Sete teorias sobre o Boeing desaparecido na Malásia
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18-03-2014, 17:06
(Esta mensagem foi modificada pela última vez a: 18-03-2014 17:12 por vitorm.)
Mensagem: #1
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Sete teorias sobre o Boeing desaparecido na Malásia
O desaparecimento do voo MH370 da Malaysia Airlines há mais de uma semana deu origem a inúmeras teorias sobre o que aconteceu ao avião.
A última comunicação do Boeing 777 com as autoridades em terra ocorreu quase uma hora após a decolagem da capital da Malásia, Kuala Lumpur.
A previsão era de que a aeronave chegasse a Pequim seis horas depois.
Esta segunda-feira, o governo da Austrália afirmou que vai liderar as buscas no “corredor sul”, no Oceano Índico, uma das possíveis rotas que o avião poderá ter percorrido após o último contacto com a torre de controle.
Segundo autoridades da Malásia, as últimas palavras da cabine (“tudo bem, boa noite“) foram ditas depois de o Aircraft Communications Adressing and Reporting System, mais conhecido pela sigla ACARS, que transmite informações da aeronave para o controle de tráfego aéreo em terra, ter sido deliberadamente desligado.
Com base nas informações divulgadas até agora, a BBC preparou uma lista com sete hipóteses relacionadas com o desaparecimento do avião. Algumas delas já foram comprovadas, outras, já descartadas.
E algumas, são ainda uma incerteza.
1 - O avião pode ter sido sequestrado – Incerto No último sábado, o primeiro-ministro da Malásia, Najib Razak, disse que a investigação sobre o avião “entrou numa nova fase” e que tinha ordenado uma investigação criminal sobre o incidente.
Segundo Razak, os registos de satélite e de radar revelam que a aeronave mudou de rota e poderia ter voado até sete horas depois do último contacto com o controlo de voo em terra.
“Os movimentos são consistentes com a acção deliberada de alguém no avião”, acrescentou Razak.
Apesar das indicações, o primeiro-ministro malaio evitou usar a palavra “sequestro” e afirmou que “todas as possibilidades” estão a ser investigadas.
O governante acrescentou que o avião poderia estar em qualquer lugar do “Cazaquistão ao Oceano Índico”.
Razak afirmou ainda que a investigação está focada agora nos dois pilotos, assim como nos passageiros e no resto da tripulação. Os controladores de voo que estiveram em contacto com a aeronave também estão a ser investigados.
O governante malaio definiu o desaparecimento do avião como uma “situação sem precedentes”.
2 - O avião voou durante horas depois de perder o contacto – Verdadeiro A Inmarsat, empresa de comunicações por satélite com sede em Londres, revelou que as suas redes detectaram “sinais automáticos do voo MH 370 da Malaysia Airlines”. A companhia diz ter “contactos de negócio” com a Boeing, fabricante do avião.
“Essa informação foi dada ao nosso parceiro SITA (empresa que vende os serviços de satélite da Inmarsat às companhias aéreas), que, por sua vez, a partilhou com a Malaysia Airlines”, disse a empresa.
“Podemos dizer com um alto nível de certeza que as comunicações do avião foram desactivadas antes de atingir a costa leste da península da Malásia”.
O comentador de ciência da BBC, Jonathan Amos, explica que isso significa que o avião tinha um sistema de satélites que lhe permitiu transmitir informações para autoridades em terra durante o voo.
“O sistema operado pela Inmarsat recebeu sinais automáticos do voo MH370 por pelo menos durante cinco horas depois de o avião ter sido dado como desaparecido. Não há nenhuma possibilidade de que a aeronave tivesse sido capaz de enviar tal sinal a não ser que estivesse intacta e em funcionamento” .
Amos acrescentou que, embora esses satélites possam receber dados variados, os sinais não oferecem informações detalhadas sobre a sua localização.
“Essas transmissões automatizadas são essencialmente uma mensagem do tipo “estou vivo“, explica Amos. Ou seja, indicam o estado dos motores e o voo, mas é impossível identificar a posição precisa da aeronave durante a transmissão.
Apesar de relatos que indicam que o avião voou várias horas a mais do que se pensava, não se sabe exactamente qual foi a rota percorrida pelo aparelho.
No sábado, Razak, o primeiro-ministro malaio, afirmou que a aeronave pode ter regressado ao país e depois seguido em direcção à Índia.
Anteriormente, os especialistas pensavam que o Boeing teria percorrido cerca de 1600 quilómetros em direcção a oeste do Oceano Índico, depois de ter voado durante várias horas.
Razak afirma que agora as investigações apontam para dois caminhos possíveis: um corredor norte, que se estende do norte da Tailândia até ao Cazaquistão, e um corredor sul, da Indonésia até ao Oceano Índico.
