24 NOVEMBRO
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24-11-2010, 17:30
Mensagem: #31
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RE: 24 NOVEMBRO | |||
24-11-2010, 21:45
Mensagem: #32
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RE: 24 NOVEMBRO
Hoje saí do trabalho uma hora mais cedo e mesmo assim consegui chegar a casa mais tarde.
Parabéns a todos por esta iniciativa. http://twitter.com/ferreira |
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24-11-2010, 22:19
Mensagem: #33
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RE: 24 NOVEMBRO
(24-11-2010 21:45)Ferreira Escreveu: Hoje saí do trabalho uma hora mais cedo e mesmo assim consegui chegar a casa mais tarde. Eu por acaso, estava à espera de um "fandango" parecido, mas safei-me. Embora não trabalhe em Lisboa, mas sim em Oeiras, como sou utente da IC19 ... Saí mais cedo de casa, por volta das 7:40 para levar a "maria" a uma estação CP diferente, e cheguei ao trabalho por volta das 8:30, tempos normalíssimos, porque como informaram que o comboio daquele lado ainda ia demorar, fui leva-la a outra linha. à tarde, saí cerca das 18:30 e às 19h estava em casa. No que toca à zona do Tagus+IC19 diz respeito, eu até achei um dia bem mais "leve" E o que dizem disto? |
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24-11-2010, 22:47
Mensagem: #34
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RE: 24 NOVEMBRO
E o que dizem disto?
[/quote] digo-vos com toda a franqueza,vamonos revoltar com esta m****da,quando se trata de mexer nos bolsos do zé povo não faz mal todos temos que fazer um esforço, quando é nos bolsos dos boys deles vamos reconsiderar alguns casos,que se f****da este país,eu apelo a todos que nos unamos contra estes palhaços da politica,votemos todos em branco nas próximas eleições. |
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25-11-2010, 00:18
Mensagem: #35
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RE: 24 NOVEMBRO
(24-11-2010 22:19)JPedrosa Escreveu:(24-11-2010 21:45)Ferreira Escreveu: Hoje saí do trabalho uma hora mais cedo e mesmo assim consegui chegar a casa mais tarde. Digo que sim (NÃO!)... afinal, a dita crise Mundial começou na Banca, mas aqui neste lamaçal foi o dinheiro dos contribuintes que se usou para amparar o sistema Bancário... Portanto... depois da perda de direitos, do aumento dos impostos "ás prestações" ou a várias velocidades... da precariedade, do aumento de desemprego, do aumento (dos que ainda trabalham) da cota do trabalho temporário... venha de lá mais um roubo! Acho que é uma iniciativa bem á imagem dos seres rastejantes que pululam no antro a que chamam A.R.! Que continuem... a sacar aos mesmos. Que apertem o garrote cada vez mais! Por isso mentalizo cada vez mais a minha filha para que depois de um curso tirado, e por mais que me custe, mas que vá embora deste lamaçal! Que vá para onde a valorizem, onde lhe paguem bem, lhe facultem boas condições de trabalho e de desenvolvimento, de progressividade! Isto que fique entregue aos seres rastejantes e aos seus seguidores... qualquer dia falamos é Alemão ou Francês... |
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25-11-2010, 00:41
(Esta mensagem foi modificada pela última vez a: 25-11-2010 00:49 por RaCcOn.)
Mensagem: #36
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RE: 24 NOVEMBRO
Bem, prognósticos da greve...
