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Sendo verdade... - Versão de Impressão

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RE: Sendo verdade... - nioxys - 04-11-2011 17:50

(04-11-2011 17:38)Progster Escreveu:  
(04-11-2011 16:16)nioxys Escreveu:  (...)
O que relataste aqui é transversal a toda a nossa sociedade, infelizmente não acontece apenas na classe politica.

A nossa sociedade precisa de uma reciclagem, é preciso cortar algumas raízes e acabar com muitas "tradições".

Até pode ser o caso, mas são estes tipos que... "pedem" sacrificios, atrás de sacrificios, apertões de cinto, etc,etc,etc...

Concordo é preciso acabar com muitas "tradições"..., mas que sejam eles os primeiros a dar o exemplo para variar.

Sim, são eles que pedem sacrifícios e são eles que deviam dar o exemplo, concordo contigo.
Mas eu estava a referir-me mais especificamente aos "jobs for the boys", uma vez que o "factor C" é algo recorrente na nossa sociedade.


RE: Sendo verdade... - progster - 04-11-2011 18:06

(04-11-2011 17:50)nioxys Escreveu:  (...)
Mas eu estava a referir-me mais especificamente aos "jobs for the boys", uma vez que o "factor C" é algo recorrente na nossa sociedade.

Tongue

Quase todos os dias encontro o "factor C", e como não tenho ninguém que o meta por mim, aliás nem quero pois prefiro ser tomado em conta pelo meu trabalho, levo um "chuto", ficando os melhores trabalhos para quem tem esse "privilégio".


RE: Sendo verdade... - nioxys - 04-11-2011 18:14

(04-11-2011 18:06)Progster Escreveu:  Tongue

Quase todos os dias encontro o "factor C", e como não tenho ninguém que o meta por mim, aliás nem quero pois prefiro ser tomado em conta pelo meu trabalho, levo um "chuto", ficando os melhores trabalhos para quem tem esse "privilégio".

Eu sei o que isso é.....
Depois ainda há a questão dos rótulos... És rico, és pobre, filho deste ou daquele, estudaste aqui ou ali.. etc


RE: Sendo verdade... - BladeRunner - 04-11-2011 18:49

(04-11-2011 16:16)nioxys Escreveu:  
(03-11-2011 12:39)BladeRunner Escreveu:  Verdadeiras reformas dos políticos não aparecem nos jornais

Joaquim Pina Moura ganhava, em 1994, 23 mil euros por ano. Entrou no governo e os seus rendimentos mais do que duplicaram. Natural, as suas responsabilidades também. Mas foi depois de sair da política que mudou de vida. Em 2003, um ano depois de sair do governo, ainda só recebia 172 mil euros por ano. Mas, em 2006, já como presidente da Iberdrola (depois de ter a pasta da economia, onde tomou decisões fundamentais para as empresas de energia), os seus rendimentos anuais eram de 700 mil euros por ano. Em doze anos aumentaram 2956%.

Jorge Coelho recebia 41 mil euros por ano, em 1994. Quando ocupou cargos executivos, passou a receber menos do dobro. Saiu em 2001 do governo. No início, a coisa não se sentiu muito. Só mais cinquenta mil euros por ano. Mas, passados uns anos, em 2009, já recebia 710 mil euros por ano, à frente da Mota-Engil. Isto, depois de ter sido ministro do Equipamento Social. O ministério que tratava dos negócios com as construtoras. Em 14 anos, o seu rendimento aumentou 1604%.

Armando Vara recebia 59 mil euros por ano em 1994. No governo, aumentou um pouco. Chegou aos cem mil euros em 2000. Saiu do governo e, inicialmente, ficou a perder. Mas só no primeiro ano. Subiu um pouco até 2004. Em 2007, já recebia 240 mil. Em 2009, 520 mil. E em 2010, como administrador do BCP - depois de estar, por nomeação política, na administração do banco do Estado -, 822 mil euros. Em 16 anos, os seus rendimentos aumentaram 1282%.

Não se sabe quanto recebia Dias Loureiro antes de ocupar cargos governativos. Não era, na altuea, obrigatória essa declaração. Mas sabe-se que estava muito longe de ser um homem abastado. Como ministro recebia, em 1994, 65 mil euros. Em 2001 já recebia 861 mil euros. Os seus rendimentos caíram depois. Já o que custou ao País, como se sabe, mede-se em muitos zeros à direita. Em sete anos, os seus rendimentos aumentaram 1225%.

Fernando Gomes recebia, como presidente da Câmara do Porto, 47 mil euros, em 1998. Como ministro, 78 mil euros. Foi em 2009, na GALP, que se deu uma súbita ascensão social: 515 mil euros anuais. E, no ano seguinte, 437 mil. Em 12 anos, o seu rendimento aumentou 975%.

António Vitorino recebia, antes de entrar no governo, 36 mil euros. Como ministro, 71 mil. Depois de sair do governo, 371 mil. Rendimentos que, com altos e baixos, foi mantendo: em 2005, recebia 383 mil euros. Em 11 anos, os seus rendimentos aumentaram 962%. Um caso de súbita competência na advocacia.

Aumentos desta amplitude só poderiam ser explicados por extraordinários casos de sorte ou por, como políticos, estes senhores terem revelado invulgares capacidades de gestão. Quando se repete um padrão torna-se difícil falar de sorte. Quanto à competência, cada um fará a avaliação que entender da maioria dos ministros que tivemos. Incluindo os casos referidos. E note-se que na maioria dos casos o currículo anterior à entrada num governo não chegaria sequer para ocupar um lugar de quadro intermédio nas empresas que acabam por dirigir.

A verdade é esta: em cargos governativos os ministros criam redes de contactos. Muitas delas alimentadas pelas decisões que tomaram e que lhes garantiram a simpatia de futuros empregadores. Fosse o contrário e dificilmente franqueariam as portas dos maiores grupos económicos.

Nunca devemos esquecer o caso de Joaquim Ferreira do Amaral que, depois de negociar a ruinosa parceria para a construção e exploração da ponte Vasco da Gama, foi dirigir a empresa concessionária, a Lusoponte. Em 15 anos, aumentou os seus rendimentos anuais em 328%. Ainda assim um número humilde, quando comparado com alguns dos seus colegas. Há casos como os de Armando Vara ou Fernando Gomes, em que é o seu partido a colocá-los diretamente nas empresas, sejam elas privadas, públicas ou com participação do Estado. Há outros em que se dedicam ao puro tráfico de influências. E outros em que recebem a recompensa do dinheiro que fizeram o Estado perder em favor de interesses privados.

