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vamos longe ,vamos!
28-12-2010, 00:26
Mensagem: #41
RE: vamos longe ,vamos!
BladeRunner, fazes muito bem em revoltar-te, mas não concordo quando dizes no início que não votas...porque votar, para além de direito, é dever, na minha opinião! E votar em branco é votar e também serve de revolta face aos "estatutos" actuais dos partidos...mas é só a minha opinião!Wink
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28-12-2010, 01:00
Mensagem: #42
RE: vamos longe ,vamos!
(28-12-2010 00:26)v_andre Escreveu:  BladeRunner, fazes muito bem em revoltar-te, mas não concordo quando dizes no início que não votas...porque votar, para além de direito, é dever, na minha opinião! E votar em branco é votar e também serve de revolta face aos "estatutos" actuais dos partidos...mas é só a minha opinião!Wink

Tenho pena que venhas postar sem ler o que está para trás!
Mas, meu caro... estás formatado!
Antes dos deveres existem direitos... e é um direito constitucional não votar! Eu não concordo com este sistema de eleição... logo não participo!
Eu não concordo em colocar lá seres rastejantes... logo não participo!
E depois... o voto em branco conta! E já se torna cansativo perguntar àqueles que falam do dever de voto se sabem do que falam! Porque se pararem e reverem todas as eleições, todos os apelos ao voto pré eleição refletem um só medo, medo da abstenção! E medo porquê? Porque é a única arma ao dispôr do comum cidadão para parar o sistema... porque sem quorum a eleição não tem efeito e ninguém é eleito. O país é governado por um governo de gestão e ai é obrigado a ouvir o cidadão!
Voto em branco... conta! Conta para o quorum... para a participação!
O que os seres rastejantes gostam é dos que pensam como tu... eles estão lá às vossas custas. Foram vocês que lá os colocaram... os rosa, os laranja, os azuis, os vermelhos, etc... e as cores são só para vos enganar, eles são todos iguais! Andam todos ao mesmo!
Mas votem... votem, mas depois não se queixem! É que já andam nisto há 35 anos... e estamos cada vez pior! Ora votam numa cor... depois, chateados, votam noutra... ou então votam sempre na mesma, porque são do "clube" e é irrelevante se fazem asneirada ou não...
Felizmente a abstenção é cada vez mais representada, mais uma opção de muitos que não contribuem para esses parasitas lá sentar o cu... jo!
Quem vota, já só escolhe por que cor quer ser roubado! Mais nada... até as listas são alteradas à posteriori!
Votar num ser desses para ganhar o que ganha? Para irem para lá e ao fim de dois mandatos ganharem uma reforma insultuosa?
Votem... votem...
Não parem isto que eu não quero... até parece que acham que isto funciona!
Estatutos dos partidos? Mas o que é que isso tem a ver com a discussão?
Vota em branco, vota... revolta? Que engano... crasso! Conta é para validar as eleições!
Formatados... é o que eles gostam e incentivam... a formatação ideológica e o sentido do dever! E cada vez nais reduzem os direitos...
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28-12-2010, 14:00 (Esta mensagem foi modificada pela última vez a: 28-12-2010 14:03 por azulandre.)
Mensagem: #43
RE: vamos longe ,vamos!
desculpa descordar mas isso é muita teoria.

A minha opinião vale o que vale mas:

Votar branco/nulo é voto de descontentamento de medidas/políticas.
Não Votar é DESINTERESSE e todos esses que assim fazem, não têm que reclamar das politicas, pois não expressaram o seu sentido de voto, pois para essas pessoas foi tão indiferente que nem lá foram.

Por isso sempre que hà eleições, incentivo a irem votar nem que seja para "descarregar" o voto e votar em branco, fazer o seu dever de cidadão.

Deveriam fazer como no BRASIL, quem não vota, perde direitos.
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28-12-2010, 20:12
Mensagem: #44
RE: vamos longe ,vamos!
(28-12-2010 14:00)azulandre Escreveu:  Deveriam fazer como no BRASIL, quem não vota, perde direitos.



essa é boa,e não conhecendo a realidade politica brasileira isso na minha terra tem um nome, ditadura.
obrigar as pessoas a votar ,era só o que faltava, mas não duvido nada que haja pessoas que pensem assim.
faz me lembrar a história do fulano que vai ao restaurante e é obrigado a comer o que lhe dão.enfim.
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28-12-2010, 20:19 (Esta mensagem foi modificada pela última vez a: 28-12-2010 20:24 por JPedrosa.)
Mensagem: #45
RE: vamos longe ,vamos!
essa do "quem não vota perde direitos" é para rir.

Repara uma coisa:
Se o voto em branco conta para o quorum e se não votar desse perda de direitos... Que ferramenta tem o cidadão para dizer "não quero".

O problema é que não existe informação suficiente acerca do valor da abstensão.

A mesma situação para o orçamento de estado. Assistimos pacificamente a uma chatagem sem precedentes para a viabilização do orçamento, sob o pretexto que caia o céu se não viabilizessemos o dito cujo.
Ora só quem anda desatento é que não viu que os mercados se borrifaram para o orçamento. O que estes animais queriam, era fazer passar uma série de leis "enquanto era tempo". Informa-te, vai ver que alteração ao orçamento o PS propos ao final do último dia para esta propostas. Já nem estava ng no parlamento, resultado...foi aprovada. Logo de seguida veio a mudança de financiamento dos partidos.

