Mia Couto - Geração à Rasca - A Nossa Culpa
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06-12-2015, 11:10
Mensagem: #31
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Mia Couto - Geração à Rasca - A Nossa Culpa (comentario de 2012-09-12)
Coloco neste forum, o mesmo comentário que coloquei na página onde vi pela primeira vez esta "critica mordaz, porquanto inegavelmente precisa" do consagrado Mia Couto.
Não encontro em mim suficiente gabarito intelectual, para emitir comentários acerca deste excelente artigo, que exprime duma forma sublime, algo que também me aflige. Não poderia estar mais de acordo, com o merecido puxão de orelhas aos Papás, mentalmente impreparados, chauffeurs particulares desta geração, crescida na coqueluche dos seus lares, transformados em hotéis de 5 estrelas, onde nada pode faltar ao menino e à menina. Estes pequenos ditadores, vão-se habituando a dar ordens aos seus progenitores, com uma libertinagem descontrolada, oriunda da revolução dos cravos. Ainda assim, atrever-me-ia a perguntar se não seria justo afirmar: "a culpa não é só deles", na parte final do seu texto. O "só" seria aplicado, à deficiente Auto-regulação (no sentido da capacidade para disciplinarem o seu próprio comportamento) com que esta Geração-Z parece estar afectada. Como profissional na área das novas tecnologias, sendo a formação uma das actividades exercidas, cumpria-me alertar os formandos para os perigos da Informática, dos quais destaco o livro: "O Segundo Eu - Os Computadores e o Espírito Humano", onde se alerta para a tendência das pessoas se isolarem numa relação cada vez mais íntima com a máquina, passando esta a ser uma projecção do seu próprio Eu. Excluindo a desculpabilização total, até que ponto não se deveriam incluir as vicissitudes das novas tecnologias, na perturbação da geração em apreço ? 12 de Setembro de 2012 às 02:37 Cândido M. Rodrigues |
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29-12-2015, 03:19
(Esta mensagem foi modificada pela última vez a: 29-12-2015 03:42 por davl.)
Mensagem: #32
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RE: Mia Couto - Geração à Rasca - A Nossa Culpa
Não concordo em nada. O escritor é optimo a escrever ficção talvez seja mesmo essa a sua vocação. O País que ele vê é um País onde não existe empresas de emprego precário que ocuparam o lugar dos recrutadores das grandes e das multinacionais. Ele fala de jovens que fizeram a sua parte em estudar e lutar por aquilo que acreditam e depois queixasse que esses mesmos jovens tiveram mais oportunidades. Quais? De ter uma vida mais digna que os pais?
Os jovens que este autor que eu aprecio e leio não são os mesmos que eu vejo. Eu vejo jovens que procuram trabalho noutras áreas, inclusive áreas que não pedem qualquer qualificação apesar deles a terem. Eu vejo jovens que se esforçam e lutam e que até tentam o empreendedorismo. O que este senhor não fala porque provavelmente a sua paternidade ficou-se pelo cadeirão ao invés de ir para o terreno observar o que se passa realmente. Escrever factos não é a mesma coisa que escrever ficção. Para escrever factos temos de nos dar ao trabalho - ir para o terreno, pesquisar, questionar... Ele não fala que no tempo dos nossos pais/avós eles eram ocupados com o ultramar, no serviço da guerra. Os que ficavam não tinham qualificações e viviam uma vidinha sem objetivos e ambições. Os jovens que conheço têm objetivos e ambições. Mais do que ter uma casa e um carro querem ter um futuro. São pessoas que acreditam que podem fazer a diferença e lutam pela igualdade. Eu não quero dizer que textos destes minam a nossa sociedade, não diria minar, mas tentam desviar dos verdadeiros problemas do desemprego. Sem demagogias, sem opiniões, são os factos e eles falam bem mais alto. E pergunto-me se o autor queria ver os jovens na completa miséria por não terem um emprego. Quando ele diz que vê jovens em concertos. Bem, felizmente convivesse senão tinhamos uma geração com alto teor de depressões e não penso que isso faça destes jovens ricos apenas acho que talvez não sejam financeiramente miseráveis no entanto podem não conseguir se auto-sustentar. Gastar 150€/mês de mesada e viver na casa dos pais não faz alguém rico nem com capacidade de sustento. Infelizmente nem toda a gente tem a sorte de ter ajudas de familiares e vive pior. E infelizmente as grandes empresas aproveitam-se disso para os explorar. Isso o autor não fala porque se calhar para ele desde que as pessoas se sustentem seja de que forma for será uma geração vencedora ao invés de lutarem e resistirem. Vou ficando por aqui nem vou para a ofensa privada, não é Mia Couto? Se realmente é você... |
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