FONTE: http://www.inverbis.net/sistemapolitico/verdadeiras-reformas-politicos.html

E os rendimentos de quem trabalha? Aumentaram ou diminuíram?
Deixo a pergunta...

Estado esconde pensões vitalícias dos políticos

Os nomes dos políticos que pedem ao Estado a atribuição da pensão mensal vitatícia passaram a ser secretos. Quando a sociedade portuguesa clama por mais transparência, a Comissão Nacional de Protecção de Dados (CNPD), cujo presidente é eleito pelos deputados, considera que a subvenção vitalícia não é uma informação pública. Por isso, a Assembleia da República, que até há pouco tempo divulgava os nomes dos beneficiários dessa regalia, está agora impedida de o fazer.

FONTE: http://www.inverbis.net/sistemapolitico/estado-esconde-pensoes-vitalicias-politicos.html

Isto em Junho... isto demonstra a postura dos tipos que lá andam e que são defendidos por alguns!
Porque quando agora se descobriu algo acerca destes valores... foi por outros "modos".
Mais escandaloso é isto:

Pensão duplica para os políticos

Subvenção vitalícia dos políticos duplica quando o beneficiário completa 60 anos.

Almeida Santos (PS), Manuela Ferreira Leite (PSD-na foto), Narana Coissoró (CDS-PP) e Odete Santos (PCP) recebem a subvenção vitalícia

FONTE: http://www.cmjornal.xl.pt/detalhe/noticias/exclusivo-cm/pensao-duplica-para-os-politicos215548957[hr]
Votem... votem!
Participem deste sistema... ajudem a manter isto!

O que relataste aqui é transversal a toda a nossa sociedade, infelizmente não acontece apenas na classe politica.

A nossa sociedade precisa de uma reciclagem, é preciso cortar algumas raízes e acabar com muitas "tradições".

Até pode ser transversal... mas onde encaixam, então, os trabalhadores... a grande maioria? Ganham assim? Acumulam reformas "pornográficas" como estes tipos?
Será que o comum trabalhador tem acesso a estes tachos? Tem acesso e este tipo de ordenado?
Brincamos?
Estamos a falar de moralidade e equidade! Existe? Eu acho que não!
E todos os dias... todos os dias, temos acesso a notícias deste tipo!
Em contraste... todos os dias, este género de ser anda a pensar onde mais roubar aos trabalhadores!
O tipo à frente do Patronato veio defender o aumento da jornada de trabalho e o diminuir das remunerações!!! Mas isto cabe na cabeça de alguém?
Andam a brincar... e sabes porquê?

[Imagem: cronogramacrise.jpg]

Mais... sabes como se anda a manipular os números do desemprego?
Além do próprio Estado o fazer, de formas já conhecidas...
Grandes Empresas (Soares da Costa, Mota Engil, etc), estão a despedir em massa! Se não sabes, procura a informação... em massa! Mas... esses desempregados não aparecem nos centro de emprego. As Empresas "forçam" o acordo, oferecendo o valor total da indemnização e o total do valor do subsídio de desemprego... evitando assim as inscrições nos centros de emprego!
Quem está à frente desses empresas? Quem..? Pois, basta pesquisar.
Evitam que os números aumentem e protegem o valor das suas acções, cotadas em mercado.


RE: Sendo verdade... - BladeRunner - 05-11-2011 00:01

CML admite reduzir semana a 4 dias de trabalho e limitar recolha de lixo

Em causa está a possibilidade de reduzir a semana de trabalho para quatro dias, com um corte salarial correspondente a 20% do vencimento base e a eliminação ou limitação da recolha do lixo na cidade ao sábado. As medidas constam de um despacho do presidente da Câmara, António Costa, a que o Económico teve acesso.

FONTE: http://economico.sapo.pt/noticias/cml-admite-reduzir-semana-a-4-dias-de-trabalho-e-limitar-recolha-de-lixo_130609.html

E mais uma ponta do "iceberg"... já todos ganham menos, visto tudo estar a aumentar sem vergonha nenhuma, e agora... querem diminuir 20% dos salários a estes trabalhadores... que são os que estão no fundo da pirâmide.
Entretanto foi esta câmara que aumentou os fundos para a Fundação Soares!
Siga a festa... 20%... e não dizem que a maioria desses funcionários ganha a enormidade de 600 euros! Quer dizer... menos 20%, depois...
Exmo. Sr. Primeiro-ministro,
Pedro Passos Coelho

Sou Joana Cabrita Martins, cidadã Portuguesa, portadora do cartão do cidadão XXXXXXXX.

Vou fazer uma breve apresentação da minha pessoa para depois expor o meu ponto de vista.

Nasci em Faro, fez 27 anos em Agosto passado. Aos 18 anos vim viver para Lisboa porque concorri ao curso de Arquitectura do ISCTE, o qual frequentei os dois primeiros anos, findo os quais resolvi mudar para o curso de Design de Equipamento da Universidade de Lisboa.
Terminei a minha licenciatura em Design, no período estipulado para a mesma (4 anos), no ano de 2008, na Liberá Universitá de Bolzano, capital da região autónoma do Alto-Adige, norte de Itália, ao abrigo do programa Erasmus.
Durante os meus estudos académicos trabalhei como voluntária no Hospital Rainha D. Estefânia e numa das Casas Refúgios para vítimas de Violência da APAV (Associação Portuguesa de Apoio à Vìtima).
Fiz parte dos grupos de teatro académico de ambas as Instituições que frequentei (ISCTE e FBAUL), nos quais integrei várias peças, tendo actuado nomeadamente no FATAL (Festival Anual de Teatro Académico de Lisboa).
Após terminar a minha licenciatura, fui de porta em porta à procura de emprego na área do Design mas o primeiro que consegui foi num Call Center da TMN, no serviço de Apoio ao Cliente. Só passados 6 meses é que consegui um trabalho durante 3 meses como freelancer de Design e Vitrinismo numa cadeia de Lojas Portuguesa.
Um ano passado, de ter terminado o meu curso, com o meu curriculum e portfolio espalhado pelo país e sem emprego resolvi concorrer ao ensino (bolsa de contratação de escola) e fui colocada como professora de Geometria Descritiva numa escola secundária, profissão que exerci durante os últimos dois anos lectivos, sendo que no presente ano 2011/2012 não consegui horário.
Formei há um ano uma associação cultural em Faro, LAMA (Laboratório de Artes e Media do Algarve) que sem qualquer apoio económico para além da anuidade dos sócios (95 no momento), que realizou já uma panóplia bastante significativa de eventos (workshops, peças de teatro em co-produção com os Artistas Unidos e Teatro dos Aloés, performances, mostras de curtas metragens, exposições).
Em Fevereiro do presente ano inaugurei na Galeria do IPJ de Faro, com a presença do Exmo. Presidente da Câmara, Vice-presidente, Vereadora da Cultura, Reitor, professores do curso de artes da Universidade do Algarve, Director do Teatro Municipal, entre outros ilustres da cidade, a primeira exposição totalmente da minha autoria, com peças de Eco-Design, intitulada de “Lightness, Make Your (Coffee) Breack - Bebe um café e ilumina-te”.
No presente momento, e desde 29 de Setembro passado até à data de 27 de Novembro, tenho patente no espaço da Fabrica do Braço de Prata em Lisboa a extensão da primeira exposição, no âmbito da Bienal Portuguesa de Design, Experimenta Design 2011- Useless.