O que temos aqui, é uma corja que tem que ser corrida asap. Nem que seja á bomba. Morram para aí todos. Alguém que tenha a coragem de meter uma bomba no parlamento. Um imbecil que nem acerca do seu cv consegue ser transparente. Nem no cv por amor de deus. Mais valia ser frontal e dizer que não tem curso, subia 10 na minha consideração, passava para aí a ter 5milhões negativos hehehe.

Já toda a gente sabe que depois do fandango das presidenciais vamos chamar o fmi. Já toda a gente sabe que o défice está a ser manipulado pq ainda é maior do que dizem.
no próximo trimestre, quando o governo tiver que inventar vários milhares de milhões para pagar dívida pública que vai vencer ... Vamos ver mais um plano de austeridade.

vai lá e vota...pode ser que passe...

Edit: esqueci-me de dizer que nas presidenciais, se o Manuel João tivesse avançado e tivesse feito a coisa de maneira ir mesmo a votos...o meu voto era dele.
Ia cair da cadeira a rir se o gajo calha a ganhar...imigina a vergonha que ia ser... Podia ser que servisse para alguma coisa.
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14-03-2011, 01:08 (Esta mensagem foi modificada pela última vez a: 14-03-2011 20:06 por BladeRunner.)
Mensagem: #46
RE: vamos longe ,vamos!
Afinal o pinóquio disse que tinhamos 800 milhões " a mais"...
Entretanto o ex-primeiro, também cínico, arrogante e com tiques de ditador, ACS tomou posse com um discurso digno de um tipo com tomates de relevo, algo que lhe faltou durante o primeiro mandato! Nesse limitou-se a levantar suspeitas acerca de escutas...
Mas... há sempre um mas, mas...passado um dia do seu discurso de ruptura e que exigia verdade e frontalidade... eis que o pinóquio, a arrepio da AR, do ACS, dos Parceiros Sociais, da Oposição... apresenta um PEC4/5!!!
E o que faz o ACS? Em linha com o seu discurso, com a tomada do poder através dos seus tomates? Dissolve a AR? Não... cala-se... muito caladinho... e atira a batata quente para o seu acólito ex-JSD, Pedro Passos Coelho... que o tire da cartola (o coelho).
Pois... o Cavaquinho... tem o dinheirinho no BPNinho... e sabe-se lá onde mais. O que ele quer é a sua situação resolvida!
O gado... vulgo carneirada, que lá esteve presente com o seu voto que se safe! Que pague a gasolina mais cara (devido ao imposto), o leite, o pão, etc.
Os ordenados são dos mais baixos da UE, as reformas estão a ser delapidadas, os impostos estão a crescer todos os meses... o fosso continua a aumentar entre quem nada ganha e quem muito ganha.
Os gestores continuam o seu frenesim de altos ordenados e prémios... os políticos acompanham, é o seu futuro. Temos um governador do Banco de Portugal que ganha 3 vezes mais que o Secretário do Tesouro dos EUA... quem está à frente da TAP ganha mais não sei quantos ordenados que o PR... etc, etc!
Ninguém é responsabilizado por má gestão! Todos os políticos que entregaram o país ao Eixo franco-Alemão andam ai com altas reformas acumuladas e muitos ainda na AR... e andam nisto há 35 anos... e ainda há quem, na ladainha do dever, neles vote!
Parabéns!!!
Como disse noutro tópico... quem votou no Manuel Alegre que não reclame da actual situação, afinal o poeta acumula 6 (seis) reformas chorudas!!! É o politico activo com mais reformas acumuladas...
Coitadinho...
Olhem... copiem: http://tv1.rtp.pt/noticias/?t=Reformas-n...90426&tm=7

E riam-se, ou... chorem:



Continuando...

Enquanto é apresentado um PEC4/5, onde se dá mais umas machadadas nos que menos têm e se aperta mais o laço em torno do nosso pescoço, estes seres rastejantes pensam nos coitadinhos dos meninos e graúdos que têm tempo e dinheiro para se dedicar ao golfe:

Governo prepara redução do IVA para o golfe

Sócrates foi sensível a argumentos do sector. Praticantes poderão pagar apenas 6% de imposto, em vez dos 23% actuais. Solução passará por nova interpretação da lei

FONTE: http://www.jornaldenegocios.pt/home.php?...&id=473027

A pensar nos milhares de crianças que bebem leite, leite chocolatado, etc... vão aumentar o IVA para 23%! É assim mesmo pinóquio...
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22-03-2011, 18:48
Mensagem: #47
RE: vamos longe ,vamos!
Sensível ao um sector de pessoas cheias de dinheiro. Quando um pastor (pobre aparentemente) foi jogar golfe, foi logo notícia na TV...
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23-03-2011, 17:39 (Esta mensagem foi modificada pela última vez a: 23-03-2011 21:39 por BladeRunner.)
Mensagem: #48
RE: vamos longe ,vamos!
O próximo sr. que se segue no cargo de primeiro-ministro já todos sabemos quem é... pelo menos o nome!
Mas quem é ele? Realmente...
Ora, um colega user de outro fórum abriu um tópico interessante:
http://forum.autohoje.com/off-topic/9772...homem.html
Aquilo que eu já tenho vindo a dizer... que são todos iguais, e que os que estão na fila para cargos, mais iguais têm de ser.
Em 35 anos de democracia (pseudo), andamos a derivar de rosas para laranjas, com o azul e amarelo misturado e até os vermelhos se misturam. E não passamos disto... 35 anos de eleitores formatados para o voto, a contribuir para o actual estado das coisas!

