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O vício dos jogos sociais
20-05-2012, 15:10
Mensagem: #1
O vício dos jogos sociais
“Olá, o meu nome é Ruben Remédios e sou um jogador casual”. Este quase poderia ser o retrato perfeito do meu perfil enquanto jogador nos dias de hoje, mas felizmente (ainda) não é. Eu, que sempre fui um acérrimo defensor das grandes produções com argumentos complexos e ação de cortar a respiração, aos poucos – e quase que involuntariamente - me fui convertendo a esta “religião” que conta com milhões de “fiéis” espalhados por esse mundo fora. Sinto-me orgulhoso por isso? Não. Existe forma de inverter a situação? Receio que seja demasiado tarde.

Não é novidade para ninguém que o mercado dos jogos “para passar o tempo” tem evoluído de forma exorbitante nos últimos anos. Eu ainda sou do tempo (frase mítica, tive que a utilizar) em que para me aventurar numa experiência destas tinha que visitar alguns sites da “especialidade” como o Miniclip ou o Minijuegos, que continuam ambos no ativo e adicionam com frequência novos títulos às suas listas. Porém, com a evolução da tecnologia, o surgimento dos smartphones e das redes sociais, o conceito de mini-jogo de tostões ganhou novos contornos e tornou-se num negócio de milhões.

Vamos concentrar-nos no Facebook, a maior rede social do mundo, o local onde milhões de pessoas dão a conhecer os acontecimentos do seu dia-a-dia e partilham milhões de aplicações e convites para aquele jogo estúpido e horrível do qual nunca ouvimos falar - e ao qual já ganhámos aversão pelo simples facto dele existir - mas que, depois de experimentar, não queremos outra coisa. “Que feitiçaria é esta?”, questionam-se vocês depois de investidos mais de 15 minutos na árdua tarefa de cavar batatas com o ponteiro do rato. Sentem-se intrigados, dizem que “isto não é vida p’ra mim”, mas acabam por regressar. Mas porquê?

Em primeiro lugar temos o mais óbvio dos pontos: todos os jogos são completamente gratuitos, ninguém tem de desembolsar um único cêntimo para usufruir de um imenso e variado catálogo e encher as notificações dos seus 1500 amigos com petições de tijolos, alfaces e kits medicinais. É claro que existem para PC títulos bem mais apelativos e com maiores custos de produção num sistema de free-to-play, porém muitos deles exigem uma máquina com bom desempenho, muito espaço disponível no disco rígido e uma ligação à internet decente para serem usufruídos no seu potencial máximo. No Facebook isso não acontece: basta entrar e jogar, sem que para isso sejam necessárias instalações ou desktops de topo para correr o jogo na perfeição.

Essa mesma rapidez de acesso é outro dos fatores a realçar nesta questão. Fazemos parte de uma sociedade de consumo imediato onde o “aqui e agora” têm extrema importância, onde no espaço de uma hora o que é novidade pode virar obsoleto. Tempo é algo que não se pode desperdiçar… pelo menos a fazer coisas um pouco mais úteis para a sociedade: o pensamento de “ah, já que estou no Facebook a falar com beltrano que não conheço pessoalmente deixa-me lá ir ver das couves” faz parte do quotidiano de muita gente por esse mundo fora que utiliza a rede social (ok, talvez a parte do beltrano só se aplica em 75 porcento dos casos). Este “já que está aqui mais à mão” acaba por ser uma arma fundamental no processo de captação da atenção dos utilizadores. Contudo, o vício é alimentado por outras razões.

Os jogos casuais viraram, acima de tudo, jogos sociais, que requerem o auxílio de terceiros para a nossa progressão mais rápida e eficiente. Se nunca conseguiram comunicar com a sensual prima do cunhado do colega que tiveram na 4ª classe, um convite de “vizinhança” é sempre uma boa forma de quebrar o gelo e começar uma bonita amizade. Ou isso… ou uma boa oportunidade de deitar por terra as poucas possibilidades que restavam.

Seja como for, e mesmo que não pensemos nisto como um objetivo, existe uma necessidade constante de querer evoluir e ultrapassar todos os amigos da lista. Se estes forem poucos, o mais provável é que, mais cedo ou mais tarde, percamos o interesse no jogo. Porém, se a lista estiver bem composta e os membros que dela fazem parte forem bastante ativos, o espírito competitivo vem ao de cima e as horas perdidas no nosso “crescimento” começarão a acumular-se de forma assustadora. E isto é só para o irmão do tio do Inácio da peixaria ver quem é que manda!