Agora que já me dei a conhecer minimamente venho por este meio (porque outro, creio, não me será concedido) expor a minha opinião sobre vários assuntos que me dizem respeito a mim, tanto como a si…e que como cidadã tenho não só o direito como sobretudo o dever (como o Sr. tanto faz questão de lembrar aos cidadãos), de participar activa e construtivamente na estruturação deste país que…

…confesso, tenho já algumas dúvidas quando tento distingui-lo de outros enquanto país particular, com história, costumes e cultura especificas…
…mas se puxar pela memória a longo prazo consigo…coisa que, infelizmente pelo rumo que tentam impormos (não falo de forças superiores, ou sobrenaturais), creio que as gerações mais jovens não consigam já diferenciar.

Vou começar pela sessão plenária na Assembleia da Republica, de sexta-feira passada, dia 28 do mês que acaba de terminar, Outubro, a que fui assistir.

E da qual sai, por volta das 13.30, quando esta foi dada por terminada (sendo no final da referida, a única cidadã que se encontrava, ainda, a assistir á mesma nas galerias), com “uma força a crescer-me nos dedos e uma raiva a nascer-me nos dentes ” como diria, por outra altura, Sérgio Godinho.

Que desgoverno…é aquele o espaço de TRABALHO onde se GOVERNA/GERE o rumo deste país ???

Efectivamente a Assembleia é um espelho que REFLETE na PERFEIÇÃO o estado do país … então eu vou dar-lhe a imagem com que fiquei daquela assembleia:

Sendo que as sessões plenárias começam às 10h da manha (sugiro que se informe da hora a que a maioria do cidadão portugueses inicia a sua actividade laboral diária e faça a comparação), dá-se inicio ao debate dos assuntos em agenda… sem a presença de muitos dos deputados eleitos e pagos, para e pelos cidadão, para que os representem.

…pergunto-me, e PERGUNTO-LHE qual é a tolerância de ponto que o Sr. impõem aos seus trabalhadores directos ? Refiro-me aos deputados da assembleia, e não aos seus motoristas particulares…espera-se que os professores imponham aos seus alunos uma tolerância que vai de 0 a 10 minutos conforme os graus de ensino, após os quais a falta é certa e injustificada e o acumular das quais tem CONSEQUENCIAS: institucionalmente o aluno “chumba”…quantos deputados já “chumbaram” por faltas? No caso de um “comum” trabalhador, e não de um aluno, as faltas ou simples atrasos dão direito a despedimento por justa causa…quantos deputados já foram despedidos da assembleia?

Não deveriam os SENHORES/AS dar o exemplo, pergunto-me…e a resposta surge-me de imediato…e dão, claro…
Ao meio dia, hora da votação regimentar das propostas em agenda, o plano não havia sido cumprido na sua totalidade, vários haviam sido os temas não abordados…afinal o incumprimento das actividades planeadas, geradas por uma lacuna de produtividade e que por sua vez geram uma lacuna na produtividade (ciclo vicioso ou viciado), também acontecem na Assembleia da Republica…mas Sr. Primeiro Ministro sabe o que aconteceria a um funcionário/equipe de trabalhadores que nessa mesma sexta-feira pela hora estipulada não apresentasse o plano de actividades pré-estabelecido cumprido na sua TOTALIDADE ??? Sabe, não sabe…mas caso tenha duvidas eu sugiro que se vá esclarecer com o seu Ministro da Economia e do Emprego.

Mas a questão principal é: Sabe o que acontece na ASSEMBLEIA??? Eu sei…. porque enquanto o Sr. estava do outro lado do Atlântico eu estava a observar a sua, que deveria ser NOSSA ASSEMBLEIA, (sim observar, porque mais não me é permitido, nem falar, nem gesticular, nem estar de pé nas galerias do parlamento).

Então como descrevia… ao meio dia e quinze foi iniciada a votação das propostas até então discutidas. Finda a votação, tive a nítida sensação de ter sido tele-transportada para a sala de compra e venda de acções de Wall Street… uma barulheira ensurdecedora, entre conversas trocadas, telefones a tocar… só depois percebi que não, efectivamente continuava exactamente no mesmo sitio com pessoas de um lado para o outro, cumprimentos, apertos de mão, beijos, risos, gargalhadas… com algum esforço consegui concentrar-me e qual não foi o meu espanto…a sessão plenária continuava com a discussão das propostas agendadas para aquela manhã e que ainda não tinham sido estudadas no meio daquele cenário de café convívio pós fecho em alta da bolsa de valores.

E então observei os deputados a pedirem a palavra, e a dela usufruírem, para debaterem CONSIGO PROPRIOS, cada assunto…a imagem “debater consigo próprio” é um desenho perfeito dos deputados a exprimir as suas ideias em voz alta, BEM ALTA até, numa tentativa, infrutífera, de serem ouvidos pelos seus colegas, que por sua vez… ou não estavam na sala (tinham ido de fim-de-semana), ou estavam ao telefone (a falar ou a enviar mensagens) ou a navegar na internet (sim, nomeadamente no facebook), ou na conversa com o colega do lado, ou com o da frente, ou de traz tanto faz…ou a passear-se pela sala.

Por essa altura, e acalmados os ânimos, a sala da assembleia estava composta por ¼ dos seus representantes, os restantes ¾ já tinham abandonado o seu posto de trabalho para ir almoçar e seguidamente gozar o seu fim-de-semana…faltava ainda mais de um quarto de hora para 13 horas…

Será possível ??? Atender telefonemas, escrever mensagens, navegar em sites da internet, conversar, andar em pé de ou lado para o outro no local de trabalho, LOCAL DE TRABALHO COMUM, e não prestar a MINÍMA atenção aos trabalhos que decorrem… não são estes motivos MAIS QUE SUFICIENTES para despedir por justa causa um QUALQUER trabalhador, creio que uma só das acções que enumerei bastariam…

Pelas 13 horas e 30 minutos foi dada por encerrada a sessão, todos os restantes deputados puderam ir de fim-de-semana após uma árdua jornada de trabalho, iniciada por volta das 10 horas dessa manhã…

Uauuu…!