Já saímos da crise?!Os salários afinal já vão aumentar?O IVA vai descer para taxas minimamente admissíveis?Ahhhhrrrrr Nada disso...Como eu disse e parece que esta semana vou ter de jogar no Euromilhões... Esta greve foi uma grande PALHAÇADA!!! Pessoas na rua?Vimos, meia duzia de gatos pingados... Hoje, apesar de estar em trabalho aproveitei para dar umas voltas e tratar de algumas coisas que não tinha tido oportunidade para tratar antes... Andei na rua de forma completamente normal, e nos centros comerciais...bem...parecia um dia de fim de semana... Ver manifestantes na rua?!Pouca coisa... Mudaram alguma coisa?Nada! Basicamente esta greve foi tempo perdido! Como eu costumo a dizer, quando fazemos alguma coisa errada, estamos a errar duas vezes pelo menos...uma a pensar no que vamos fazer e outra a fazer... E se erramos logo no inicio, então quer dizer que vamos errar na totalidade... (24-11-2010 13:56)Lápis Azul Escreveu: Camarada amigo RaCcOn, não te considero fraco e muito menos arrogante, aliás assim fiz questão de o resalvar, apenas assim considerei o comentário! Sim eu percebi que te referias ao comentário em si e eu estava a referir-me ao mesmo também. Sim, concordo com tudo o que dizes sem qualquer margem para duvidas. E efectivamente o exemplo dado pelo Cantona, é mesmo uma realidade... A dias, falava com um economista que já tem uma certa idade e dizia ele... "Se 20% de nós pequenos retirar-mos todo o nosso dinheiro das nossas contas bancárias é mais que suficiente para lhes conseguirmos dar um bom abanão..." Porque raio é que ninguém faz isso!?Epah...façam uma "greve" com isso...aí sim eu iria aderir e acredito e a maioria dos Portugueses o fossem fazer... (24-11-2010 22:47)miukita Escreveu: digo-vos com toda a franqueza,vamonos revoltar com esta m****da,quando se trata de mexer nos bolsos do zé povo não faz mal todos temos que fazer um esforço, quando é nos bolsos dos boys deles vamos reconsiderar alguns casos,que se f****da este país,eu apelo a todos que nos unamos contra estes palhaços da politica,votemos todos em branco nas próximas eleições. Não adianta, infelizmente o nosso povo é demasiado mesquinho para se dar ao trabalho de se revoltar a sério... Podemos estar na miséria mas a realidade é que o que queremos é futebol, novelas e escandalos com gente famosa... Que se lixe o país, o que importa é que o FCP/SLB/Sporting sejam campeões...E se soubermos que a atriz da novela da noite anda a ser comida por 4gajos ao mesmo tempo e ainda se anda a fazer ao gajo do jornal da tarde, então é que não interessa para nada o estado do pais... Economia do país?! Oi?! (25-11-2010 00:18)BladeRunner Escreveu: Por isso mentalizo cada vez mais a minha filha para que depois de um curso tirado, e por mais que me custe, mas que vá embora deste lamaçal! Que vá para onde a valorizem, onde lhe paguem bem, lhe facultem boas condições de trabalho e de desenvolvimento, de progressividade! Isto que fique entregue aos seres rastejantes e aos seus seguidores... qualquer dia falamos é Alemão ou Francês... Blade, Infelizmente a realidade é que lá fora consegues ter melhores condições de trabalho e de vida, mas não penses que emigrar é algo simples e que as pessoas fazem de bom grado... Felizmente não tenho problemas económicos para ter de emigrar, mas se os tivesse claro que não seria mais que ninguém para não aproveitar uma oportunidade longe daqui... Na realidade, quem quiser e tiver atitude aqui consegue safar-se...verdade, não da mesma forma que lá fora...mas o importante ás vezes não é termos muito dinheiro...é sermos felizes... Na realidade é tudo uma questão de atitude e de disciplina para connosco próprios... (Generalizei, e sei que nem sempre é assim...mas se continuarmos a não tentar...nunca mais...) |
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25-11-2010, 01:20
Mensagem: #37
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RE: 24 NOVEMBRO
Prognósticos fazem-se antes...
