Julian Assange assegura que EUA têm um controlo total do FaceBook

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Juiz militar vai decidir a 16 de Janeiro se Bradley Manning será julgado

Um traidor que divulgou informações classificadas úteis ao inimigo, ou um jovem homossexual com problemas emocionais que se transformou num herói acidental? As duas visões são irreconciliáveis, mas estiveram expostas durante uma semana nas audiências preliminares sobre o caso Bradley Manning, o soldado norte-americano sobre o qual recaem todas as suspeitas de ter passado centenas de milhares de documentos classificados a Julian Assange, o fundador da organização WikiLeaks.

O tenente-coronel Paul Almanza anunciará, a 16 de Janeiro, se o caso deve prosseguir para tribunal marcial ou não. Manning é suspeito de ter retirado mais de 700 mil documentos sobre as guerras do Iraque e do Afeganistão, bem como comunicações diplomáticas dos EUA, das redes informáticas conjuntas do Pentágono e do Departamento de Estado.

Manning, de 24 anos, enfrenta 22 acusações, que vão desde traição — que pode dar pena capital, embora a acusação tenha garantido que só vai pedir prisão perpétua — até instalação de software ilegal numa rede informática governamental.

A acusação esforçou-se por apresentar provas arrasadoras. Por exemplo, através da análise do conteúdo do computador pessoal de Manning: no disco havia indícios de 10 mil telegramas do Departamento de Estado norte-americano (mas não correspondem com os divulgados pela WikiLeaks, reconheceu o perito informático do Governo no contra-interrogatório da defesa), contactos de Assange na Islândia, um software que permitia fazer download de grande número de ficheiros ao mesmo tempo e registos do que serão conversas online com Assange, sob o pseudónimo “Nathaniel Frank”.

Os militares, no entanto, não saíram destas audições com um bom retrato. Pelos testemunhos ouvidos, percebeu-se que o comportamento dos superiores de Manning no campo Hammer, no Iraque, onde estava colocado quando terá feito download destes ficheiros, não foi correcto.

O soldado pediu ajuda — sentia-se preso no corpo de homem, e criou até um duplo feminino online, Breanna Manning. Escreveu ao seu sargento, expressando a sua confusão de identidade sexual e como isso perturbava a sua vida. Deveria ter sido dispensado, mas o sargento não agiu.

David Coombs, o advogado de Manning, pediu uma redução da pena para 30 anos, e diz que o Governo dos EUA está a acusar de forma exagerada o seu cliente: “O céu não está a cair, o céu não caiu e o céu não vai cair” por causa da divulgação destes documentos.

Fonte:http://www.publico.pt/Mundo/juiz-militar...ro-1526198