Estava sozinha naquelas galerias, quando o Exmo. Vice-Presidente da Mesa deu os votos de Bom Fim-de-semana aos, ainda presentes, deputados…mas no inicio da sessão, encontravam-se nas galerias vários outros cidadão, nomeadamente alunos de diversas idades, cuja formação pessoal e cívica se encontram em desenvolvimento… e mais uma vez me pergunto, que valores, que objectivos, que conclusão tiraram estes jovens em formatura do que presenciaram nesta sessão plenária.

Não será esse o modelo que eles deveram seguir…???
…presentemente nas salas de aula e futuramente no seu emprego???

Porquê tanto espanto, admiração e principalmente INDIGNAÇÃO quando se diz e se ouve dizer que:

“Os alunos não sabem comportar-se com respeito e ordem dentro de uma sala de aula…que não cumprem regras, falam uns por cima dos outros e por cima dos professores, utilizam o telemóvel… (porque razão se acha que uma sala de aula é diferente da sala da assembleia, será que não há regras de conduta no parlamento…haver há, que me foram expressamente dadas a conhecer antes de entrar, mas se calhar são só mesmo para os cidadão que vão assistir nas galerias, mudos e imóveis), hoje em dia, os estudantes, não demonstram o mínimo interesse nos conteúdos abordados no contexto de sala de aula… parece que me estou a repetir, parece-me que já tinha escrito algo muito semelhante, mas os intervenientes e o espaço não eram os mesmos…”
ou
… o povo português não é produtivo, no seu horário de expediente, vê-se de tudo menos trabalho efectivo… há uma comadre em cada um de nós (enquanto trabalhamos), comadres que aderiram ao “plano tecnológico” e também já usam o telefone, o telemóvel e a internet para promover a sua actividade preferida e na qual são efectivamente boas no que fazem, conversar…”

Neste momento nenhuma das descrições acima me parece absurda depois do que presenciei naquela manhã de plenário.

Peço desculpa pela arrogância, mas COM TODA A LEGITIMIDADE QUE TENHO como cidadã, tenho que lhe dizer que é um verdadeiro atrevimento da sua parte a forma como se nos dirige a PEDIR, em modo de EXIGÊNCIA, que trabalhemos com mais rigor, focados em objectivos de produtividade.

Que permita aos seus ministros fazerem propostas de aumentar em meia hora o horário da jornada laboral, que é em média de 8 horas para a esmagadora maioria dos trabalhadores, enquanto se permite aos deputados jornadas como a que acabei de descrever…

Que se nos aumentem os impostos e cortem nos ordenados e subsídios, justificando que o país tem um sério “buraco” económico-financeiro, que aumenta a cada semana, para não dizer dia, com um novo dado até então desconhecido pelos Senhores? Sim porque, a nós cidadãos, eu até posso admitir que nos seja desconhecido, agora aos senhores…? O que andaram a fazer nas anteriores legislaturas? Não estiveram a TRABALHAR, não intervieram …oh, peço desculpa pelo lapso, CLARO QUE NÃO, trabalharam tanto como os actuais deputados que presenciei nesta sessão da assembleia…

… talvez na próxima legislatura, se lhes perguntar onde foi a Senhora Deputada XXXXXXX passar o fim-de-semana de 29 e 30 de Outubro, antes de terminado o debate parlamentar, a bancada parlamentar do CDS, do PS, do PCP ou do BLOCO saibam sem precisar de fazer uma grande investigação…No entanto, os Senhores (PSD/CDS) nada sabem sobre o “buraco” da Madeira… e pior, nem querem saber…. porque quando se propõe que se crie uma equipe de investigação, ou peça um relatório claro e objectivo com a auditoria às contas da região autónoma da Madeira (que de autónoma em questões económico-financeiras só tem o apelido, já em questões legislativas usa da autonomia em toda a sua plenitude) A SUA BANCADA PARLAMENTAR EM PLENO (como a autonomia legislativa da Madeira) VOTA CONTRA…

… Como se atreve a pedir-nos esforços sobre humanos (sobre-humanos sim, basta ler a carta universal dos Direitos Humanos sobre igualdade) e não nos dá as provas objectivas do que diz serem os motivos para tais SACRIFÍCIOS, como tanto o ouço dizer. Não investiga, não deixa investigar, não averigua os culpados, não lhes aplica “SACRIFÍCIOS”…ou será que… somos nós os culpados?… sim porque os únicos que vejo sofrerem as consequências dos desfalques económicos são…

Quanto à Petição para o “NÃO Pagamento de Portagens na Via do Infante”, institucionalmente, A22, entregue pela comissão de utentes da mesma, debatida pelo ¼ dos deputados que se mantiveram no seu local e horário de trabalho na manhã descrita, após a votação regimentar… petição que só será votada na próxima sexta-feira, 4 de Novembro, e que certamente será chumbada pela sua bancada parlamentar em acoplação com a do CDS…pois veemente se insurgiram contra a referida proposta, embora, reconheçam que, a região abrangida por esta medida,

… o Algarve, ficará estrangulado pela aplicação das portagens, pois não existem redes de transportes alternativos (rodo ou ferroviários)…eu, particularmente, posso afirma-lo com conhecimento de causa, porque há dois anos, quando me vi obrigada a regressar ás origens para trabalhar, dar aulas, fui obrigada a comprar um carro para poder trabalhar, porque a situação no Algarve é esta: quem não vive no centro de uma cidade (reside as 10 ou mais km da mesma), ou vive numa cidade e trabalha noutra, não tem grande alternativa a não ser adquirir um automóvel, porque a rede de transportes é demasiado deficitária…no entanto muitas têm sido as petições, e sugestões dos cidadãos e movimentos de cidadãos no sentido de inverter a situação…mas até ao momento só se ouvia falar de TGV´s e novos Aeroportos da lezíria para cima…

... sob tutela moura ou Portuguesa, os algarvios parecem estar estagnados no tempo relativamente aos transportes públicos…

Desta forma foi com um sorriso de satisfação, e alguma ingenuidade de criança, que me vi agradada com a sugestão de uma pequena, para não dizer, pequeníssima , percentagem da vossa maioria parlamentar de deputados que disseram ser uma prioridade a implementação e reestruturação da Rede de Transportes Públicos no Algarve.

