa casa sem que essas empresas saibam precisamente quem somos, onde estamos, e quando é que espirrámos. Nem o "1984" de George Orwell previa cenários tão terríveis; havia hipóteses de "escapar" às câmaras do Big Brother. Com a actual tecnologia, e com toda a gente com um smartphone no bolso constantemente a actualizar a informação das pessoas, isto é um cenário bem mais terrível do que o de George Orwell — especialmente porque se podem derrubar governos com revoluções, mas não se podem derrubar empresas.

Pode-se, isso sim, legislar sobre o que as empresas estão ou não autorizadas a fazer. Mas o exemplo da Microsoft nos anos 90 — que preferia pagar multas de um ou dois milhões de dólares diários a remover o Internet Explorer do Windows — pode encorajar estes gigantes da informática a pura e simplesmente ignorarem as multas e decisões de tribunal para poderem evitar a legislação dos vários países. Quando se ganha 900 milhões de Euros por ano (mais 1.2 mil milhões em anúncios), pode-se dar ao luxo de pagar um ou dois milhões de Euros de multa *por dia* e mesmo assim ainda se ser lucrativo.

Ler mais: http://exameinformatica.sapo.pt/blogues/...z1v3oTbhz4
Sem dúvida alguma em conforme concordo, infelizmente dai até mudar a mentalidade das pessoas...
Os sites que ficaram a ver o Facebook passar

Em Agosto de 2006, a revista americana Business Week colocava na capa a fotografia de um jovem sorridente. O título era “Como este miúdo fez 60 milhões em 18 meses”.

Kevin Rose, o fotografado, tinha 29 anos e era o fundador do site Digg. A capa da revista descrevia-o como o líder de uma nova geração de empreendedores de Silicon Valley.

O Digg, um site lançado em 2004, era na altura um fenómeno de enorme popularidade. Incorporava o conceito de conteúdo gerado pelos utilizadores que atraía investidores para as start-ups da chamada Web 2.0.

O Digg conseguiu sucesso ao permitir aos utilizadores submeterem conteúdos que encontravam na Internet e votar naqueles de que mais gostavam – se um determinado conteúdo tivesse votos positivos suficientes, ia parar à primeira página. Era frequente os sites mais pequenos a quem isso acontecia irem abaixo com a avalanche de visitantes vindos do Digg. Havia empresas cujo negócio era fazer com que os conteúdos dos clientes chegassem à cobiçada primeira página.

O Digg parecia destinado a uma compra multimilionária ou a uma entrada em bolsa fulgurante. Não aconteceu nem um, nem outro. Depois de alguns namoros inconsequentes com vista a possíveis aquisições, o Digg começou a perder o brilho e a ser suplantado por outros sites de partilha de conteúdos – desde concorrentes directos, como o site Reddit, a redes sociais como o Twitter e o Facebook.

O tráfego do Digg começou a cair. Em 2008, registava prejuízos. Kevin Rose acabou por abandonar a empresa e trabalha agora para o Google. O Washington Post contratou na semana passada 15 engenheiros do Digg – um dos últimos pregos no caixão. A capa da Business Week é hoje conhecida como um exemplo de jornalismo sobre-entusiasta.

Estrelas que desapareceram

O Digg é apenas um dos muitos sites baseados na ideia da Web social, que em meados da década passada tiveram um momento de estrelato e acabaram por ver projectos como o Facebook (e, numa escala diferente, o Twitter) passar por eles, apanhar os utilizadores e os milhões de investimento, e seguir viagem.

O Facebook, apesar de problemas de privacidade e de dificuldades assumidas em rentabilizar os 900 milhões de utilizadores, está prestes a fazer uma oferta pública de venda que, de acordo com as indicações de preço mais recentes, fará a empresa ultrapassar uma valorização bolsista de 100 mil milhões de dólares.

Um dos exemplos mais conhecidos de estrelas da rede social que acabaram decadentes é o MySpace, em tempos concorrente directo do Facebook.

Em Janeiro do ano passado, o MySpace despediu quase metade dos pouco mais de mil funcionários. Em Julho, o site, com cerca de 35 milhões de utilizadores, foi comprado por uma quase desconhecida empresa americana de publicidade digital, chamada Specific Media, e pelo artista Justin Timberlake (que também se dedica agora a gerir o projecto). A compra foi de 35 milhões de dólares – 17 vezes menos do que a vendedora News Corporation, de Rupert Murdoch, pagara pelo site em 2005.

O MySpace é agora um site centrado em conteúdos musicais, tendo desistido completamente de concorrer com o Facebook.

Antes do Facebook e do MySpace, havia já a rede social Friendster, lançada em 2002. Apesar de ter atraído a atenção dos utilizadores e dos media, nunca conseguiu a popularidade para se destacar. Acabou comprada por um grupo malaio e transformada num portal de jogos online.

Também longe dos tempos áureos está o Hi5, em tempos a rede social mais popular entre os portugueses e provavelmente a que primeiro disseminou em Portugal a ideia de partilhar pedaços da vida com um grupo de amigos online – e também um destino popular para fotografias de raparigas adolescentes pouco vestidas, num fenómeno que chegou a dar origem a blogues portugueses que compilavam este género de imagens.

No ano passado o Hi5 despediu pessoas e anunciou que ia transformar-se numa plataforma de jogos. Hoje, mistura o conceito de rede social, com o de jogos na Internet e site de encontros. E exibe muitas fotografias de jovens em poses pretensamente sensuais. Está praticamente remetido ao esquecimento e adoptou a máxima do "se não podes vencê-los, junta-te a eles": logo na primeira página, como técnica para captar utilizadores, o Hi5 permite fazer login com a conta do ex-rival Facebook.

Fonte:http://www.publico.pt/Tecnologia/os-site...6396?all=1
Britânico condenado a um ano de prisão por roubar conta de Facebook

Um jovem britânico de 21 anos foi condenado a um ano de prisão por ter roubado a conta do Facebook de outra pessoa

O caso remonta a Janeiro de 2011 quando Gareth Crosskey, um cidadão britânico de 21 anos, conseguiu aceder sem autorização à conta de Facebook da vítima, assim como a uma das suas contas de e-mail, revela a Metropolitan Police em comunicado.

A vítima, um utilizador norte-americano da rede social não identificado, resolveu fazer queixa ao FBI e na sequência da investigação as autoridades americanas concluíram que o ataque teve origem no Reino Unido.

Mais tarde a investigação foi parar às forças policiais britânicas especializadas em criminalidade informática, que chegaram ao nome de Gareth Crosskey.

O jovem acabou por ser detido no passado mês de Julho pela polícia do Reino Unido por violação da lei de uso indevido de computador e admitiu ser culpado numa das primeiras audiências.

O julgamento de Gareth Crosskey chegou ao fim esta semana com uma condenação de um ano de prisão para o jovem.

Na mesma nota emitida a propósito deste caso a Metropolitan Police afirma que a unidade de crimes informáticos «está a trabalhar para identificar e trazer à justiça os responsáveis por este tipo de ofensas», considerando que «o resultado de hoje deverá servir como dissuasão para quaisquer indivíduos que pensem em participar neste tipo de actividade criminal».

Fonte:http://sol.sapo.pt/inicio/Tecnologia/Int...t_id=49666
URL's de Referência