Diálogo com um jovem da geração à rasca...
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17-05-2011, 16:58
Mensagem: #30
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RE: Diálogo com um jovem da geração à rasca...
Sejamos directos: os portugueses estão muito mal habituados. Se a situação social era dura no Estado Novo, com a Revolução o típico português convenceu-se que era rico e que o Estado tinha de lhe oferecer todas as regalias sociais... mas quando se trata de trabalhar, com honrosas excepções, está quieto! Veja-se o exemplo da Dinamarca, da Finlândia, e dos restantes países nórdicos: a população tem uma excelente qualidade de vida, mas tem uma filosofia que passa por produzir mais e melhor para manter e melhorar essas condições. Como dizem os filandeses, há dias certezas na vida: morrer e pagar impostos. É com esta mentalidade que o europeu nórdico gosta de ter um bom estado social, mas não se importa de trabalhar arduamente para o manter. E paga os impostos sabendo que os mesmos vão ser aplicados em investimentos que melhoram esse mesmo estado social. Daí que tenham boas escolas, bons hospitais, boas cheches, bons lares de idosos, etc. , que, sendo pagos pelos contribuintes, são costruídos num clima de verdadeira transparência, numa aproximação entre Estado/cidadão em que ambas as partes confiam.
Já em Portugal, temos um Estado gordo, inoperante, corrupto e mentiroso, que se preocupa essencialmente com a abertura de "jobs for the boys" ao invés de se concentrar na melhoria da eficiência dos serviços e empresas públicas. Enquanto houver uma corrupção entranhada no Estado, a começar nas autarquias e a acabar ao mais alto nível da governação (não quero com isto dizer que todos são corruptos, mas sim que o problema afecta todas as áreas da governação do país), o país não pode avançar. Por exemplo, a mim choca-me que certos autarcas, condenados por corrupção, continuem nos seus poleiros, depois de serem eleitos novamente pelo seu povo, como se este os desculpasse de todas as trafulhadas que fizeram durante os seus mandatos. Se eu residisse nesses concelhos, votava na oposição, independentemente das qualidades do presidente. Enquanto a sociedade, onde se inclui a geração à rasca, não se mobilizar a sério para punir de forma exemplar toda a classe política que apoia a corrupção e o desvio de dinheiros públicos para obras e projectos sem qualquer valor acrescentado para as populações, Portugal não sai da cepa torta. Sejam rosas, laranjas, ou o que seja. Há que responsabilizar os culpados que nos últimos 35 anos levaram o país a afundar-se. Eu aspiro pelo dia em que um governo formado pelos melhores advogados, pelos melhores médicos, pelos melhores engenheiros, pelos melhores economistas, etc. do país, independentemente da sua cor partidária, que aceitem ganhar um salário justo e que coloquem o interesse do país à frente dos interesses meramente pessoais e económicos, é empossado. Nova taxa na lei da cópia privada? Não! Jamé! Never! |
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