… eis senão quando, nessa mesma noite, me encontro frente a frente com uma notícia de última hora que diz que “governo está a estudar o fecho da rede metropolitana de Lisboa à 23h, e em alguns casos particulares, algumas estações prevê-se que encerem portas às 21 horas”…

Realmente… que ingénua em acreditar que os Senhores estão a pensar em melhorar, aumentar, ou fomentar as redes de TRANSPORTES PÚBLICOS…

Dois dias passados, nova noticia, agora sobre o fim da Rede da Madrugada, serviço nocturno de autocarros Carris em Lisboa…

Será que… para construir a tão reclamada e esperada rede de Transportes Públicos na Região do Algarve têm que se “SACRIFICAR” a rede de transportes de Lisboa?

Espero que os Lisboetas não partilhem deste raciocínio, porque caso isso se verifique, poderemos estar em risco de uma iminente “guerra civil”…


Eu prefiro interpretar esta medida por este prisma:

O preço dos combustíveis escalam de dia para dia, taxa-se as estradas, acaba-se com as (poucas e boas) redes de transportes públicos que existem de forma que os cidadãos não possam mais do que sair de casa (os poucos que, ainda, as têm) para o trabalho (os poucos que, ainda, o têm) e vice-versa; aumenta-se a jornada laboral para que estes não tenham muita margem de manobra… para aqueles que já mencionei que não têm casa nem trabalho, mantêm-se-lhe o vinho á TAXA de IVA de 6% para que se mantenham em estado de “coma” (social), ou nos casos menos sérios cujas carências possam ainda ser “iludidas” com um “docinho”; dá-se-lhe um leitinho com chocolate, também ele com a módica TAXA de IVA de 6%... TUDO a 6%, menos ÁGUA, não é meus Senhores… porque já dizia alguém que “Água mole em pedra dura, tanto dá até que fura” e o que o Sr. e os seus pretendem com estas medidas é anular qualquer tipo de contestação social por forma a levar as vossas, ou as DELES, ou será a DELA, avante… assim seja! ÁGUA engarrafada à TAXA de IVA de 23%, sim porque a canalizada já leva a TAXA de quota de Serviço (principio do “utilizador pagador” tão bem defendido e DIFUNDIDO pelo seu Ministro Adjunto e dos Assuntos Parlamentares, o Exmo. Miguel Relvas), mais as CONTAS DE TERCEIROS, acho piada a denominação visto que são SEMPRE OS PRIMEIROS a pagar, ora vejamos, adicional C.M….., Saneamento Variável, Saneamento Fixo e TAXA de Recursos Hídricos.

Termino a minha dissertação, que bem poderia ser de Mestrado… ups… mais um dos temas debatidos nessa sessão plenária…mas para a qual já não tenho capacidade para expor o meu ponto de vista, porque… Sr. Primeiro Ministro…tenho OS DEDOS INCHADOS e corro o serio risco de acordar os meus vizinhos com o RANGER DOS MEUS DENTES… com “uma força a crescer-me nos dedos e uma raiva a nascer-me nos dentes ”.

Por ultimo pergunto-lhe…acha que não tenho o DEVER de INDIGNAR-ME com tudo o que acabo de descrever ???

Aguardo resposta por parte de sua Excelência, com alguma brevidade, para a morada indicada no envelope como “remetente”, pois estou a tratar de seguir os BONS CONSELHOS do seu Secretário de Estado do Desporto, Exmo. Alexandre Mestre…o que significa que, no próximo ano, que se prevê ainda MAIS AUSTERO, porque ainda não revelaram o “buraquinho” dos Açores (e já devem estar a pensar quanta falta vos fazia que Macau, Timor, Angola e por aí fora até a Índia ainda nos pertencessem, para terem sempre mais “buracos” para sustentar os “sacrifícios” eternos que nos querem assacar …) pois bem, para o ano, eu espero estar bem longe.

Assim me despeço com a ESPERANÇA… que sempre me disseram ser a última a morrer…

Cordialmente,
Joana Cabrita Martins


FONTE: http://faroparaacoisa.blogspot.com/2011/11/carta-ao-primeiro-ministro-com.html


RE: Sendo verdade... - progster - 05-11-2011 12:51

(05-11-2011 00:01)BladeRunner Escreveu:  (...)
Exmo. Sr. Primeiro-ministro,
Pedro Passos Coelho

Sou Joana Cabrita Martins, cidadã Portuguesa, portadora do cartão do cidadão XXXXXXXX.

Vou fazer uma breve apresentação da minha pessoa para depois expor o meu ponto de vista.

Nasci em Faro, fez 27 anos em Agosto passado. Aos 18 anos vim viver para Lisboa porque concorri ao curso de Arquitectura do ISCTE, o qual frequentei os dois primeiros anos, findo os quais resolvi mudar para o curso de Design de Equipamento da Universidade de Lisboa.
Terminei a minha licenciatura em Design, no período estipulado para a mesma (4 anos), no ano de 2008, na Liberá Universitá de Bolzano, capital da região autónoma do Alto-Adige, norte de Itália, ao abrigo do programa Erasmus.
Durante os meus estudos académicos trabalhei como voluntária no Hospital Rainha D. Estefânia e numa das Casas Refúgios para vítimas de Violência da APAV (Associação Portuguesa de Apoio à Vìtima).
Fiz parte dos grupos de teatro académico de ambas as Instituições que frequentei (ISCTE e FBAUL), nos quais integrei várias peças, tendo actuado nomeadamente no FATAL (Festival Anual de Teatro Académico de Lisboa).
Após terminar a minha licenciatura, fui de porta em porta à procura de emprego na área do Design mas o primeiro que consegui foi num Call Center da TMN, no serviço de Apoio ao Cliente. Só passados 6 meses é que consegui um trabalho durante 3 meses como freelancer de Design e Vitrinismo numa cadeia de Lojas Portuguesa.
Um ano passado, de ter terminado o meu curso, com o meu curriculum e portfolio espalhado pelo país e sem emprego resolvi concorrer ao ensino (bolsa de contratação de escola) e fui colocada como professora de Geometria Descritiva numa escola secundária, profissão que exerci durante os últimos dois anos lectivos, sendo que no presente ano 2011/2012 não consegui horário.
Formei há um ano uma associação cultural em Faro, LAMA (Laboratório de Artes e Media do Algarve) que sem qualquer apoio económico para além da anuidade dos sócios (95 no momento), que realizou já uma panóplia bastante significativa de eventos (workshops, peças de teatro em co-produção com os Artistas Unidos e Teatro dos Aloés, performances, mostras de curtas metragens, exposições).
Em Fevereiro do presente ano inaugurei na Galeria do IPJ de Faro, com a presença do Exmo. Presidente da Câmara, Vice-presidente, Vereadora da Cultura, Reitor, professores do curso de artes da Universidade do Algarve, Director do Teatro Municipal, entre outros ilustres da cidade, a primeira exposição totalmente da minha autoria, com peças de Eco-Design, intitulada de “Lightness, Make Your (Coffee) Breack - Bebe um café e ilumina-te”.
No presente momento, e desde 29 de Setembro passado até à data de 27 de Novembro, tenho patente no espaço da Fabrica do Braço de Prata em Lisboa a extensão da primeira exposição, no âmbito da Bienal Portuguesa de Design, Experimenta Design 2011- Useless.

