Direitos de Autor, Pirataria e Gnu/Linux: Ideias Soltas

[zerozero]

Os últimos meses teem sido férteis em noticias sobre a luta que se trava nos Estados Unidos, em Franca, no Parlamento Europeu e ate aqui em Inglaterra no combate as variadas formas de pirataria na net.

Convém lembrar:
- as tentativas grotescas do Presidente Francês de fazer passar uma Lei inconstitucional, dos seus vários reveses, e da sua "vitoria" final já dentro da Legalidade.

-a campanha do Partido Pirata Sueco para o Parlamento Europeu e da eleição de um deputado "pirata"

- o julgamento do "The Pirate Bay" e a pesada sentença final

- os casos que teem surgido de comuns cidadãos que se vêem a contas com a Justiça e com sentenças duras por fazerem downloads de, nalguns casos meia dúzia de musicas, para consumo privado.

No campo dos Direitos de Autor/Propriedade Intelectual a coisa não esta mais famosa. Diria que o horizonte esta ate mais carregado

- nos últimos dias, o caso Microsoft Word (Sera que a Microsoft vai ser mesmo impedida de vender o Word!?)

- a Justiça Norte-Americana esta cheia de casos por violação de patentes (Mp3, tecnologia Core Duo, ridículo mas verdade ate o Solitário, os variados casos em que a Apple se tem visto envolvida)

No campo Gnu/Linux, e para quem e' utilizador de distros provenientes dos Estados Unidos sabe que Codecs proprietários não há.
Quem os quer, descarrega-os e instala-os depois, colocando o fornecedor da distro a salvo de qualquer processo judicial.
A próxima edição do Mint terá certamente uma solução semelhante. E o preço do sucesso!

Para quem como nos e' utilizador anónimo da net, estas são guerras entre a Liberdade e a Ditadura.

A longo prazo a primeira poderá vencer mas ate la muitos sofrerao

[MiKe Rastor]

Oh bolas, nunca tinha reparado que o Mint era uma distro norte-americana. La se vai o conforto do out-of-the box com o Mint.

[Mkman]

Detesto o Mint, simplesmente nao funciona como devia

[JPedrosa]

(16-08-2009 16:58)MiKe Rastor Escreveu:  Oh bolas, nunca tinha reparado que o Mint era uma distro norte-americana. La se vai o conforto do out-of-the box com o Mint.

Nos dias de hoje, não sei ao certo como avalias a nacionalidade de um projecto, mas o fundador do Mint (Clement Lefebvre) é Irlandês.
Outros que fazem parte do projecto, são de sítios como, Suécia, Austrália, USA. E o site está a alemanha

O facto de eles estarem presentemente a ponderar tirar os codecs que vêm instalados por default é uma medida de segurança para o projecto.
Vão no entanto providenciar uma tool para instalar a tralha dos codecs toda sem "espigas".

Reparem numa coisa, nos dias que correm em que cada empresa processa outras por nada, é apenas justo que um projecto de meia dúzia de pessoas se defenda ... digo eu.

[MiKe Rastor]

Concordo

[zerozero]

Obrigado JPedrosa por de uma forma sintética tornar mais objectivo o meu testamento.

A questão do Gnu/Linux e' que em certo momento tem que lidar com aquela fronteira tenue da compatibilidade com o universo Windows e ai começam os problemas.

Para ser sedutor e popular sem que ser compatível

E como, sendo um universo livre e grátis, se relaciona com realidades comerciais e/ou proprietárias?

Esticando um pouco a corda do raciocínio será totalmente legal ter aplicações OpenSource compatíveis com algo tão banal como o Mp3?

[racoq]

O mint é Irlandês, pelo menos é essa a nacionalidade associada a ele no distrowatch.

[JPedrosa]

O que esta luta antipirataria tem de gira, é o seu "targetting".

O mp3 é perseguido e caçado pelos cães de caça das editoras discográficas, que ganham fortunas ás custas dos talentos alheios.
Por sua vez não vejo tanto empenho na luta pelo excesso de velocidade, talvez porque isso iria afectar a médio prazo alguma marcas de luxo que vivem das aberrações que fazem (e das quais eu adoro... já agora).

Voltando á questão, o "drama" é que quem teoricamente é lesado, não sabe tentar vencer os problemas pela qualidade, pela inovação, tenta vencer na "escuridão".
As editoras por exemplo podiam dar mais valias, como edições de CD's decentes, com TAG's, com história das bandas, com leds a piscar, com embalagens inovadoras, ao invés, tentam as jogadas mais sujas possíveis e imaginárias.

Por exemplo, para a música, dos que aqui andam, quem se importaria de pagar 0,15€/musica?