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A minutos das declarações do Pinóquio... o balde vai mudar... a ***** vai ser a mesma!

http://www.sabado.pt/Actualidade/Portuga...dalos.aspx

Que venha o FMI... a ir aos bolsos, que seja uma Entidade externa. Porque, primeiro, vão por pôr a descoberto toda a roubalheira que foi/está a ser efectuada por Fundações, Institutos, ett. Depois, porque vão começar por cima... pelos que podem, espero. Aos restantes... já quase que não dá para apertar mais. Se tentarem, talvez se comece a ver mais pessoal na rua e uns carros de alta cilindrada virados, à porta da Banca!

Olha outro que tal...
http://aeiou.visao.pt/dciap-pede-informa...ma=f594622

São todos iguais... e andam todos ao mesmo! Não adianta andarem a mudar o sentido de voto, a mudar de cor... não adianta votar em branco, o voto em branco conta para "quorum" e assim continuam a participar na farsa que já leva cerca de 37 anos!
Estes seres têm de ser parados e expulsos!
O sistema tem de mudar... ser mais representativo! Menos políticos, menos cargos, menos regiões! Mais proximidade entre o eleito e o seu eleitor! Não acumulação de cargos, não acumulação de reformas, tectos para ordenados de gestores, tectos para as reformas!
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26-03-2011, 21:08 (Esta mensagem foi modificada pela última vez a: 26-03-2011 21:11 por BladeRunner.)
Mensagem: #49
RE: vamos longe ,vamos!
Eleições? Participar num acto com actores recalcados?
Com estes politiqueiros? Com os que estão na fila?

Vou é para a Islândia:

Porque silenciam a ISLÂNDIA?