Agora que já me dei a conhecer minimamente venho por este meio (porque outro, creio, não me será concedido) expor a minha opinião sobre vários assuntos que me dizem respeito a mim, tanto como a si…e que como cidadã tenho não só o direito como sobretudo o dever (como o Sr. tanto faz questão de lembrar aos cidadãos), de participar activa e construtivamente na estruturação deste país que…

…confesso, tenho já algumas dúvidas quando tento distingui-lo de outros enquanto país particular, com história, costumes e cultura especificas…
…mas se puxar pela memória a longo prazo consigo…coisa que, infelizmente pelo rumo que tentam impormos (não falo de forças superiores, ou sobrenaturais), creio que as gerações mais jovens não consigam já diferenciar.

Vou começar pela sessão plenária na Assembleia da Republica, de sexta-feira passada, dia 28 do mês que acaba de terminar, Outubro, a que fui assistir.

E da qual sai, por volta das 13.30, quando esta foi dada por terminada (sendo no final da referida, a única cidadã que se encontrava, ainda, a assistir á mesma nas galerias), com “uma força a crescer-me nos dedos e uma raiva a nascer-me nos dentes ” como diria, por outra altura, Sérgio Godinho.

Que desgoverno…é aquele o espaço de TRABALHO onde se GOVERNA/GERE o rumo deste país ???

Efectivamente a Assembleia é um espelho que REFLETE na PERFEIÇÃO o estado do país … então eu vou dar-lhe a imagem com que fiquei daquela assembleia:

Sendo que as sessões plenárias começam às 10h da manha (sugiro que se informe da hora a que a maioria do cidadão portugueses inicia a sua actividade laboral diária e faça a comparação), dá-se inicio ao debate dos assuntos em agenda… sem a presença de muitos dos deputados eleitos e pagos, para e pelos cidadão, para que os representem.

…pergunto-me, e PERGUNTO-LHE qual é a tolerância de ponto que o Sr. impõem aos seus trabalhadores directos ? Refiro-me aos deputados da assembleia, e não aos seus motoristas particulares…espera-se que os professores imponham aos seus alunos uma tolerância que vai de 0 a 10 minutos conforme os graus de ensino, após os quais a falta é certa e injustificada e o acumular das quais tem CONSEQUENCIAS: institucionalmente o aluno “chumba”…quantos deputados já “chumbaram” por faltas? No caso de um “comum” trabalhador, e não de um aluno, as faltas ou simples atrasos dão direito a despedimento por justa causa…quantos deputados já foram despedidos da assembleia?

Não deveriam os SENHORES/AS dar o exemplo, pergunto-me…e a resposta surge-me de imediato…e dão, claro…
Ao meio dia, hora da votação regimentar das propostas em agenda, o plano não havia sido cumprido na sua totalidade, vários haviam sido os temas não abordados…afinal o incumprimento das actividades planeadas, geradas por uma lacuna de produtividade e que por sua vez geram uma lacuna na produtividade (ciclo vicioso ou viciado), também acontecem na Assembleia da Republica…mas Sr. Primeiro Ministro sabe o que aconteceria a um funcionário/equipe de trabalhadores que nessa mesma sexta-feira pela hora estipulada não apresentasse o plano de actividades pré-estabelecido cumprido na sua TOTALIDADE ??? Sabe, não sabe…mas caso tenha duvidas eu sugiro que se vá esclarecer com o seu Ministro da Economia e do Emprego.

Mas a questão principal é: Sabe o que acontece na ASSEMBLEIA??? Eu sei…. porque enquanto o Sr. estava do outro lado do Atlântico eu estava a observar a sua, que deveria ser NOSSA ASSEMBLEIA, (sim observar, porque mais não me é permitido, nem falar, nem gesticular, nem estar de pé nas galerias do parlamento).

Então como descrevia… ao meio dia e quinze foi iniciada a votação das propostas até então discutidas. Finda a votação, tive a nítida sensação de ter sido tele-transportada para a sala de compra e venda de acções de Wall Street… uma barulheira ensurdecedora, entre conversas trocadas, telefones a tocar… só depois percebi que não, efectivamente continuava exactamente no mesmo sitio com pessoas de um lado para o outro, cumprimentos, apertos de mão, beijos, risos, gargalhadas… com algum esforço consegui concentrar-me e qual não foi o meu espanto…a sessão plenária continuava com a discussão das propostas agendadas para aquela manhã e que ainda não tinham sido estudadas no meio daquele cenário de café convívio pós fecho em alta da bolsa de valores.

E então observei os deputados a pedirem a palavra, e a dela usufruírem, para debaterem CONSIGO PROPRIOS, cada assunto…a imagem “debater consigo próprio” é um desenho perfeito dos deputados a exprimir as suas ideias em voz alta, BEM ALTA até, numa tentativa, infrutífera, de serem ouvidos pelos seus colegas, que por sua vez… ou não estavam na sala (tinham ido de fim-de-semana), ou estavam ao telefone (a falar ou a enviar mensagens) ou a navegar na internet (sim, nomeadamente no facebook), ou na conversa com o colega do lado, ou com o da frente, ou de traz tanto faz…ou a passear-se pela sala.

Por essa altura, e acalmados os ânimos, a sala da assembleia estava composta por ¼ dos seus representantes, os restantes ¾ já tinham abandonado o seu posto de trabalho para ir almoçar e seguidamente gozar o seu fim-de-semana…faltava ainda mais de um quarto de hora para 13 horas…

Será possível ??? Atender telefonemas, escrever mensagens, navegar em sites da internet, conversar, andar em pé de ou lado para o outro no local de trabalho, LOCAL DE TRABALHO COMUM, e não prestar a MINÍMA atenção aos trabalhos que decorrem… não são estes motivos MAIS QUE SUFICIENTES para despedir por justa causa um QUALQUER trabalhador, creio que uma só das acções que enumerei bastariam…

Pelas 13 horas e 30 minutos foi dada por encerrada a sessão, todos os restantes deputados puderam ir de fim-de-semana após uma árdua jornada de trabalho, iniciada por volta das 10 horas dessa manhã…

Uauuu…!

