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Versão Completa: Sendo verdade...
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Então basicamente estamos na mesma página, embora eu não tenha sido tão eloquente, prosado e teórico como tu.

O que tu disseste, está bem correcto e serviria na perfeição para a tal disciplina que apregoas. O problema é a prática, pois está mais que provado que cá em Portugal as coisa funcionam praticamente ao contrário, e a história repete-se vezes sem conta. Será dos maus gestores que tinhamos antigamente? Neste momento, essa geração de maus gestores praticamente já não existe, mas boa gestão neste país é irrisória, e com o exemplo do nosso "adorado" governo talvez se entenda.

Esta medida até nem é má pensada, mas a maneira que a querem implementar é que está errada.
Cortar na TSU para as empresas sim, mas por exemplo uma boa medida era escalonar isto em relação a criação real de emprego: empregados novos teriam um desconto maior, progressivamente com o tempo de trabalho. Mas novamente, conhecendo o país, de 6 em 6 meses teríamos empregados novos nas empresas. E os antigos não teriam este desconto e consequentemente despedidos. E isto é a "rotação" de empregos que o governo pretende, ve-se lá fora e vai apregoando, o grande problema é novamente ser Portugal, as "coisas" não funcionam da mesma maneira.

Quanto a tua frase final, correctíssimo, DINHEIRO GERA DINHEIRO, tão simples mas eles não entendem.
Não creio que tenha sido teórico, os números estão lá e são corretos...no entanto como tu dizes e é tenho de concordar são os maus gestores...

Eles ainda hoje existem, esta nova geração de gestores são tão maus ou piores que os anteriores e assim continuará até que se caia na total "desgraça" e se consiga perceber que se tem de fazer as coisas de outra forma.

Já aqui referi isto centenas de vezes e até quase me chamaram de maluco...mas aqui só conseguimos ver o lucro a curto prazo...seja empresas, funcionários, desempregados e até mesmo o Governo.
Este é mais um exemplo disso, do género do vamos lá cobrar 18% ao invés de 11% aos funcionários para podermos tirar as empresas a mesma carga...

Do ponto de vista do empresário que olha para o lucro a curto prazo, esta medida é excelente...afinal de contas vais poupar uns trocos com cada funcionário todos os meses...mas quando se aperceberem das consequências desse lucro a longo prazo...
O mesmo se passa com todos nós, de uma forma geral e felizmente não sendo todos, o que importa é o hoje, o amanhã que se lixe.

Do que referes de ser cá, não te preocupes que fora de Portugal é igual...só muda o idioma em alguns casos.


Do ultimo comentário, eles perceber até percebem, só que a solução que nós falamos só vai dar lucro a médio/longo prazo.
Subscrevo.

Estamos da maneira que estamos muito por causa do lucro rápido, querem ganhar tudo de uma vez e muitos estão agora na penúria. Isto viu-se muito bem quando entrou a moeda única: praticamente em todos os produtos o preço dobrou do que era em escudos, muita gente refugiando-se na ignorância da conversão que o povo fazia dobrou literalmente os preços. O caso mais flagrante e corriqueiro é o de um café/bica/cimbalino. No entanto, o dinheiro que entra nos bolsos não dobrou Mr Green

Esta suposta crise pelo menos tem uma coisa de positivo: coloca a vista esses fracos gestores e respectivas empresas "fracas" que vão á falência pelas razões ditas, e sobrevivem as poucas que tem bases sólidas estabelecidas.
Sim isso acontece, e lembra-te também que em tempo de crise é que surgem as melhores oportunidades...é no momento em que tudo se inverte, ricos passam a pobres e vice-versa.

C'est lá vie.

Outro dos problemas que temos, e que vem de encontro aquilo que referimos do lucro rápido, é o acesso ao financiamento...
Quero comprar isto...não tenho dinheiro, não faz mal...peço um crédito...

Amanhã posso pagar?Não importa, o que importa é que hoje tenho isto.

A juntar a isto tens a questão das empresas que viviam através do financiamento...já deviam de ter falido a muito tempo mas houve sempre alguém que financiou a empresa em questão para que ela pudesse durar mais 2/3/5 anos...