(Estamos neste estado lamentável por causa da corrupção interna – pública e privada com incidência no sector bancário – e pelos juros usurários que a Banca Europeia nos cobra.
Sócrates foi dizer à Sra. Merkle – a chanceler do Euro – que já tínhamos tapado os buracos das fraudes e que, se fosse preciso, nos punha a pão e água para pagar os juros ao valor que ela quisesse.
Por isso, acho que era altura de falar na Islândia, na forma como este país deu a volta à bancarrota, e porque não interessa a certa gente que se fale dele)
Não é impunemente que não se fala da Islândia (o primeiro país a ir à bancarrota com a crise financeira) e na forma como este pequeno país perdido no meio do mar, deu a volta à crise.
Ao poder económico mundial, e especialmente o Europeu, tão proteccionista do sector bancário, não interessa dar notícias de quem lhes bateu o pé e não alinhou nas imposições usurárias que o FMI lhe impôs para a ajudar.
Em 2007 a Islândia entrou na bancarrota por causa do seu endividamento excessivo e pela falência do seu maior Banco que, como todos os outros, se afogou num oceano de crédito mal parado. Exactamente os mesmo motivos que tombaram com a Grécia, a Irlanda e Portugal.
A Islândia é uma ilha isolada com cerca de 320 mil habitantes, e que durante muitos anos viveu acima das suas possibilidades graças a estas “macaquices” bancárias, e que a guindaram falaciosamente ao 13º no ranking dos países com melhor nível de vida (numa altura em que Portugal detinha o 40º lugar).
País novo, ainda não integrado na UE, independente desde 1944, foi desde então governado pelo Partido Progressista (PP), que se perpetuou no Poder até levar o país à miséria.
Aflito pelas consequências da corrupção com que durante muitos anos conviveu, o PP tratou de correr ao FMI em busca de ajuda. Claro que a usura deste organismo não teve comiseração, e a tal “ajuda” ir-se-ia traduzir em empréstimos a juros elevadíssimos (começariam nos 5,5% e daí para cima), que, feitas as contas por alto, se traduziam num empenhamento das famílias islandesas por 30 anos, durante os quais teriam de pagar uma média de 350 Euros / mês ao FMI. Parte desta ajuda seria para “tapar” o buraco do principal Banco islandês.
Perante tal situação, o país mexeu-se, apareceram movimentos cívicos despojados dos velhos políticos corruptos, com uma ideia base muito simples: os custos das falências bancárias não poderiam ser pagos pelos cidadãos, mas sim pelos accionistas dos Bancos e seus credores. E todos aqueles que assumiram investimentos financeiros de risco, deviam agora aguentar com os seus próprios prejuízos.
O descontentamento foi tal que o Governo foi obrigado a efectuar um referendo, tendo os islandeses, com uma maioria de 93%, recusado a assumir os custos da má gestão bancária e a pactuar com as imposições avaras do FMI.
Num instante, os movimentos cívicos forçaram a queda do Governo e a realização de novas eleições.
Foi assim que em 25 de Abril (esta data tem mística) de 2009, a Islândia foi a eleições e recusou votar em partidos que albergassem a velha, caduca e corrupta classe política que os tinha levado àquele estado de penúria. Um partido renovado (Aliança Social Democrata) ganhou as eleições, e conjuntamente com o Movimento Verde de Esquerda, formaram uma coligação que lhes garantiu 34 dos 63 deputados da Assembleia). O partido do poder (PP) perdeu em toda a linha.
Daqui saiu um Governo totalmente renovado, com um programa muito objectivo: aprovar uma nova Constituição, acabar com a economia especulativa em favor de outra produtiva e exportadora, e tratar de ingressar na UE e no Euro logo que o país estivesse em condições de o fazer, pois numa fase daquelas, ter moeda própria (coroa finlandesa) e ter o poder de a desvalorizar para implementar as exportações, era fundamental.
Foi assim que se iniciaram as reformas de fundo no país, com o inevitável aumento de impostos, amparado por uma reforma fiscal severa. Os cortes na despesa foram inevitáveis, mas houve o cuidado de não “estragar” os serviços públicos tendo-se o cuidado de separar o que o era de facto, de outro tipo de serviços que haviam sido criados ao longo dos anos apenas para serem amamentados pelo Estado.
As negociações com o FMI foram duras, mas os islandeses não cederam, e conseguiram os tais empréstimos que necessitavam a um juro máximo de 3,3% a pagar nos tais 30 anos. O FMI não tugiu nem mugiu. Sabia que teria de ser assim, ou então a Islândia seguiria sozinha e, atendendo às suas características, poderia transformar-se num exemplo mundial de como sair da crise sem estender a mão à Banca internacional. Um exemplo perigoso demais.
Graças a esta política de não pactuar com os interesses descabidos do neo-liberalismo instalado na Banca, e de não pactuar com o formato do actual capitalismo (estado de selvajaria pura) a Islândia conseguiu, aliada a uma política interna onde os islandeses faziam sacrifícios, mas sabiam porque os faziam e onde ia parar o dinheiro dos seus sacrifícios, sair da recessão já no 3º Trimestre de 2010.
O Governo islandês (comandado por uma senhora de 66 anos) prossegue a sua caminhada, tendo conseguido sair da bancarrota e preparando-se para dias melhores. Os cidadãos estão com o Governo porque este não lhes mentiu, cumpriu com o que o referendo dos 93% lhe tinha ordenado, e os islandeses hoje sabem que não estão a sustentar os corruptos banqueiros do seu país nem a cobrir as fraudes com que durante anos acumularam fortunas monstruosas. Sabem também que deram uma lição à máfia bancária europeia e mundial, pagando-lhes o juro justo pelo que pediram, e não alinhando em especulações. Sabem ainda que o Governo está a trabalhar para eles, cidadãos, e aquilo que é sector público necessário à manutenção de uma assistência e segurança social básica, não foi tocado.
Os islandeses sabem para onde vai cada cêntimo dos seus impostos.
Não tardarão meia dúzia de anos, que a Islândia retome o seu lugar nos países mais desenvolvidos do mundo.
O actual Governo Islandês, não faz jogadas nas costas dos seus cidadãos. Está a cumprir, de A a Z, com as promessas que fez.
Se isto servir para esclarecer uma única pessoa que seja deste pobre país aqui plantado no fundo da Europa, que por cá anda sem eira nem beira ao sabor dos acordos milionários que os seus governantes acertam com o capital internacional, e onde os seus cidadãos passam fome para que as contas dos corruptos se encham até abarrotar, já posso dar por bem empregue o tempo que levei a escrever este artigo.

Por Francisco Gouveia, Eng.º

FONTE: http://www.dodouro.com/noticia.asp?idEdi...on=noticia

Islândia. O povo é quem mais ordena. E já tirou o país da recessão

Os protestos populares, quando surgem, são para ser levados até ao fim. Quem o mostra são os islandeses, cuja acção popular sem precedentes levou à queda do governo conservador, à pressão por alterações à Constituição (já encaminhadas) e à ida às urnas em massa para chumbar o resgate dos bancos.

Desde a eclosão da crise, em 2008, os países europeus tentam desesperadamente encontrar soluções económicas para sair da recessão. A nacionalização de bancos privados que abriram bancarrota assim que os grandes bancos privados de investimento nos EUA (como o Lehman Brothers) entraram em colapso é um sonho que muitos europeus não se atrevem a ter. A Islândia não só o teve como o levou mais longe.

Assim que a banca entrou em incumprimento, o governo islandês decidiu nacionalizar os seus três bancos privados - Kaupthing, Landsbanki e Glitnir. Mas nem isto impediu que o país caísse na recessão. A Islândia foi à falência e o Fundo Monetário Internacional (FMI) entrou em acção, injectando 2,1 mil milhões de dólares no país, com um acrescento de 2,5 mil milhões de dólares pelos países nórdicos. O povo revoltou-se e saiu à rua.

Lição democrática n.º 1: Pacificamente, os islandeses começaram a concentrar-se, todos os dias, em frente ao Althingi [Parlamento] exigindo a renúncia do governo conservador de Geir H. Haarde em bloco. E conseguiram. Foram convocadas eleições antecipadas e, em Abril de 2009, foi eleita uma coligação formada pela Aliança Social-Democrata e o Movimento Esquerda Verde - chefiada por Johanna Sigurdardottir, actual primeira-ministra.