Quanto ás patentes, aqui já temos muito mais "tema de conversa".
Efectivamente existe muita sacanagem neste meio, e não é pela M$ ou a Google ou qualquer outro gigante, serem grandes, que são donos da verdade. É quase impossível saber se "aquela ideia mágica" foi obtida por si só, ou se foi á cusca de muita pesquisa na net e copiar de outros.
E depois há ainda uma questão mais "cabeluda", existem milhões e milhões de gente a programar, se bem que é difícil dois programadores escreverem o mesmo código, é muito mais fácil escolherem abordagens semelhantes. E num tempo onde tudo se sabe, um gajo pode desenvolver uma tecnologia para a M$ na India, e haver uma empresa de 2 ou 3 gajos na Finlândia que tomou uma abordagem semelhante.... e daí entrarem em conflito porque alguém acha que copiou ...

é uma guerrilha, mais do que uma guerra, e vem para ficar, não tenham dúvidas, por isso, quem se quiser aventurar no mundo da programação e de projectos que venham a crescer, aconselho vivamente a escolherem meticulosamente as tecnologias usadas, leiam com fartura sobre tudo o que tencionam usar, garantam que têm permissões para o fazer, nem que seja por escrito.

JP

[Manuel Jose]

@JPedrosa:
Tens toda a razão, já me aconteceu "inventar" coisas que depois soube que já existiam ou que iam/ainda vão existir. Lembro-me perfeitamente quando disse a um colega meu: "acabei de ter uma ideia, uma psp com telemóvel incorporado", ao que ele me respondeu: "a sony já está a fazer isso". Isto é só um exemplo, já me aconteceu n vezes. Também concordo que quem devia ganhar mais por cd deviam ser os cantores e não as editoras. Nos livros acontece o mesmo, as editoras é que ganham mais. Eu já tive uma professora de português que era escritora, lembro-me de um livro dela (que eu até comprei) que custava 10 €, mas ela só ganhava 1 ou 2, não tenho bem a certeza. Só sei que fiquei pasmado quando soube isto. Quem fez é que ganha menos? Porquê? E depois ainda se vêm queixar Atenção, eu sou contra a pirataria, mas acho que a maior parte do dinheiro devia ir para o autor, o que as editoras fazem é um roubo, a meu ver, pior que a pirataria.

[RaCcOn]

(17-08-2009 00:08)JPedrosa Escreveu:  O que esta luta antipirataria tem de gira, é o seu "targetting".

O mp3 é perseguido e caçado pelos cães de caça das editoras discográficas, que ganham fortunas ás custas dos talentos alheios.
Por sua vez não vejo tanto empenho na luta pelo excesso de velocidade, talvez porque isso iria afectar a médio prazo alguma marcas de luxo que vivem das aberrações que fazem (e das quais eu adoro... já agora).

O problema é que pirataria afecta milhares de pessoas e excesso de velocidade é demasiado relativo...Porquê se preocupar com excesso de velocidade quando se tem milhares de crianças a morrer a fome e a sofrer de maus tratos por este mundo fora?
As marcas fazem o que o mercado lhes permite fazer, neste caso não são aberrações, são carros como outros tantos que por ai andam e são para um determinado tipo de condutor...neste caso poderão ser utilizados dentro dos limites da lei na via publica ou fora destes em pistas e recintos criados especificamente para o efeito...
Tenho carro, 2000cc neste caso, no entanto não fosse a questão de impostos no nosso pais certamente teria um 3000cc ou mais...tudo isto apesar de o meu 2000cc andar bem mais que a maioria dos 3000cc que por ai andam...

(17-08-2009 00:08)JPedrosa Escreveu:  Voltando á questão, o "drama" é que quem teoricamente é lesado, não sabe tentar vencer os problemas pela qualidade, pela inovação, tenta vencer na "escuridão".
As editoras por exemplo podiam dar mais valias, como edições de CD's decentes, com TAG's, com história das bandas, com leds a piscar, com embalagens inovadoras, ao invés, tentam as jogadas mais sujas possíveis e imaginárias.

Por exemplo, para a música, dos que aqui andam, quem se importaria de pagar 0,15€/musica?

Seria completamente irreal pagares um valor tão baixo por uma musica, as coisas não são caras, nós e que ganhamos pouco. Imagina que estás em Portugal onde o salário médio é cerca de 500€/Mes, e esmagadora maioria das editoras estão nos EUA, onde o salário médio é 5000USD/Mes...já pensas-te nos custos de edição de um CD/DVD?Pensa nisso tudo, faz bem as contas e no fim diz-me se efectivamente cobrarem 15/20/30€ por um CD é muito...

(17-08-2009 00:08)JPedrosa Escreveu:  Quanto ás patentes, aqui já temos muito mais "tema de conversa".
Efectivamente existe muita sacanagem neste meio, e não é pela M$ ou a Google ou qualquer outro gigante, serem grandes, que são donos da verdade. É quase impossível saber se "aquela ideia mágica" foi obtida por si só, ou se foi á cusca de muita pesquisa na net e copiar de outros.
E depois há ainda uma questão mais "cabeluda", existem milhões e milhões de gente a programar, se bem que é difícil dois programadores escreverem o mesmo código, é muito mais fácil escolherem abordagens semelhantes. E num tempo onde tudo se sabe, um gajo pode desenvolver uma tecnologia para a M$ na India, e haver uma empresa de 2 ou 3 gajos na Finlândia que tomou uma abordagem semelhante.... e daí entrarem em conflito porque alguém acha que copiou ...

