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Versão Completa: Visão Robótica
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A Robótica Industrial, no sentido mais lato do desenvolvimento de robôs pela indústria, para ambientes fabris mas também para uso doméstico, em hospitais e escritórios, e espaços públicos, está a registar um desenvolvimento assinalável nos últimos tempos. As universidades, os institutos de investigação e algumas pequenas e médias empresas nacionais já estão a seguir este caminho. Aguarda-se agora pelas grandes empresas. São elas o motor do desenvolvimento nacional e é delas também a responsabilidade pelo futuro do país.

A Robótica Industrial, no sentido mais lato do desenvolvimento de robôs pela indústria, para ambientes fabris mas também para uso doméstico, em hospitais e escritórios, e espaços públicos, está a registar um desenvolvimento assinalável nos últimos tempos. O último relatório da International Federation of Robotics, comparando dados de 2011 com 2010, regista uma subida de 38% na venda de robôs industriais, e de 9% na de robôs profissionais de serviços. Nestes últimos, destaca-se uma subida de 15% do número de vendas dos robôs para uso doméstico e pessoal, correspondente a uma subida de 19% do respectivo valor vendido.
A reacção positiva da robótica profissional à crise internacional está alicerçada na inovação constantemente introduzida nos produtos disponibilizados. Temos vindo a assistir a uma explosão de soluções (quase-)comerciais que há poucos anos estavam no domínio da ficção científica. Bons exemplos disto são o carro autónomo da Google ou o robô de manufactura Baxter da nova empresa Rethink Robotics. Estes e outros casos de sucesso resultam frequentemente de colaborações sólidas e transferência de tecnologia entre as empresas e as universidades. A Google recrutou Sebastian Thrun, então um distinto jovem professor da Universidade de Stanford, após este ter vencido a DARPA Grand Challenge em 2005 com um Volkswagen modificado capaz de navegação autónoma em pistas no deserto. A Rethink Robotics é a nova aposta do investigador e professor do MIT Rodney Brooks, fundador da actual maior empresa de robótica de serviços do mundo, a iRobot.

Na Europa, e em Portugal em particular, a vontade e a capacidade de levar adiante estes desafios é historicamente limitada e piorou com a crise económica e financeira. Mesmo assim, há sinais positivos. A Comissão Europeia e instituições industriais e académicas acordaram levar por diante uma Parceria Público-Privada (PPP - designação tabu no Portugal dos nossos dias) em 2013, visando aumentar a influência das empresas europeias no mercado internacional da robótica, que já representa um valor anual de 15.500 milhões de euros. Um memorando de entendimento foi assinado em Bruxelas no passado dia 18 de Setembro e algumas instiuições portuguesas fazem parte dos fundadores. Em Portugal assiste-se ao nascimento, a um ritmo muito interessante, de novas PMEs que utilizam conceitos de robótica para desenvolver sistemas autónomos espaciais, aéreos, terrestres e marinhos, aplicados às mais diversas áreas. A adesão de Portugal à ESA foi fulcral neste recrudescer de novas empresas, projectos e produtos, e espanta saber-se que há hesitações governamentais em manter a contribuição nacional para as actividades da Agência Espacial Europeia.

Todos sabemos que o nosso país atravessa um momento muito complicado da sua História. Mas também todos sabemos que só sairemos destes problemas qualificando os portugueses e criando tecnologias inovadoras que sejam exportáveis pela sua competitividade internacional. Infelizmente, ao mais alto nível, há quem pense que há uma alternativa melhor, consistindo em baixar salários e mandar os nossos jovens mais qualificados e empreendedores para o estrangeiro. Esta atitude corrente do nosso sector público, potenciando um retrocesso civilizacional, cria uma oportunidade, há muito adiada, para o sector privado assumir a liderança, abandonando a dependência do financiamento do Estado e investindo no emprego qualificado, na transferência de tecnologia, na inovação e no risco de apostar em projectos visionários e a longo prazo. A robótica, pela sua multi-disciplinaridade, é uma aposta por excelência desse tipo. Não só os produtos "robóticos" aumentam a sua parcela de mercado, como referi no início deste texto, como o conhecimento técnico exigido aos profissionais da área permite desenvolver uma miríade de produtos que podem ter pouco a ver com robôs no sentido vulgar do termo. As universidades, os institutos de investigação e algumas pequenas e médias empresas já estão a seguir este caminho. Aguarda-se agora pelas grandes empresas. São elas o motor do desenvolvimento nacional e é delas também a responsabilidade pelo futuro do país.

Fonte:http://expresso.sapo.pt/visao-robotica=f...z2ASIhjn4v
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