Durante esse ano, a economia manteve-se em situação precária, fechando o ano com uma queda de 7%. Porém, no terceiro trimestre de 2010 o país saiu da recessão - com o PIB real a registar, entre Julho e Setembro, um crescimento de 1,2%, comparado com o trimestre anterior. Mas os problemas continuaram.


Lição democrática n.º 2: Os clientes dos bancos privados islandeses eram sobretudo estrangeiros - na sua maioria dos EUA e do Reino Unido - e o Landsbanki o que acumulava a maior dívida dos três. Com o colapso do Landsbanki, os governos britânico e holandês entraram em acção, indemnizando os seus cidadãos com 5 mil milhões de dólares [cerca de 3,5 mil milhões de euros] e planeando a cobrança desses valores à Islândia.

Algum do dinheiro para pagar essa dívida virá directamente do Landsbanki, que está neste momento a vender os seus bens. Porém, o relatório de uma empresa de consultoria privada mostra que isso apenas cobrirá entre 200 mil e 2 mil milhões de dólares. O resto teria de ser pago pela Islândia, agora detentora do banco. Só que, mais uma vez, o povo saiu à rua. Os governos da Islândia, da Holanda e do Reino Unido tinham acordado que seria o governo a desembolsar o valor total das indemnizações - que corresponde a 6 mil dólares por cada um dos 320 mil habitantes do país, a ser pago mensalmente por cada família a 15 anos, com juros de 5,5%. A 16 de Fevereiro, o Parlamento aprovou a lei e fez renascer a revolta popular. Depois de vários dias em protesto na capital, Reiquiavique, o presidente islandês, Ólafur Ragnar Grímsson, recusou aprovar a lei e marcou novo referendo para 9 de Abril.

Lição democrática n.º 3: As últimas sondagens mostram que as intenções de votar contra a lei aumentam de dia para dia, com entre 52% e 63% da população a declarar que vai rejeitar a lei n.o 13/2011. Enquanto o país se prepara para mais um exercício de verdadeira democracia, os responsáveis pelas dívidas que entalaram a Islândia começam a ser responsabilizados - muito à conta da pressão popular sobre o novo governo de coligação, que parece o único do mundo disposto a investigar estes crimes sem rosto (até agora).

Na semana passada, a Interpol abriu uma caça a Sigurdur Einarsson, ex-presidente-executivo do Kaupthing. Einarsson é suspeito de fraude e de falsificação de documentos e, segundo a imprensa islandesa, terá dito ao procurador-geral do país que está disposto a regressar à Islândia para ajudar nas investigações se lhe for prometido que não é preso.

Para as mudanças constitucionais, outra vitória popular: a coligação aceitou criar uma assembleia de 25 islandeses sem filiação partidária, eleitos entre 500 advogados, estudantes, jornalistas, agricultores, representantes sindicais, etc. A nova Constituição será inspirada na da Dinamarca e, entre outras coisas, incluirá um novo projecto de lei, o Initiative Media - que visa tornar o país porto seguro para jornalistas de investigação e de fontes e criar, entre outras coisas, provedores de internet. É a lição número 4 ao mundo, de uma lista que não parece dar tréguas: é que toda a revolução islandesa está a passar despercebida nos media internacionais.

FONTE: http://www.ionline.pt/conteudo/113267-is...a-recessao
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31-03-2011, 21:55
Mensagem: #50
RE: vamos longe ,vamos!
Os super-ricos do mundo
Os multimilionários prosperam e as desigualdades aprofundam-se quando as economias "recuperam"



As operações de salvamento de bancos, especuladores e industriais cumpriram o seu verdadeiro objectivo: os milionários passaram a multimilionários e estes ficaram ainda mais ricos. Segundo o relatório anual da revista de negócios Forbes, há 1210 indivíduos – e em muitos casos clãs familiares – com um valor líquido de mil milhões de dólares (ou mais). O seu valor líquido total é de 4,5 milhões de milhões de dólares, maior do que o valor total de 4 mil milhões de pessoas em todo o mundo. A actual concentração de riqueza ultrapassa qualquer período anterior da história; desde o Rei Midas, os Marajás, e os Barões Ladrões [1] até aos magnates de Silicon Valley [2] e Wall Street na actual década.

Uma análise da origem da riqueza dos super-ricos, a sua distribuição na economia mundial e os métodos de acumulação esclarece diversas diferenças importantes com profundas consequências políticas. Vamos identificar essas características especiais dos super-ricos, a começar pelos Estados Unidos e faremos depois uma análise ao resto do mundo.