Agora isso também está a acabar, o acesso ao financiamento é cada vez mais difícil.
(11-09-2012 23:51)RaCcOn Escreveu: [ -> ]
(11-09-2012 18:33)Progster Escreveu: [ -> ]Eu concordo com o @JPedrosa, e apesar de perceber o que queres dizer, para quem ganha e de acordo com o teu exemplo 100000€ é muito mais fácil de suportar do que quem ganha 1000€.

Verdade que pode, mas e porque vivemos numa sociedade justa, todos temos de contribuir exactamente da mesma forma, logo quer ganhes 1000 ou 1000000 deverás contribuir exactamente com o mesmo. Wink

Achas mesmo que ainda vivemos numa sociedade justa?... Wink

Não é isso que se vê pois não? Wink

Entre outras situações:

- Quem tem baixos rendimentos vai perder bem mais do que um salário.
- Quem está a recibos verdes vai passar a descontar ainda mais.

Onde é que isto é justo? Qual é a qualidade de vida destas pessoas?. Smile

(11-09-2012 23:51)RaCcOn Escreveu: [ -> ]Baixar a carga de impostos que as empresas tem é excelente do ponto de vista económico, no entanto não é desta forma...deixam de pagar uns para pagar os outros...

Pelas tuas próprias palavras não vivemos numa sociedade justa. Smile

(11-09-2012 18:59)LoRDByRon Escreveu: [ -> ]Pensam que os "anjinhos" das empresas grandes irão criar mais emprego e não meter ao bolso este "desconto". Que ingénuos...

Definitivamente isto não vai criar emprego, muito pelo contrário.
Economia portuguesa não sobrevive só com austeridade, avisa chefe da missão do FMI

Não foi por exigência da "troika" que o Governo decidiu aumentar a contribuição dos trabalhadores para a Segurança Social e baixá-la para as empresas. O chefe da missão do FMI garante que a ideia foi do Executivo. Em entrevista ao Público, Abebe Selassie diz ainda que a economia não vai sobreviver se só houver austeridade e que a simples redução dos salários não vai resolver o problema da crise.

"Sempre disse que era muito importante ter uma melhoria da produtividade e uma contenção salarial. Mas se houver apenas austeridade, a economia não vai sobreviver. É imperativo que tenhamos também reformas que melhorem a produtividade. Boa parte do esforço do programa é nesse sentido. Resolver o problema da competitividade simplesmente reduzindo os salários não vai resultar", afirmou.

Abebe Selassie deslocou-se a Portugal no âmbito da quinta avaliação da 'troika' (Comissão Europeia, Banco Central Europeu e Fundo Monetário Internacional) ao plano de ajustamento da economia portuguesa, concluída na terça-feira, de que resultou um adiamento das metas para reduzir o défice.

O Governo anunciou, entretanto, novas medidas de austeridade, incluindo a redução da Taxa Social Única (TSU) paga pelas empresas e o aumento das contribuições dos trabalhadores para a segurança social.

Na entrevista ao Público, Abbe Selassie negou que a redução da TSU tenha sido uma exigência da 'troika' para conceder mais um ano ao plano de ajuda a Portugal.

Houve várias medidas orçamentais discutidas no âmbito do Orçamento do Estado (OE) de 2013. A Taxa Social Única foi uma delas. Mas, não, não foi nenhuma condição para mais nada. Foi uma ideia posta sobre a mesa. Achamos que é razoável e apoiamo-la", afirmou.

Segundo Selassie, o Governo decidira anteriormente não avançar com o corte da TSU, mas a ideia foi retomada "na sequência da decisão do Tribunal Constitucional sobre os cortes dos subsídios".

Selassie disse também que a 'troika' está convencida de que esta medida "irá suportar a procura de emprego", embora reconhecendo que terá impacto sobre os rendimentos disponíveis.

"Imagino que esta seja uma das medidas mais difíceis que o Governo já tomou até aqui. E insisto: nesta conjuntura, qualquer outra medida que tivesse sido tomada teria gerado o mesmo debate", disse.