Depois... epá, vir agora com a "piada" de perguntar o que mudou é deturpar o sentido das coisas! Ninguém está á espera que no próprio dia da greve aconteca alguma mudança... vamos lá falar a sério! Não mudou hoje, nem mudará amanhã... nem ninguém sabe se mudará algo, uma greve é uma batalha, uma etapa de uma guerra! É uma das armas para combater, debater, discutir, reclamar algo! Tenho pena que tu, que até pareces ser uma pessoas/user sério e com personalidade, tenhas entrado por essa via! E o insistir no termo "palhaçada"... enfim... O ir embora daqui... é o lógico e o mais certo de fazer! Sempre disse á minha filha que ela é portuguesa apenas e só porque cá nasceu... é apenas no sentido geográfico, digamos! Exemplos de orgulho nacional dou-lhos de outros países que são exemplos inatos disso! Este país é um lamaçal, entregue á bicharada! É um país que já teve oportunidades suficientes, mais que suficientes, para entrar nos eixos... e nunca entrou! E depois tem o raio da mania, o país refletido no seu povo, que são os melhores do Mundo e arredores! Haja paciência! O "créme de la créme", a elite de pensadores, intelectuais, etc, portugueses não estão cá! Os melhores cirurgiões, cientistas, etc... estão nos USA, UK, Austrália, Japão, estão espalhados pelo Mundo. E fazem eles bem... muito bem! Este lamaçal não os merece! |
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25-11-2010, 01:38
(Esta mensagem foi modificada pela última vez a: 25-11-2010 02:47 por aFriend.)
Mensagem: #38
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RE: 24 NOVEMBRO
A ideia que tenho de greve é que não passou de um dia de feriado.
A greve de hoje é como se o Governo tivesse feito uma tolerância de ponto por causa da cimeira.. Sério.. perdeu o sentido.. mas perdeu mesmo!.. Uma greve à seria é como já foi dito... tipo França! Parar tudo por tempo indeterminado até sermos ouvidos! Não é esta palhaçada que uns até lutam, mas a vasta maioria andava hoje nos Shoppings e a curtir o dia como se fosse mesmo um feriado! .. Por favor... este povo MORALISTA anda mesmo a dormir.. é como diz aquele senhor no video que postei, da entrevista à SIC... vejam até ao fim e oiçam.... tudo o que ele diz é verdade... Apontamos o dedo aos governantes, mas quem os pôs no poleiro fomos "nós"... e este povo é um povo manso... perdeu atitude... é o deixa andar e ficam-se a dormir à espera que apareça alguém, que faça algo!... |
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25-11-2010, 02:27
Mensagem: #39
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RE: 24 NOVEMBRO
(25-11-2010 01:20)BladeRunner Escreveu: Prognósticos fazem-se antes... No que diz respeito a "prognósticos" estava apenas a ser irónico... Claro que as coisas não tem um efeito imediato, eu tenho perfeita consciência disso...mas também tenho perfeita consciência de que esta greve não serviu de nada, uma vez que dos que aderiram a mesma poucos foram os que efectivamente fizeram efectivamente greve... E digo isto com muita pena mesmo... Volto a frisar que quando me refiro a palavra palhaçada para descrever esta greve, refiro-me ao facto do que as pessoas fazem da greve e não a ao acto da greve em sí... Não se trata de uma questão de personalidade, isso todos nós temos, seja ela boa ou má, mas temos...trata-se de uma questão de atitude perante determinadas situações...e infelizmente para mim devido a atitude deste povo manso (como referiu o afriend), sinto-me demasiado desmotivado para entrar numa greve onde existem pessoas que entram apenas por entrar... (25-11-2010 01:20)BladeRunner Escreveu: O ir embora daqui... é o lógico e o mais certo de fazer! Viver fora do pais não é tão simples quanto parece...Nem só pela questão de trabalho, mas sim em vários aspectos relacionados com adaptação por exemplo... Os grandes estão lá é certo, mas não foi lá que se tornaram grandes...em tempos eles também eram pequenos como tu e eu, no entanto foram evoluindo aos bocados e chegaram a uma determinada altura em que já eram tão grandes e ainda tinham muito por crescer que já não cabiam aqui...partiram então para outros locais onde pudessem crescer ainda mais... Eu entendo que aqui não apoiamos o crescimento de determinados indivíduos que efectivamente tem capacidades para fazerem mais e melhor...mas as coisas não são tão lineares quanto poderão querer parecer no que diz respeito a eles irem para fora e tornarem-se grandes... |
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25-11-2010, 16:34
(Esta mensagem foi modificada pela última vez a: 25-11-2010 16:42 por BladeRunner.)