Os super-ricos nos Estados Unidos: os maiores parasitas vivos

Os EUA têm a maior parte dos multimilionários do mundo (413), mais de um terço do total, a maior proporção entre os grandes países do mundo. Um olhar mais de perto também revela que, entre os 200 multimilionários do topo (os que têm 5,2 mil milhões de dólares ou mais), 57 são dos EUA (29%). Mais de um terço fez fortuna através da actividade especulativa, da predação da economia produtiva e da exploração do mercado imobiliário e de acções. Esta é a percentagem mais alta de qualquer dos principais países na Europa ou na Ásia (com a excepção da Inglaterra). A enorme concentração de riqueza nas mãos desta pequena classe dirigente parasita é uma das razões por que os EUA têm as piores desigualdades de qualquer economia avançada e se situa entre as piores em todo o mundo. Os especuladores não empregam trabalhadores, servem-se de expedientes fiscais e de operações de salvamento e depois pressionam cortes no orçamento social, dado que não precisam de uma força de trabalho saudável e instruída (excepto no que se refere a uma pequena elite). Em 1976, 1% da população mundial detinha 20% da riqueza; em 2007 dominava 35% da riqueza total. Oitenta por cento dos americanos possuem apenas 15% da riqueza. As recentes crises económicas, que inicialmente reduziram a riqueza total do país, fizeram-no de modo desigual – atingindo de modo mais grave a maioria dos operários e empregados. A operação de salvamento Bush-Obama levou à recuperação económica, não da "economia em geral", mas restringiu-se a reforçar ainda mais a riqueza dos multimilionários – o que explica porque é que a taxa de desemprego e subemprego ficou praticamente na mesma, porque é que a dívida fiscal e o défice comercial aumentam e o estado baixa os impostos às grandes empresas e reduz os orçamentos municipais, estatais e federais. O sector "dinâmico" formado por capitalistas parasitas emprega menos trabalhadores, não exporta produtos, paga impostos mais baixos e impõem maiores cortes nas despesas sociais para os trabalhadores produtivos. No caso dos multimilionários dos EUA, a sua riqueza é fortemente acrescida através da pilhagem do erário público e da economia produtiva e através da especulação no sector das tecnologias de informação que alberga um quinto dos multimilionários do topo.

BRIC: Os novos multimilionários: A explorar o trabalho da natureza

Os principais países capitalistas emergentes, Brasil, Rússia, Índia e China (BRIC), elogiados pelos meios de comunicação pelo seu rápido crescimento na última década, estão a produzir multimilionários a um ritmo mais rápido do que qualquer bloco de países do mundo. Segundo os últimos dados no Forbes (Março de 2011), o número de multimilionários no BRIC aumentou mais de 56% de 193 em 2010 para 301 em 2011, ultrapassando os da Europa.

O forte crescimento do BRIC levou à concentração e centralização de capital, em todos os casos promovidos pelas políticas de estado que proporcionam empréstimos a juros baixos, subsídios, incentivos fiscais, exploração ilimitada de recursos naturais e mão-de-obra, expropriação dos pequenos proprietários e privatização de empresas públicas.

O crescimento dinâmico de multimilionários no BRIC levou às desigualdades mais flagrantes em todo o mundo. Nos países do BRIC, a China lidera o caminho com o maior número de multimilionários (115) e as piores desigualdades em toda a Ásia, em profundo contraste com o seu passado comunista quando era o país mais igualitário do mundo. Um exame da origem da riqueza dos super ricos na China revela que provém da exploração da força de trabalho no sector da manufactura, da especulação no imobiliário e da construção e comércio. EM 2011, A China ultrapassou os EUA enquanto maior fabricante do mundo, em consequência da super-exploração da mão-de-obra na China e do crescimento de capital financeiro parasitário nos EUA.

Em contraste com os EUA, a classe trabalhadora da China está a fazer incursões significativas nas receitas da sua elite de manufacturas e de imobiliário. Em consequência da luta da classe trabalhadora, os salários têm vindo a aumentar entre 10% a 20% nos últimos 5 anos; os protestos dos agricultores e das famílias urbanas contra as expropriações feitas pelos especuladores imobiliários e sancionadas pelo estado ultrapassaram os 100 mil por ano.

A riqueza dos multimilionários russos, por outro lado, resultou do violento roubo dos recursos públicos (petróleo, gás, alumínio, ferro, aço, etc.), explorados pelo anterior regime. A grande maioria dos multimilionários russos depende da exportação de bens, da pilhagem e da devastação do ambiente natural sob um regime corrupto e sem regulamentação. O contraste entre as condições de vida e de trabalho entre os multimilionários virados para o ocidente e a classe trabalhadora russa é sobretudo o resultado do escoamento da riqueza para contas ultramarinas, investimentos offshore e luxos pessoais extraordinários, incluindo propriedades de muitos milhões de dólares. Em contraste com a elite industrial da China, os multimilionários da Rússia parecem-se com os 'senhorios' parasitas que se encontram entre os especuladores de Wall Street e os xeiques do Golfo Pérsico.

Os multimilionários da Índia são uma mistura de ricos antigos e novos ricos que amontoam a sua riqueza através da exploração dos trabalhadores industriais de salários baixos, das populações de bairros pobres expropriados e dos povos tribais, assim como da posse diversificada de imobiliário, tecnologia informática e software. Os multimilionários da Índia acumularam a sua riqueza através das suas ligações familiares com os escalões mais altos, muito corruptos, da classe política, assegurando monopólios através de contratos com o estado. O forte crescimento da Índia na última década (7% em média) e a explosão de multimilionários de 55 para 2011, estão ambos ligados às políticas neo-liberais de desregulamentação, privatização e globalização, que concentraram a riqueza no topo, corroeram os produtores em pequena escala e espoliaram dezenas de milhões.