Lá porque tiveste uma ideia excelente não quer dizer que tenhas hipotese de registar patente...depois...imagina,
Primeira situação - inventas uma coisa e vais logo a correr registar a patente, no entanto não tens capital para investir de maneira a potenciar a tua ideia...
Segunda situação - Inventas essa mesma coisa, procuras uma empresa já implementada no mercado na mesma área e vendes a tua ideia(valor fixo ou comissão de lucros), a empresa investe nisso e regista a patente dessa tua ideia...
Qual deles vai vingar?Tu sozinho que não tens dinheiro para potenciar a tua ideia?Nesse caso salvo raras excepções vais acabar por morrer e não conseguir fazer nada...ao contrário na segunda hipotese havendo capital para investir, seja em recursos humanos ou em Marketing e estudos de mercado, a ideia irá para a frente certamente...

(17-08-2009 00:08)JPedrosa Escreveu:  é uma guerrilha, mais do que uma guerra, e vem para ficar, não tenham dúvidas, por isso, quem se quiser aventurar no mundo da programação e de projectos que venham a crescer, aconselho vivamente a escolherem meticulosamente as tecnologias usadas, leiam com fartura sobre tudo o que tencionam usar, garantam que têm permissões para o fazer, nem que seja por escrito.

JP

Como programador, nós temos ideias para "oferecer" ás empresas...não é possível sequer dois utilizadores escreverem o mesmo código sequer...no entanto se fores bom, certamente que vais vingar no mercado...caso não o sejas...és mais um dos que por cá andam...

(Linux Mint é Irlandês devido ao seu criador e tem programadores espalhados um pouco por todo mundo...incluindo em Portugal )

(19-08-2009 22:35)Manuel Jose Escreveu:  @JPedrosa:
Tens toda a razão, já me aconteceu "inventar" coisas que depois soube que já existiam ou que iam/ainda vão existir. Lembro-me perfeitamente quando disse a um colega meu: "acabei de ter uma ideia, uma psp com telemóvel incorporado", ao que ele me respondeu: "a sony já está a fazer isso". Isto é só um exemplo, já me aconteceu n vezes. Também concordo que quem devia ganhar mais por cd deviam ser os cantores e não as editoras. Nos livros acontece o mesmo, as editoras é que ganham mais. Eu já tive uma professora de português que era escritora, lembro-me de um livro dela (que eu até comprei) que custava 10 €, mas ela só ganhava 1 ou 2, não tenho bem a certeza. Só sei que fiquei pasmado quando soube isto. Quem fez é que ganha menos? Porquê? E depois ainda se vêm queixar Atenção, eu sou contra a pirataria, mas acho que a maior parte do dinheiro devia ir para o autor, o que as editoras fazem é um roubo, a meu ver, pior que a pirataria.

O livro custa 10€ de venda ao publico, ora vamos lá fazer umas contas por alto e ver se o lucro da tua professora era justo ou não...
Ora, despesas fixas...

3€ - Papel
3€ - Impressão de todo o livro e encapamento do mesmo.
2€ - Lucro do revendedor.

ou seja, 8€...ficam a sobrar 2€ para a tua professora e para a editora em si...
No caso da tua professora, esse lucro terá de dar para a sustentar financeiramente, no caso da editora, tem de ser suportados todos os funcionários, instalações, etc...

Ah até esqueci de acrescentar os impostos que ainda terão de ser pagos ao nosso querido governo...

Se fizeres bem as contas, ao final de todos os livros vendidos...
A tua professora, escreve um livro e recebe por cada 1000Livros vendidos(não é muito dificil sendo um bom livro) 2000€...(mau não é?), já para não falar que para o resto da vida dela vai receber sempre que o livro for vendido e geralmente as editoras até potenciam a que isso aconteça...
mais tarde, os filhos da tua professora vão receber esse mesmo valor, pois o que ela recebe são chamados Royalties, que são hereditários...
Logo não penses que são assim tão mal pagos...



Em jeito de conclusão, como técnico de informática e programador, digo-te que deveriam de ser tomadas medidas muito sérias em relação a pirataria...
Afinal de contas ao usufruires de algo sem pagar, estás a tirar mais 1€ do bolso do seu criador que ao fim de muita gente a fazer isso vai fazer uma grande diferença...
Querias estar a fazer algo, e no final receberes 0€ apenas porque toda a gente decidiu utilizar sem permissão?!penso que não...pensem nisso quando estiverem a pensar em piratear...
Como é logico eu já fiz e continuo a fazer downloads...no entanto não se podem considerar de todo ilegais...
Musica, faço download apenas para ver se as musicas do Album me agradam...se agradarem compro orginal, caso apenas seja uma ou outra, efectuo a compra pelo Itunes do que me agrada...
Software, quando não há trial, faço download, se me agradar compro, caso contrário, elimino...