O chefe da missão do FMI rejeitou que Portugal esteja a ser sujeito a uma experiência económica e disse que o ajustamento orçamental se deve aos "desequilíbrios perigosos que a economia portuguesa acumulou desde 2001".

Sobre a possibilidade de o PS votar contra o Orçamento de Estado, Selassie disse que "a base alargada de consenso social e político é importante", mas que se trata de "uma questão de política doméstica interna".

"Vemos o programa a correr bem até ao momento. Portugal ganhou credibilidade crescente pela forma como o programa foi implementado", acrescentou.

Fonte:http://sicnoticias.sapo.pt/economia/2012...sao-do-fmi

Cá está mais uma vez o dito por não dito...
Citar:Descobri este texto de uma portuguesa de 32 anos, uma cidadã que diz o que sente e pensa a partir da sexta-feira passada. É um texto impressionante, que vivamente recomendo. Leiam, por favor, até ao fim.


"Vão-se foder.
Na adolescência usamos vernáculo porque é “fixe”. Depois deixamo-nos disso. Aos 32 sinto-me novamente no direito de usar vernáculo, quando realmente me apetece e neste momento apetece-me dizer: Vão-se foder!
Trabalho há 11 anos. Sempre por conta de outrém. Comecei numa micro empresa portuguesa e mudei-me para um gigante multinacional.
Acreditei, desde sempre, que fruto do meu trabalho, esforço, dedicação e também, quando necessário, resistência à frustração alcançaria os meus objectivos. E, pasme-se, foi verdade. Aos 32 anos trabalho na minha área de formação, feliz com o que faço e com um ordenado superior à média do que será o das pessoas da minha idade.
Por isso explico já, o que vou escrever tem pouco (mas tem alguma coisa) a ver comigo. Vivo bem, não sou rica. Os meus subsídios de férias e Natal servem exactamente para isso: para ir de férias e para comprar prendas de Natal. Janto fora, passo fins-de-semana com amigos, dou-me a pequenos luxos aqui e ali. Mas faço as minhas contas, controlo o meu orçamento, não faço tudo o que quero e sempre fui educada a poupar.
Vivo, com a satisfação de poder aproveitar o lado bom da vida fruto do meu trabalho e de um ordenado que batalhei para ter.
Sou uma pessoa de muitas convicções, às vezes até caio nalgumas antagónicas que nem eu sei resolver muito bem. Convivo com simpatia por IDEIAS que vão da esquerda à direita. Posso “bater palmas” ao do CDS, como posso estar no dia seguinte a fazer uma vénia a comunistas num tema diferente, mas como sou pouco dado a extremismos sempre fui votando ao centro. Mas de IDEIAS senhores, estamos todos fartos. O que nós queríamos mesmo era ACÇÕES, e sobre as acções que tenho visto só tenho uma coisa a dizer: vão-se foder. Todos. De uma ponta à outra.
Desde que este pequeno, mas maravilhoso país se descobriu de corda na garganta com dívidas para a vida nunca me insurgi. Ouvi, informei-me aqui e ali. Percebi. Nunca fui a uma manifestação. Levaram-me metade do subsídio de Natal e eu não me queixei. Perante amigos e família mais indignados fiz o papel de corno conformado: “tem que ser”, “todos temos que ajudar”, “vamos levar este país para a frente”. Cheguei a considerar que certas greves eram uma verdadeira afronta a um país que precisava era de suor e esforço. Sim, eu era assim antes de 6ª feira. Agora, hoje, só tenho uma coisa para vos dizer: Vão-se foder.
Matam-nos a esperança.
Onde é que estão os cortes na despesa? Porque é que o 1º Ministro nunca perdeu 30 minutos da sua vida, antes de um jogo de futebol, para nos vir explicar como é que anda a cortar nas gorduras do estado? O que é que vai fazer sobre funcionários de certas empresas que recebem subsídios diários por aparecerem no trabalho (vulgo subsídios de assiduidade)?… É permitido rir neste parte. Em quanto é que andou a cortar nos subsídios para fundações de carácter mais do que duvidoso, especialmente com a crise que atravessa o país? Quando é que páram de mamar grandes empresas à conta de PPP’s que até ao mais distraído do cidadão não passam despercebidas? Quando é que acaba com regalias insultosas para uma cambada de deputados, eleitos pelo povo crédulo, que vão sentar os seus reais rabos (quando lá aparecem) para vomitar demagogias em que já ninguém acredita?
