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Google em Hong Kong sem garantias de fim de bloqueios - Fábio Palma - 24-03-2010 15:55 Um responsável da empresa Google admitiu hoje que Pequim pode bloquear os conteúdos aos utilizadores que acederem a partir de redes chinesas, apesar de ter mudado na segunda feira os servidores da China para Hong Kong.
Em declarações à agência Lusa, Bill Echikson, porta-voz da Google para a Europa do Sul, admitiu que as garantias de que esta medida ponha, por completo, fim à censura não são totais, já que "as autoridades chinesas podem sempre bloquear o material que sai de Hong Kong para a China". A Google tomou a decisão em janeiro, alegando que não podia continuar a oferecer resultados de buscas censurados à partida, com bloqueio até de acesso a determinados «sites». "Não podíamos continuar [a oferecer este tipo de serviço], foi uma questão de princípio", sustentou o responsável da Google. A empresa, o maior motor mundial de buscas na Internet, disse que é "totalmente legal" a solução encontrada de disponibilizar resultados não censurados em chinês simplificado a partir de Hong Kong, em Google.com.hk, mas não esquece que este é um território chinês. A partir de agora, a Google passa a monitorizar o estado completo do acesso aos serviços e para já, dois dias depois de ter concretizado a operação, está com alguns acessos indisponíveis, mas atribui estas falhas a "problemas técnicos", até porque todo o trabalho foi feito pelos técnicos norte-americanos. "Tivemos o cuidado de deixar de fora deste processo os mais de 600 funcionários que temos, e vamos continuar a ter, na China", referiu Bill Echikson. A maioria dos trabalhadores chineses desempenha funções na área comercial. Durante as conversações com o governo chinês "ficou claro desde o início que a questão da censura não era negociável", explicou o responsável da Google, mas a empresa aceitou inicialmente estas condições, acreditando que "prós pesavam mais do que os contras", adiantou. O conflito com o governo chinês emergiu em janeiro passado, quando a Google anunciou que a empresa e pelo menos 20 outras companhias foram alvos de "ciber-ataques" chineses, numa aparente tentativa de penetrar nas contas de correio eletrónico de ativistas de direitos humanos espalhados pelo mundo. Oficialmente, o controlo do governo chinês sobre a Internet visa combater a pornografia e o terrorismo e manter a estabilidade social do país. IN Lusa |