A classe multimilionária do Brasil aumentou rapidamente, em particular sob a direcção do Partido dos Trabalhadores, para 29, acima do número de um só dígito uma década antes. Hoje, mais de dois terços dos multimilionários da América Latina são brasileiros. A peça central da riqueza dos super ricos do Brasil é o sector finanças-banca que beneficiou fortemente das políticas monetária, fiscal e neo-liberal do regime de Lula da Silva. Os banqueiros multimilionários têm sido os principais beneficiários da economia de exportação agro-mineral que floresceu na última década, à custa do sector de manufacturas. Apesar das afirmações dos líderes do Partido dos Trabalhadores, as desigualdades de classe entre a massa dos trabalhadores de salário mínimo (380 dólares por mês em Março de 2011) e os super-ricos continuam a ser as piores da América Latina. Uma análise da origem da riqueza entre os multimilionários brasileiros revela que 60% aumentaram a sua riqueza no sector finanças, imobiliário e seguros (FIRE) e só um deles (3%) no sector de capital ou manufactura intermédia. A explosão do Brasil em crescimento económico e em multimilionários encaixa no perfil de uma 'economia colonial': com grande peso no consumo excessivo, na exportação de bens e presidido por um sector financeiro dominante que promove políticas neoliberais. No decurso da última década, apesar do teatro político populista e dos programas de pobreza paternalistas patrocinados pelo Partido dos Trabalhadores "centro-esquerda", o principal resultado sócio-económico foi o crescimento duma classe de multimilionários "super-ricos" concentrados na banca com poderosas ligações aos sectores do agro-mineral. A classe financeira-agro-mineral, de forte crescimento via mercado livre, degradou o sector de manufactura, principalmente os têxteis e os sapatos, assim como os produtores de bens de capital e intermédios.

Os países BRIC estão a produzir mais, e a crescer mais depressa do que as potências imperialistas estabelecidas na Europa e nos EUA, mas também estão a produzir desigualdades e concentrações monstruosas de riqueza. As consequências sócio-económicas já se manifestaram no aumento do conflito de classes, principalmente na China e na Índia, onde a exploração intensiva e a expropriação provocaram a acção das massas. A elite política chinesa parece estar mais consciente da ameaça política colocada pela concentração crescente da riqueza e encontra-se em vias de promover aumentos substanciais de salários e um maior consumo local que parece estar a reduzir as margens de lucro nalguns sectores da elite de manufacturas. Talvez que a 'memória histórica' da 'revolução cultural' e a herança maoista desempenhe o seu papel no alerta da elite política para os perigos políticos resultantes dos "excessos capitalistas" associados aos altos níveis de exploração e ao rápido crescimento duma classe de clãs politicamente relacionados, baseados em multimilionários.

Médio Oriente

Na última década, o país mais dinâmico no Médio Oriente foi a Turquia. Dirigido por um regime democrático liberal de inspiração islâmica, a Turquia tem liderado a região no crescimento do PIB e na produção de multimilionários. O desempenho económico turco tem sido apresentado pelo Banco Mundial e pelo FMI como um modelo para os regimes pós ditatoriais no mundo árabe – de 'alto crescimento', uma economia diversificada baseada na crescente concentração de riqueza. A Turquia tem mais 35% de multimilionários (37) do que os estados do Golfo e do Norte de África em conjunto (24). O 'segredo' do crescimento turco é as altas taxas de investimento em diversas indústrias e a exploração intensiva da força de trabalho. Muitos multimilionários turcos (14) obtêm a sua riqueza através de 'conglomerados', investimentos em diversos sectores de manufactura, finança e construção. Para além dos multimilionários de 'conglomerados', há 'multimilionários especialistas' que acumularam a sua riqueza a partir da banca, da construção e do processamento de alimentos. Uma das razões de a Turquia ter censurado e desafiado o poder de Israel no Médio Oriente é porque os seus capitalistas estão ansiosos por projectar investimentos e penetrar nos mercados do mundo árabe. Com excepção do sistema político americano, fortemente sionizado, as elites governantes e o público na Europa e na Ásia encararam favoravelmente a oposição da Turquia aos massacres israelenses em Gaza e à violação da lei internacional em águas marítimas. Se um moderno regime islâmico liberal pode crescer rapidamente através da rápida expansão duma classe diversificada de super-ricos, o mesmo acontece com Israel, um moderno estado judaico-neoliberal baseado no rápido crescimento duma classe de multimilionários altamente diferenciada.

Israel, com 16 multimilionários é um país em que as desigualdades de classe crescem mais rapidamente na região – com o mais alto número de multimilionários per capita do mundo… Os "sectores de crescimento" de Israel, software, indústrias militares, finança, seguros e diamantes e investimentos ultramarinos em metais e minas, são liderados por multimilionários e multi-multimilionários que beneficiaram das dádivas financeiras induzidas pelos sionistas, provenientes da pilhagem de recursos feita pelos EUA nos países da ex-URSS e da transferência de fundos pelas oligarquias russas-israelenses e também de empreendimentos conjuntos com multimilionários judaico-americanos em empresas de software, principalmente no sector de "segurança".