Este tipo de experiências também premeia os utilizadores mais assíduos, oferecendo bónus especiais a quem despender uns minutos diários durante um número específico de dias ou oferecendo mais dinheiro/recursos a quem visitar o jogo com maior frequência e em intervalos de tempo mais curtos. Por falar nisso, tenho de enviar os meus heróis da Marvel em Remote Operations durante mais 20 minutos, volto já…

Pronto, já está. Onde é que eu ia? Ah, nas vantagens por se regressar constantemente ao jogo. Mesmo que fiquem “enjoados” ao fim de algum tempo – o que irá certamente acontecer no prazo de algumas semanas – acabarão sempre por encontrar novos desafios que vos deixarão colados ao rato e teclado durante as semanas seguintes. Pelo menos falo por experiência própria e, mais uma vez, sem qualquer tipo de orgulho. São inúmeros os títulos com os quais já perdi imensas horas – Diamond Dash, Robot Unicorn Attack, Zuma Blitz, Bejeweled Blitz são apenas alguns – embora que se forma semi-inconsciente. Todos estes acabavam por preencher momentos “mortos” durante o meu dia, pequenas pausas durante as quais seria quase ridículo estar a ligar uma consola para jogar algo mais complexo. Porém, ridícula acaba por ser a soma de todos os minutos investidos nesses jogos sociais e a posterior perceção de que realmente poderíamos ter gasto esse tempo a avançar um bom bocado na estória daquele jogo de ação no qual não pegamos há bastante tempo por supostamente “não termos tempo” para ele.

Com tudo isto estou apenas a querer fazer um retrato da realidade e não a querer desencorajar quem passa muito do seu tempo nos jogos sociais. Estes podem ser realmente divertidos e oferecer boas razões para gozar com os colegas que não conseguem ultrapassar as nossas pontuações. Todavia – e tal como tudo na vida - há que ser moderado, não pelo abuso das horas que parecem meros minutos mas sim porque já vi amizades acabar por menos.

O remédio que aconselho para esta semana é: clicar no botão “Power”. Ainda se recordam do barulho que a vossa consola faz ao ligar? E da melodia que acompanha as imagens de abertura? Não!? Então talvez esteja na altura de voltar a pegar num controlador e terminar aquela aventura que deixaram a meio há meses atrás. Afinal de contas, “Gaming is the Remedy”.

Fonte:http://ez.mygames.sapo.pt/pc/outros/farm...ciais-748/

Progster
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20-05-2012, 16:33
Mensagem: #2
RE: O vício dos jogos sociais
Eu sou do tempo do saudoso ZX Spectrum. E sempre joguei durante toda a minha vida e não é os jogos do Facebook que me deixam "incontactável" com quem é importante para mim. Existe sempre tempo para tudo ou quase tudo. O artigo em si está muitíssimo interessante mas temos de ser nós próprios a definir as prioridades. Mais que isso então caímos no "vício dos jogos sociais"...
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14-08-2012, 19:25
Mensagem: #3
RE: O vício dos jogos sociais
O Spectrum 48 K?
Que saudades.

Miguel Rosa
Ganhar dinheiro com Clixsense
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15-08-2012, 13:06
Mensagem: #4
RE: O vício dos jogos sociais
Mais de 200 milhões de pessoas usa o Facebook para jogar

Está a ser um sucesso a central de aplicações no Facebook, que já conta com 235 milhões de jogadores. O número, divulgado pela rede social e repercutido pelo TechCrunch, mostra um salto de 14,6% em relação a 2011 e de 8,4%, se comparado a Janeiro de 2012.Desde que inaugurou o App Center, em Maio, o Facebook viu crescer em 2,4 vezes a quantidade de pessoas que instalam aplicações, em comparação com a plataforma antiga. São 150 milhões de utilizadores mensais.

A página nova também aumentou as possibilidades de retorno: quem instala um aplicação tem 35% de hipótese de voltar a usá-lo no dia seguinte - o índice fica em 17% depois de uma semana.

Fonte:http://diariodigital.sapo.pt/news.asp?id_news=587575

Progster
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15-08-2012, 13:12
Mensagem: #5
RE: O vício dos jogos sociais
No dia em que os jogos do Facebook forem pagos pelos utilizadores, O Facebook morre...
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15-08-2012, 13:13
Mensagem: #6
RE: O vício dos jogos sociais
Humm, da maneira como vejo as coisas..., não me parece.

Progster
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15-08-2012, 17:27
Mensagem: #7
RE: O vício dos jogos sociais
(15-08-2012 13:12)MegaDevoMan Escreveu:  No dia em que os jogos do Facebook forem pagos pelos utilizadores, O Facebook morre...

Não sou propriamente um gamer, jogo muito raramente e nunca sequer experimentei este tipo de jogos, mas parece-me que enquanto estes se apresentarem numa estratégia Freemium têm o seu futuro garantido.
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15-08-2012, 17:52
Mensagem: #8
RE: O vício dos jogos sociais
(15-08-2012 17:27).mechanism Escreveu:  
(15-08-2012 13:12)MegaDevoMan Escreveu:  No dia em que os jogos do Facebook forem pagos pelos utilizadores, O Facebook morre...

Não sou propriamente um gamer, jogo muito raramente e nunca sequer experimentei este tipo de jogos, mas parece-me que enquanto estes se apresentarem numa estratégia Freemium têm o seu futuro garantido.

Não esqueçamos também que muitíssimo boa gente cria 2 e 3 perfis no Facebook apenas para jogar os jogos que gostam....
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15-08-2012, 21:26
Mensagem: #9
RE: O vício dos jogos sociais
Já se chegou a esse ponto?

Estou desactualizado.
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