Estava sozinha naquelas galerias, quando o Exmo. Vice-Presidente da Mesa deu os votos de Bom Fim-de-semana aos, ainda presentes, deputados…mas no inicio da sessão, encontravam-se nas galerias vários outros cidadão, nomeadamente alunos de diversas idades, cuja formação pessoal e cívica se encontram em desenvolvimento… e mais uma vez me pergunto, que valores, que objectivos, que conclusão tiraram estes jovens em formatura do que presenciaram nesta sessão plenária.

Não será esse o modelo que eles deveram seguir…???
…presentemente nas salas de aula e futuramente no seu emprego???

Porquê tanto espanto, admiração e principalmente INDIGNAÇÃO quando se diz e se ouve dizer que:

“Os alunos não sabem comportar-se com respeito e ordem dentro de uma sala de aula…que não cumprem regras, falam uns por cima dos outros e por cima dos professores, utilizam o telemóvel… (porque razão se acha que uma sala de aula é diferente da sala da assembleia, será que não há regras de conduta no parlamento…haver há, que me foram expressamente dadas a conhecer antes de entrar, mas se calhar são só mesmo para os cidadão que vão assistir nas galerias, mudos e imóveis), hoje em dia, os estudantes, não demonstram o mínimo interesse nos conteúdos abordados no contexto de sala de aula… parece que me estou a repetir, parece-me que já tinha escrito algo muito semelhante, mas os intervenientes e o espaço não eram os mesmos…”
ou
… o povo português não é produtivo, no seu horário de expediente, vê-se de tudo menos trabalho efectivo… há uma comadre em cada um de nós (enquanto trabalhamos), comadres que aderiram ao “plano tecnológico” e também já usam o telefone, o telemóvel e a internet para promover a sua actividade preferida e na qual são efectivamente boas no que fazem, conversar…”

Neste momento nenhuma das descrições acima me parece absurda depois do que presenciei naquela manhã de plenário.

Peço desculpa pela arrogância, mas COM TODA A LEGITIMIDADE QUE TENHO como cidadã, tenho que lhe dizer que é um verdadeiro atrevimento da sua parte a forma como se nos dirige a PEDIR, em modo de EXIGÊNCIA, que trabalhemos com mais rigor, focados em objectivos de produtividade.

Que permita aos seus ministros fazerem propostas de aumentar em meia hora o horário da jornada laboral, que é em média de 8 horas para a esmagadora maioria dos trabalhadores, enquanto se permite aos deputados jornadas como a que acabei de descrever…

Que se nos aumentem os impostos e cortem nos ordenados e subsídios, justificando que o país tem um sério “buraco” económico-financeiro, que aumenta a cada semana, para não dizer dia, com um novo dado até então desconhecido pelos Senhores? Sim porque, a nós cidadãos, eu até posso admitir que nos seja desconhecido, agora aos senhores…? O que andaram a fazer nas anteriores legislaturas? Não estiveram a TRABALHAR, não intervieram …oh, peço desculpa pelo lapso, CLARO QUE NÃO, trabalharam tanto como os actuais deputados que presenciei nesta sessão da assembleia…

… talvez na próxima legislatura, se lhes perguntar onde foi a Senhora Deputada XXXXXXX passar o fim-de-semana de 29 e 30 de Outubro, antes de terminado o debate parlamentar, a bancada parlamentar do CDS, do PS, do PCP ou do BLOCO saibam sem precisar de fazer uma grande investigação…No entanto, os Senhores (PSD/CDS) nada sabem sobre o “buraco” da Madeira… e pior, nem querem saber…. porque quando se propõe que se crie uma equipe de investigação, ou peça um relatório claro e objectivo com a auditoria às contas da região autónoma da Madeira (que de autónoma em questões económico-financeiras só tem o apelido, já em questões legislativas usa da autonomia em toda a sua plenitude) A SUA BANCADA PARLAMENTAR EM PLENO (como a autonomia legislativa da Madeira) VOTA CONTRA…

… Como se atreve a pedir-nos esforços sobre humanos (sobre-humanos sim, basta ler a carta universal dos Direitos Humanos sobre igualdade) e não nos dá as provas objectivas do que diz serem os motivos para tais SACRIFÍCIOS, como tanto o ouço dizer. Não investiga, não deixa investigar, não averigua os culpados, não lhes aplica “SACRIFÍCIOS”…ou será que… somos nós os culpados?… sim porque os únicos que vejo sofrerem as consequências dos desfalques económicos são…

Quanto à Petição para o “NÃO Pagamento de Portagens na Via do Infante”, institucionalmente, A22, entregue pela comissão de utentes da mesma, debatida pelo ¼ dos deputados que se mantiveram no seu local e horário de trabalho na manhã descrita, após a votação regimentar… petição que só será votada na próxima sexta-feira, 4 de Novembro, e que certamente será chumbada pela sua bancada parlamentar em acoplação com a do CDS…pois veemente se insurgiram contra a referida proposta, embora, reconheçam que, a região abrangida por esta medida,

… o Algarve, ficará estrangulado pela aplicação das portagens, pois não existem redes de transportes alternativos (rodo ou ferroviários)…eu, particularmente, posso afirma-lo com conhecimento de causa, porque há dois anos, quando me vi obrigada a regressar ás origens para trabalhar, dar aulas, fui obrigada a comprar um carro para poder trabalhar, porque a situação no Algarve é esta: quem não vive no centro de uma cidade (reside as 10 ou mais km da mesma), ou vive numa cidade e trabalha noutra, não tem grande alternativa a não ser adquirir um automóvel, porque a rede de transportes é demasiado deficitária…no entanto muitas têm sido as petições, e sugestões dos cidadãos e movimentos de cidadãos no sentido de inverter a situação…mas até ao momento só se ouvia falar de TGV´s e novos Aeroportos da lezíria para cima…

... sob tutela moura ou Portuguesa, os algarvios parecem estar estagnados no tempo relativamente aos transportes públicos…

Desta forma foi com um sorriso de satisfação, e alguma ingenuidade de criança, que me vi agradada com a sugestão de uma pequena, para não dizer, pequeníssima , percentagem da vossa maioria parlamentar de deputados que disseram ser uma prioridade a implementação e reestruturação da Rede de Transportes Públicos no Algarve.