No domingo, Razak pediu a cooperação de todos os países situados ao longo das possíveis rotas da aeronave.
Na última quinta-feira, os Estados Unidos enviaram um sofisticado equipamento de monitorização para o Oceano Índico para ajudar na busca do avião.
4 - O avião, de certeza, desintegrou-se sobre o Mar do Sul da China – Falso No sábado, o primeiro-ministro malaio afirmou que as operações de busca do avião no Mar do Sul da China foram encerradas.
Pela rota original, a aeronave deveria ter sobrevoado o Camboja e o Vietname.
O Boeing desapareceu quando atravessava a fronteira dos espaços aéreos entre a Malásia e o Vietname.
Inicialmente, as buscas concentraram-se inicialmente no Mar da China Meridional, ao sul da península vietnamita de Ca Mau.
Mas dias depois do desaparecimento, o chefe da Força Aérea da Malásia indicou que um objecto não identificado tinha aparecido em radares militares sobre o estreito de Malaca, a centenas de quilómetros do ponto onde ocorreu o último contacto da aeronave e a uma longa distância de sua rota planeada.
Em seguida, a área de buscas foi ampliada para incluir o estreito.
Foto dos destroços do avião da Malaysia Airlines divulgada pela Administração Estatal Chinesa de Ciência.
5 - China encontrou destroços do avião – Incerto Na semana passada, as autoridades chinesas divulgaram imagens de satélite que mostram destroços – que pareciam ser de um avião – no Mar do Sul da China.
Seguidamente, o ministro interino dos Transportes da Malásia, Hishammuddin Hussein, negou que as imagens fossem do voo MH370. Hussein acrescentou que a embaixada chinesa em Kuala Lumpur tinha afirmado que as imagens eram “um erro”.
Mas o governo chinês não confirmou a versão de Hussein e, de acordo com a televisão estatal do país, um navio de guerra continua a procurar destroços na área. Relatórios sugerem que a Malásia não conseguiu analisar as imagens correctamente.
Dos passageiros a bordo, 153 eram chineses, e Pequim tem pressionado a Malásia para intensificar as buscas pela aeronave.
Na sexta-feira, sismólogos chineses disseram que tinham provas de um “evento no fundo do mar” ocorrido cerca de 90 minutos depois de o avião ter desaparecido.
Os sismólogos identificaram vibrações que poderiam ter sido causadas pela entrada da aeronave no oceano.
6 - Erro humano ou suicídio dos pilotos causou o desaparecimento – Incerto Mau tempo, erro humano ou falha técnica são alguns dos factores mais comuns por trás de acidentes aéreos.
O inspector-geral da Polícia da Malásia, Khalid Abu Bakar, disse que as investigações estão concentradas em quatro frentes: sequestro, sabotagem, problemas psicológicos entre passageiros e tripulantes e problemas pessoais entre passageiros e tripulantes.
Mas até agora o que se sabe é que as condições climáticas do voo eram boas, e o capitão, Ahmad Shah, de 53 anos, tinha mais de 18 mil horas de voo e trabalhava na companhia desde 1981.
Embora a investigação inicialmente não tenha encontrado indícios de que Shah ou o copiloto Fariq Hamid tenham cometido suicídio, as autoridades informaram que a investigação se concentrará no histórico de ambos e no resto da tripulação e passageiros.
A Malaysia Airlines mantém um bom histórico de segurança e informou que o avião, um Boeing 777 -200ER, tem um dos registos mais seguros da tecnologia aeronáutica moderna.
7 - Um ataque terrorista fez explodir o avião – Incerto “É muito onvulgar uma aeronave desaparecer”, explica à BBC David Gleave, especialista que investiga acidentes aéreos.
“Normalmente contamos com informações dos localizadores de emergência e das unidades de sinais acopladas às caixas-pretas para nos ajudar a encontrar um avião desaparecido”, diz ele. “É altamente atípico que uma aeronave desapareça dos sistemas de radar tão rapidamente.”
Gleave acrescenta que “um avião pode desaparecer do radar apenas se ocorrer um evento súbito”.
“Mas nesse caso esperaríamos algo como uma despressurização ou um ataque terrorista. Isso causaria uma queda relativamente lenta e apareceria no radar. E o piloto poderia comunicar algo para o controle de tráfego aéreo”, disse.
Os relatórios iniciais sugeriam que todos os sinais da aeronave foram perdidos simultaneamente. Com base nessas informações, especulou-se que o avião se tivesse desintegrado a alta altitude, devido à explosão de uma bomba.
Porém, a única certeza, oito dias após o vôo MH370 ter desaparecido com 239 pessoas a bordo, é que ninguém sabe onde está o avião ou qual foi a causa do seu desaparecimento.
Via | ZAP / BBC |
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