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A engenheira que tirava boas notas sem fazer noitadas
25-09-2012, 00:04
Mensagem: #1
A engenheira que tirava boas notas sem fazer noitadas
O método de estudo conta muito. Inês Macedo foi uma das melhores alunas do curso, apesar de se ter dedicado em paralelo ao desporto de competição e a dar explicações de matemática.

Enquanto muitos estudantes parecem confiar que as boas notas caem do céu, Inês Macedo, 23 anos, percebeu desde cedo que é preciso método de estudo, organização e capacidade de concentração para as atingir. E assume que sempre foi uma aluna aplicada. "Tenho 3 irmãos mais velhos que foram todos bons alunos, e uma mãe professora de matemática, o que pode também ter influenciado", diz. Com esta equação não é de estranhar que tenha conseguido 17,5 em Engenharia Biomédica, uma das melhores médias do curso na Faculdade de Ciências e Tecnologia, da Universidade Nova de Lisboa, no último ano letivo.

Ao longo dos cinco anos do curso houve muita dedicação e estudo, "mas se calhar não tanto como as pessoas possam pensar". Inês destaca o método e a organização, que aprendeu com o desporto, mas "também o facto de ter estudado no Liceu Francês". Ainda se recorda de, no início do curso, não perceber por que razão muitos dos colegas não iam às primeiras fases de certos exames, argumentando que era impossível estudar para dois ou três numa semana. Para quem estava habituada a fazer três testes por dia ao longo do ano letivo e, no final do 12.º ano, tivera cinco dias seguidos de exames, "com um de manhã e outro à tarde", era difícil entender qual o problema dos companheiros de aulas.



Estudo contínuo

Para Inês o estudo sempre se fez ao longo do ano e nunca apenas nas vésperas dos testes ou dos exames. Com uma média de cinco testes a cada disciplina por período, a ex-aluna do Liceu Francês habituou-se desde cedo a estudar regularmente, porque "a matéria tinha de estar sempre em dia".

Na faculdade, o segredo de Inês é ir a todas as aulas (teóricas e práticas) e estar com muita atenção. "Mais de metade do trabalho e estudo faz-se nas aulas", garante. Depois é organizar as ideias o melhor possível quando chegam os exames. "Não estudo com muita antecedência pois não consigo, mas também não faço noitadas a estudar", sublinha a recém-licenciada em Engenharia Biomédica. Garante que as vésperas dos exames são apenas para revisões rápidas da matéria e dos exames dos anos anteriores, mas "nunca" estuda muito. E tem uma regra sagrada: nunca estudar à noite numa véspera de exame, apenas descansar.

Como qualquer aluno, Inês tem disciplinas de eleição. As suas nunca foram as mais fáceis. "Gostei de todas as cadeiras de Matemática - análises 1, 2 e 3, probabilidades e estatística, álgebra, teoria da decisão, programação, instrumentação - e de Biofísica", assume com naturalidade. Teve nota de 19 a algumas cadeiras. "Nem sempre foi nas minhas preferidas", sublinha.



Treinar nas vésperas dos exames

Os amigos por vezes ficam a perder neste jogo de cintura: não tanto por causa do estudo, mas por causa dos treinos. Estreou-se na ginástica artística aos 6 anos, mas desde os 11 que se dedica ao ténis - era n.º 2 do ranking nacional no ano passado, mas um ano em Paris para terminar o curso, roubou-lhe o lugar. Mas Inês garante que os três a quatro treinos que faz por semana nunca lhe prejudicaram o estudo. "As aulas na faculdade não ocupam o dia todo", diz com naturalidade, explicando que treina nos dias em que tem manhãs ou tardes livres. E ao fim do dia dá explicações de Matemática e Física a alunos do 5.º ao 12.º ano. Começou a fazê-lo no primeiro ano de faculdade, "principalmente, para ganhar um dinheiro extra", apesar de admitir que também gosta de ensinar.

O carro dá-lhe a mobilidade que precisa para articular todas estas atividades sem stresse. "Ajuda muito nas deslocações pois moro em Lisboa, a faculdade é no Monte de Caparica e os treinos no Parque das Nações", conta, mas a verdade é que visto de fora não parece o cenário propício para terminar o curso com 17,5! Inês admite que talvez a organização consiga explicar como consegue conciliar tudo. Devido aos treinos, nunca teve muito tempo para dedicar ao estudo e aos trabalhos de casa, por isso habituou-se a estudar num tempo limitado: "Tinha mesmo de ser naquele momento, ou então não o fazia".

O desporto foi, aliás, uma grande lição de disciplina, que acabou por incorporar nos estudos. A disciplina e a limitação de tempo ajudaram-na a desenvolver a capacidade de concentração. Admite que, apesar de nunca ter estudado muitas horas seguidas, não tem problemas de concentração se tiver de o fazer. Mas o desporto é também essencial na sua vida. Não só é impossível viver sem ele - foi habituada a competir desde pequena -, como adora treinar em vésperas de exames para "poder pensar noutras coisas".

Agora é no futuro que pensa e a próxima jogada não depende apenas de si. Candidatou-se a uma bolsa de doutoramento na Faculdade de Ciências e Tecnologia, da Universidade Nova de Lisboa, para um projeto em Física e Biomédica e está a aguardar os resultados. Ao mesmo tempo, e porque não é de ficar parada a ver as bolas passarem, Inês está à procura de emprego. Reconhece que sonha com uma carreira académica, mas não esconde que trabalhar no departamento de investigação e desenvolvimento de uma grande empresa, também é algo que a atrai. Neste momento, o futuro está em aberto, mas Inês confia que na vida é tudo uma questão de oportunidades: "Estar no sítio certo, no momento certo".

Fonte:http://expresso.sapo.pt/a-engenheira-que...z27QnTcaGb

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A engenheira que tirava boas notas sem fazer noitadas - progster - 25-09-2012 00:04

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