… eis senão quando, nessa mesma noite, me encontro frente a frente com uma notícia de última hora que diz que “governo está a estudar o fecho da rede metropolitana de Lisboa à 23h, e em alguns casos particulares, algumas estações prevê-se que encerem portas às 21 horas”…

Realmente… que ingénua em acreditar que os Senhores estão a pensar em melhorar, aumentar, ou fomentar as redes de TRANSPORTES PÚBLICOS…

Dois dias passados, nova noticia, agora sobre o fim da Rede da Madrugada, serviço nocturno de autocarros Carris em Lisboa…

Será que… para construir a tão reclamada e esperada rede de Transportes Públicos na Região do Algarve têm que se “SACRIFICAR” a rede de transportes de Lisboa?

Espero que os Lisboetas não partilhem deste raciocínio, porque caso isso se verifique, poderemos estar em risco de uma iminente “guerra civil”…


Eu prefiro interpretar esta medida por este prisma:

O preço dos combustíveis escalam de dia para dia, taxa-se as estradas, acaba-se com as (poucas e boas) redes de transportes públicos que existem de forma que os cidadãos não possam mais do que sair de casa (os poucos que, ainda, as têm) para o trabalho (os poucos que, ainda, o têm) e vice-versa; aumenta-se a jornada laboral para que estes não tenham muita margem de manobra… para aqueles que já mencionei que não têm casa nem trabalho, mantêm-se-lhe o vinho á TAXA de IVA de 6% para que se mantenham em estado de “coma” (social), ou nos casos menos sérios cujas carências possam ainda ser “iludidas” com um “docinho”; dá-se-lhe um leitinho com chocolate, também ele com a módica TAXA de IVA de 6%... TUDO a 6%, menos ÁGUA, não é meus Senhores… porque já dizia alguém que “Água mole em pedra dura, tanto dá até que fura” e o que o Sr. e os seus pretendem com estas medidas é anular qualquer tipo de contestação social por forma a levar as vossas, ou as DELES, ou será a DELA, avante… assim seja! ÁGUA engarrafada à TAXA de IVA de 23%, sim porque a canalizada já leva a TAXA de quota de Serviço (principio do “utilizador pagador” tão bem defendido e DIFUNDIDO pelo seu Ministro Adjunto e dos Assuntos Parlamentares, o Exmo. Miguel Relvas), mais as CONTAS DE TERCEIROS, acho piada a denominação visto que são SEMPRE OS PRIMEIROS a pagar, ora vejamos, adicional C.M….., Saneamento Variável, Saneamento Fixo e TAXA de Recursos Hídricos.

Termino a minha dissertação, que bem poderia ser de Mestrado… ups… mais um dos temas debatidos nessa sessão plenária…mas para a qual já não tenho capacidade para expor o meu ponto de vista, porque… Sr. Primeiro Ministro…tenho OS DEDOS INCHADOS e corro o serio risco de acordar os meus vizinhos com o RANGER DOS MEUS DENTES… com “uma força a crescer-me nos dedos e uma raiva a nascer-me nos dentes ”.

Por ultimo pergunto-lhe…acha que não tenho o DEVER de INDIGNAR-ME com tudo o que acabo de descrever ???

Aguardo resposta por parte de sua Excelência, com alguma brevidade, para a morada indicada no envelope como “remetente”, pois estou a tratar de seguir os BONS CONSELHOS do seu Secretário de Estado do Desporto, Exmo. Alexandre Mestre…o que significa que, no próximo ano, que se prevê ainda MAIS AUSTERO, porque ainda não revelaram o “buraquinho” dos Açores (e já devem estar a pensar quanta falta vos fazia que Macau, Timor, Angola e por aí fora até a Índia ainda nos pertencessem, para terem sempre mais “buracos” para sustentar os “sacrifícios” eternos que nos querem assacar …) pois bem, para o ano, eu espero estar bem longe.

Assim me despeço com a ESPERANÇA… que sempre me disseram ser a última a morrer…

Cordialmente,
Joana Cabrita Martins


FONTE: http://faroparaacoisa.blogspot.com/2011/11/carta-ao-primeiro-ministro-com.html

Big Grin Muito bom.

Infelizmente penso que nunca terá a resposta que pediu, e mesmo que receba algo parecido de certeza que não é o PM que a escreve.


RE: Sendo verdade... - progster - 05-11-2011 20:01

Secretário de Estado desmente apelo à emigração dos jovens

Em entrevista exclusiva ao 'Correio da Manhã', o secretário de Estado da Juventude e Desporto, Alexandre Mestre, desmente ter afirmado à correspondente da agência Lusa no Brasil, Gisele Lobato, que “se estamos no desemprego, temos de sair da zona de conforto e ir para além das nossas fronteiras”.

Alexandre Mestre garante ainda que não apelou à emigração dos jovens desempregados, pretendendo assim desmentir também uma notícia do Correio da Manhã escrita com base na referida peça da agência Lusa, o que aliás era assinalado na respectiva página.

Porém, a direcção de informação da Lusa reafirma ao CM que “não corrige a notícia, que continua válida”.

Também a jornalista brasileira, Gisela Lobato, acrescenta: “As minhas perguntas ao secretário de Estado foram muito claras e falam sempre de ‘emigração’”. Mais: “Está gravado!”.

Fonte:http://www.cmjornal.xl.pt/detalhe/noticias/nacional/economia/secretario-de-estado-desmente-apelo-a-emigracao-dos-jovens

Tongue

O que eu me ri, quando li esta noticia...


RE: Sendo verdade... - RaCcOn - 06-11-2011 00:33

Independentemente do homem ter ou não dito que se não houver trabalho cá, há que deixar a zona de conforto, o comentário é muito pertinente e correcto...
Pelo menos na minha opinião...

Há que correr atrás das oportunidades...estejam elas onde estiverem...


RE: Sendo verdade... - progster - 06-11-2011 00:52

(06-11-2011 00:33)RaCcOn Escreveu:  Independentemente do homem ter ou não dito que se não houver trabalho cá, há que deixar a zona de conforto, o comentário é muito pertinente e correcto...
Pelo menos na minha opinião...

Há que correr atrás das oportunidades...estejam elas onde estiverem...

Ninguém diz o contrário, se uma pessoa não se mexer, não vêm bater á porta de casa, oferecer emprego.

Aquilo a que eu me referia foi debatido em posts anteriores.


RE: Sendo verdade... - JPedrosa - 06-11-2011 20:27

por "zona de conforto"
eu não entendo emigração.

Há pessoas que só porque são licenciadas ... acham que são demasiado importantes para ter trabalhos menos qualificados.

Há malta que só porque "corre mal" se encosta.

Sair da zona de conforto, é mudar de estratégia, é arriscar, nada mais.

Viram a reportagem do "Zé da Pinha"?
Ele saiu da zona de conforto, quase "do ar" criou uma marca, e anda a ganhar dinheiro a apanhar pinhas.
... era jornalista.