Perdoem-me a chantagem emocional senhores ministros, assessores, secretários e demais personagem eleitos ou boys desta vida, mas os pneus dos vossos BMW’s davam para alimentar as crianças do nosso país (que ainda não é em África) que chegam hoje em dia à escola sem um pedaço de pão de bucho. Por isso, se o tempo é de crise, comecem a andar de opel corsa, porque eu que trabalho há 11 anos e acho que crédito é coisa de ricos, ainda não passei dessa fasquia.
E para terminar, um “par” de considerações sobre o vosso anúncio de 6ª feira.
Estou na dúvida se o fizeram por real lata ou por um desconhecimento profundo do país que governam.
Aumenta-me em mais de 60% a minha contribuição para a segurança social, não é? No meu caso isso equivale a subsídio e meio e não “a um subsído”. Esse dinheiro vai para onde que ninguém me explicou? Para a p*ta de uma reforma que eu nunca vou receber? Ou para pagar o salário dos administradores da CGD?
Baixam a TSU das empresas. Clap, clap, clap… Uma vénia!
Vocês, que sentam o já acima mencionado real rabo nesses gabinetes, sabem o que se passa no neste país? Mas acham que as empresas estão a crescer e desesperadas por dinheiro para criar postos de trabalho? A sério? Vão-se foder.
As pequenas empresas vão poder respirar com essa medida. E não despedir mais um ou dois.
As grandes, as dos milhões? Essas vão agarrar no relatório e contas pôr lá um proveito inesperado e distribuir mais dividendos aos accionistas. Ou no vosso mundo as empresas privadas são a Santa Casa da Misericórdia e vão já já a correr criar postos de trabalho só porque o Estado considera a actual taxa de desemprego um flagelo? Que o é.
A sério… Em que país vivem? Vão-se foder.
Mas querem o benefício da dúvida? Eu dou-vos:
1º Provem-me que os meus 7% vão para a minha reforma. Se quiserem até o guardo eu no meu PPR.
2º Criem quotas para novos postos de trabalho que as empresas vão criar com esta medida. E olhem, até vos dou esta ideia de graça: as empresas que não cumprirem tem que devolver os mais de 5% que vai poupar. Vai ser uma belo negócio para o Estado… Digo-vos eu que estou no mundo real de onde vocês parecem, infelizmente, tão longe.
Termino dizendo que me sinto pela primeira vez profundamente triste. Por isso vos digo que até a mim, resistente, realista, lutadora, compreensiva… Até a mim me mataram a esperança.
Talvez me vá embora. Talvez pondere com imensa pena e uma enorme dor no coração deixar para trás o país onde tanto gosto de viver, o trabalho que tanto gosto de fazer, a família que amo, os amigos que me acompanham, onde pensava brevemente ter filhos, mas olhem… Contas feitas, aqui neste t2 onde vivemos, levaram-nos o dinheiro de um infantário.
Talvez vá. E levo comigo os meus impostos e uma pena imensa por quem tem que cá ficar.
Por isso, do alto dos meus 32 anos digo: Vão-se foder"

Fonte
Apoiado.
E sai uma vénia. Smile
Parei de ler na parte de "Nunca fui a uma manifestação. Nunca me insurgi."

Agora que lhe apertam os calos é que diz alguma coisa. Mais do mesmo, falam falam, fazer alguma coisa tá quieto. Não que as manifs como são feitas em Portugal sirvam para alguma coisa. É apenas mais um "abutre" ou talvez "papagaio" que aparece com a crise e medidas que lhe tocam. Quando a poeira assenta, desaparecem.

Estranho é o "género" do autor do texto: dizem que vem duma cidadã, trata-se no masculino, fala no feminino.
Também apanhei esse pormenor, mas e em todo o caso... sai outra vénia. Big Grin

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