A alta percentagem de multimilionários em Israel, numa época de profundos cortes nas despesas sociais, desmente a sua afirmação de ser uma 'social-democracia' no meio dos 'xeicados'. A propósito, Israel tem o dobro de multimilionários (16) da Arábia Saudita (8) e mais super-ricos do que todos os países do Golfo juntos (13). O facto de Israel ter mais multimilionários per capita do que qualquer outro país não impediu os seus apoiantes sionistas nos EUA de pressionarem por uma ajuda adicional de 20 mil milhões de dólares na década passada. Contrariamente ao passado, a actual concentração de riqueza de Israel tem menos a ver com o facto de ser o maior recebedor de ajuda estrangeira… as doações a Israel são uma questão política: o poder sionista sobre a bolsa do Congresso. Dada a riqueza total dos multimilionários de Israel, um imposto de cinco por cento seria mais que compensador de qualquer corte da ajuda externa dos EUA. Mas isso não vai acontecer apenas porque o poder sionista na América impõe que os contribuintes americanos subsidiem os plutocratas de Israel, pagando-lhes o seu armamento ofensivo.

Conclusão

As "crises económicas" de 2008-2009 infligiram apenas perdas temporárias a alguns multimilionários (EUA-UE) e a outros não (asiáticos). Graças às operações de salvamento de milhões de milhões de dólares/euros/ienes, a classe multimilionária recuperou e alargou-se, apesar de os salários nos EUA e na Europa terem estagnado e os 'padrões de vida' terem sido atingidos por cortes maciços na saúde, na educação, no emprego e nos serviços públicos.

O que é chocante quanto à recuperação, crescimento e expansão dos multimilionários mundiais é como a sua acumulação de riqueza depende e está baseada na pilhagem de recursos do estado; como a maior parte das suas fortunas se basearam nas políticas neoliberais que levaram à apropriação a preços de saldos de empresas públicas privatizadas; como a desregulamentação estatal permite a pilhagem do ambiente para a extracção de recursos com a mais alta taxa de retorno; como o estado promoveu a expansão da actividade especulativa no imobiliário, na finança e nos fundos de pensões, enquanto encorajava o crescimento de monopólios, oligopólios e conglomerados que captaram "super lucros" – taxas acima do "nível histórico". Os multimilionários no BRIC e nos antigos centros imperialistas (Europa, EUA e Japão) foram os principais beneficiários das reduções fiscais e da eliminação de programas sociais e de direitos laborais.

O que é perfeitamente claro é que é o estado, e não o mercado, quem desempenha um papel essencial em facilitar a maior concentração e centralização de riqueza na história mundial, quer facilitando a pilhagem do erário publico e do ambiente, quer aumentando a exploração da força de trabalho, directa e indirectamente.

As variantes nos caminhos para o estatuto de 'multimilionário' são chocantes: nos EUA e no Reino Unido, predomina o sector parasita-especulativo sobre o produtivo; entre o BRIC – com excepção da Rússia – predominam diversos sectores que incorporam multimilionários da manufactura, do software, da finança e do sector agro-mineral. Na China, o abissal fosso económico entre os multimilionários e a classe trabalhadora, entre os especuladores imobiliários e as famílias expropriadas levou ao aumento do conflito de classes e a desafios, forçando a aumentos significativos de salários (mais de 20% nos últimos três anos) e à exigência de maiores gastos públicos na educação, saúde e habitação. Nada de comparável está a acontecer nos EUA, na UE ou noutros países do BRIC.

As origens da riqueza dos multimilionários são, quando muito, devidas apenas em parte a 'inovações empresariais'. A sua riqueza pode ter começado, numa fase inicial, a partir da produção de bens ou serviços úteis; mas, à medida que as economias capitalistas 'amadurecem' e se viram para a finança, para os mercados ultramarinos e para a procura de lucros mais altos, impondo políticas neoliberais, o perfil económico da classe multimilionários muda para o modelo parasita dos centros imperialistas instituídos.

Os multimilionários nos BRIC, a Turquia e Israel contrastam fortemente com os multimilionários do petróleo do Médio Oriente que são rentistas que vivem das 'rendas' da exploração do petróleo, do gás e dos investimentos ultramarinos, em especial do sector FIRE. Entre os países BRIC, só a oligarquia multimilionária russa se parece com os rentistas do Golfo. O resto, em especial os multimilionários chineses, indianos, brasileiros e turcos, tiraram partido das políticas industriais promovidas pelo estado para concentrar a riqueza sob a retórica de 'paladinos nacionais', que promovem os seus próprios 'interesses' em nome duma 'economia emergente de sucesso'. Mas mantêm-se as questões básicas de classe: "crescimento para quem? e a quem é que beneficia?" Até agora, o registo histórico mostra que o crescimento de multimilionários tem-se baseado numa economia altamente polarizada em que o estado serve a nova classe de multimilionários, sejam especuladores parasitas como nos EUA, rentistas saqueadores do estado e do ambiente, como na Rússia e nos estados do Golfo, ou exploradores da força de trabalho como nos países BRIC.

Post Scriptum

A revolta árabe pode ser vista em parte como uma tentativa de derrubar os 'clãs capitalistas de rentistas. A intervenção ocidental nas revoltas e o apoio das elites militares e políticas da "oposição" é um esforço para substituir uma classe governante capitalista 'neoliberal'. Essa "nova classe" será baseada na exploração da mão-de-obra e na expropriação dos actuais possuidores dos recursos clã-família-amigos. As principais empresas serão transferidas para multinacionais e capitalistas locais. Muito mais promissoras são as lutas internas dos trabalhadores na China e, em menor grau, no Brasil e no campesinato rural maoista e movimentos tribais na Índia, que se opõem à exploração e à expropriação de rentistas e capitalistas.

FONTE: http://resistir.info/petras/petras_23mar11_p.html
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