Mensagem: #40
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RE: 24 NOVEMBRO
"Nunca houve tantos licenciados em Portugal. E nunca foi tão difícil para os jovens encontrar emprego. As centrais sindicais dizem que a greve geral também é feita em nome desta geração que se pode perder, entre a precariedade e o apelo da emigração. Num cenário de "défice democrático" no mundo laboral, os melhores são os que arriscam sair do país."
"A taxa de desemprego entre os jovens mais do que duplica o índice geral. Entre os que arranjam emprego, só cerca de um terço escapa à regra dos contratos a termo, recibos verdes e outras formas de precariedade. Um em cada dez licenciados abandona o país. É o retrato de uma geração sem saída. Em tempos de greve geral, não espanta que as centrais sindicais tenham colocado os jovens na primeira linha da luta. Sendo Portugal um país com baixa qualificação académica da sua força de trabalho - e tendo em conta a importância da formação num mundo cada vez mais competitivo -, o número crescente de licenciados a saírem das universidades deveria ser uma boa notícia. Mas não é. No actual cenário de crise, os jovens são os mais prejudicados pela extinção de postos de trabalho e, entre eles, os que investiram na formação académica são exactamente os que se deparam com mais portas fechadas. Elísio Estanque, professor de Economia e investigador do Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra, considera que este discurso das centrais sindicais é "ainda mais apropriado pelo facto de o instinto de sobrevivência e o individualismo criarem junto dos jovens alguma resistência às formas de luta colectiva". Cabe ao sindicalismo encontrar "formas de os sensibilizar e mobilizar". "O individualismo assume-se em situações de desafogo, quando há oportunidades. Em situações de crise, isto muda", diz Elísio Estanque, convicto de que "o individualismo já atingiu o seu ponto de exaustão". "Acho natural que, por desespero ou consciencialização, os jovens comecem a organizar-se de outra forma." Nesse sentido, "a recente invasão pacífica de um call-center pode ser um sinal dos tempos". Formas de luta mais imaginativas conseguem tornear as dificuldades colocadas por um sistema que os impede de "dar a cara de forma explícita". Com contratos a prazo ou a recibos verdes, não é fácil afrontar a entidade patronal, para mais numa altura em que se vive um "défice democrático", na opinião de Elísio Estanque: "Ser sindicalizado é ser criminoso, diabolizam-se os sindicatos de forma excessiva. E a repressão, o controlo e o despotismo acabam por privilegiar os medíocres em detrimento dos mais competentes. A fidelidade é mais importante do que a competência." Os melhores estão a sair? Com poucos (e maus) empregos à sua espera, não espanta que muitos jovens optem por deixar o país. O fluxo da emigração atingiu nesta década valores só comparáveis aos do êxodo dos anos 60 do século passado e os números só baixaram nos últimos dois anos porque a crise também se faz sentir lá fora. Rui Pena Pires, sociólogo e professor do Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa, em Lisboa, fala em 60.000 saídas por ano - eram à volta de 70.000 na década de 1960. Os números são diferentes, no entanto, porque antigamente "quase ninguém regressava no curto prazo e agora a mobilidade é maior". "Ainda não há estatísticas por idade, só daqui a uns seis meses. Mas a emigração concentra-se na população activa jovem... Por dedução, pensamos serem esses os que estão a sair", explica o coordenador do projecto de investigação Atlas das Migrações. Quando chegarem, os números tratarão de confirmar o sentimento geral. "Todos nós conhecemos gente que saiu recentemente de Portugal. Os meus dois filhos, por exemplo, estão fora do país." Mais preparados, em muitos casos até com relacionamentos