Se eu fosse primeiro ministro...
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30-10-2012, 01:47
Mensagem: #24
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RE: Se eu fosse primeiro ministro...
Repara,
preciso acreditar, que com o chamado estado social, a parte que é ajudada porque precisa mesmo, compensa os "espertos". De alguma forma, preciso acreditar nisso, para uma série de coisas, fazerem sentido. Onde acho que tem que haver muita agressividade, é no controlo disto. E quando falo de agressividade, falo de processos crime, e cadeia se for preciso. Falo de leis suficientemente fortes, para os "espertos" terem pouca vontade de esticar a corda. Estás tão indignado como eu, com muita coisa que se passa. Casais como esse que referes, há muitos, e então de uma "certa" etnia, até faz confusão, porque há um orgulho nisso. A minha avó deixou de dar na Igreja, quando viu "senhoras" a lá ir buscar sacos de mercearia e roupa, porque coitadinhos, precisavam, e vão da Igreja para o café, mandar abaixo pequenos almoços valentes para elas e filhos. Mas recuso-me a pensar que é só isso que os apoios conseguem fazer. Há gente que precisa a sério. E pode parecer parvo, mas se o custo de conseguir chegar a quem precisa, for sustentar uma percentagem de "espertos", aceito-o. Até porque, de certa forma, com o avançar das gerações e um aumento de cultura, educação e "afins", acho que haverá menos gente a querer estar nessa situação. Talvez um pouco poético, e "lírico" como diz um amigo meu, enfim, talvez até isso explique a minha dificuldade em alguns aspectos Não consigo deixar de pensar que essas ajudas, bem controladas, serão sempre uma ninharia, quando comparado com o que se perde em má gestão, em cunhas, em favores, em "parcerias publico-privadas", em "TGV"'s e outras atrocidades para os quais deveria haver enquadramento criminal, e consequências reais. Repara que o próprio orçamento de estado demonstra que esses apoios, são esmolas nos valores gerais. Pessoalmente, via com melhores olhos "aligeirar" a máquina de funcionários públicos, que continua a haver em excesso, do que cortar nestas ajudas. E cada vez vejo o meu ordenado mais pequeno, mas pequeno à seria. E quando vejo uns animais, que, vendo bem as coisas, são meus empregados, com o desplante, de mudar de BMW para A5 para poupar ... Até fiquei azul, nem te digo. Passei horas em palavrões sempre que se puxava o assunto. Depois ainda vem o esterco do Assis, mandar a boca do "qualquer dia querem que andemos de Clio", e aí é que ia revirando de vez. Depois, o triste do A5, vem dizer que a democracia tem custos ... e pronto, fiquei com instintos mais "bombistas". É que chega a uma altura, em que a imagem que passa, é que não existe qualquer vergonha. Poupar numa dúzia de carros, em boa verdade, ia ter um reflexo financeiro de zero, no meio do "buraco" gigante. Mas a imagem que iria passar, seria muito melhor, e talvez até, quem sabe, um efeito em cascata, pelos ministérios abaixo. Seria útil que estes palhaços "se mancassem". Aproveito para copiar para aqui um excerto particularmente interessante de uma obra: Diálogo entre Colbert e Mazarino durante o reinado de Luís XIV, na peça teatral Le Diable Rouge, de Antoine Rault: Colbert: - Para arranjar dinheiro, há um momento em que enganar o contribuinte já não é possível. Eu gostaria, Senhor Superintendente, que me explicasse como é possível continuar a gastar quando já se está endividado até o pescoço... Mazarino: - Um simples mortal, claro, quando está coberto de dívidas, vai parar à prisão. Mas o Estado... é diferente!!! Não se pode mandar o Estado para a prisão. Então, ele continua a endividar-se... Todos os Estados o fazem! Colbert: - Ah, sim? Mas como faremos isso, se já criámos todos os impostos imagináveis? Mazarino: - Criando outros. Colbert: - Mas já não podemos lançar mais impostos sobre os pobres. Mazarino: - Sim, é impossível. Colbert: - E sobre os ricos? Mazarino: - Os ricos também não. Eles parariam de gastar. E um rico que gasta faz viver centenas de pobres. Colbert: - Então como faremos? Mazarino: - Colbert! Tu pensas como um queijo, um penico de doente! Há uma quantidade enorme de pessoas entre os ricos e os pobres: as que trabalham sonhando enriquecer, e temendo empobrecer. É sobre essas que devemos lançar mais impostos, cada vez mais, sempre mais! Quanto mais lhes tirarmos, mais elas trabalharão para compensar o que lhes tiramos. Formam um reservatório inesgotável. É a classe média! |
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