cultivados em programas de intercâmbio estudantil, os licenciados estão na primeira fila dos que olham para lá das fronteiras. O mercado de trabalho é global. O Banco Mundial calculou que um quinto dos licenciados portugueses vive fora do país e uma afinação dos números aponta para um dado ainda mais significativo: um em cada dez (11 por cento) licenciados tira o "canudo" por cá, antes de emigrar. "Não é um número terrível. No Reino Unido, são 10 por cento os recém-licenciados que emigram. Mas, lá, as entradas de pessoas com qualificações universitárias mais do que compensam este fluxo. Em Portugal, não", analisa Rui Pena Pires. Ou seja, neste momento, Portugal é um exportador de cérebros. Alguns saem porque as suas carreiras (na investigação científica ou em multinacionais, por exemplo) apontam nessa direcção. A maior parte sai porque não tem perspectivas de futuro. "Temos de contar com as gerações que estão a chegar, se queremos que a economia seja competitiva, que as pessoas se sintam seguras, que a democracia floresça", lembra Elísio Estanque. "Mas, pelos indícios que temos, os mais qualificados, os mais competentes, são os mais ousados e os que assumem o risco de ir para fora...""É preciso alargar horizontes" Bruno Cea, 24 anos, licenciado em Negócios Internacionais (Universidade do Minho) Aconteceu a Bruno o que tantas vezes acontece a quem procura uma saída: apareceram-lhe duas. Há cinco meses, entre uma "boa proposta" de estágio numa empresa e a "oportunidade única" de estagiar no Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE), escolheu a segunda. "As oportunidades aparecem; é preciso é estarmos prontos para as agarrar." Terminada a licenciatura, trabalhou num restaurante e foi a Angola, onde percebeu que há "boas oportunidades" mas a prioridade é dada "a jovens quadros angolanos". Regressou a Barcelos e começou a procurar trabalho. "O mercado pede coisas a um recém-licenciado, como "três anos de experiência"..." Agora está em Lisboa e foi "muito bem recebido" no MNE, onde está apostado em "desenvolver competências". Bruno diz que "é preciso alargar horizontes", sejam eles geográficos ("Não podemos confinar-nos ao mercado doméstico") ou intelectuais ("Tudo o que aprendemos faz-nos crescer enquanto pessoas.") A "precariedade, o desemprego, o custo de vida, as propinas elevadas e as práticas em algumas empresas" justificam o descontentamento das pessoas e elas têm o direito de se manifestar. Mas Bruno acha que a greve não é a melhor solução: "O que é importante para os jovens é que se aposte em dar-lhes competências." "Gostava que a greve tivesse efeito" Miguel Paisana, 24 anos, 12.º ano Miguel está a trabalhar na hotelaria. Mas, apesar de este ser o seu "primeiro emprego a sério", não é coisa para durar. "É temporário, uma maneira de ganhar algum dinheiro, até porque esta não é a minha área... O que gostava mesmo era de encontrar alguma coisa na área da saúde." Tal como ele, a maior parte dos seus amigos não consegue fixar-se num emprego estável. "Andam em trabalhos temporários, call-centers, coisas assim. Estão sempre a mudar, anda toda a gente na mesma situação. Sem curso é muito difícil. Mesmo com curso..." Ele não foi para a universidade e até aproveitou para ir experimentando algumas actividades enquanto estudava. Coisas variadas, "mas só de um/dois dias, uma semana", ao serviço de uma empresa de eventos. Ficaram as experiências, mas o que o move realmente é a vontade de encontrar uma oportunidade para poder trabalhar na área da saúde. E também uma pequena esperança de que as coisas mudem: "A minha opinião é que as greves não têm grande impacto. Mas gostava que esta tivesse efeito." "Prefiro sair do que ficar frustrada" Filipa Paciência, 24 anos, licenciada em Biologia (Universidade de Évora) Filipa não é politicamente activa e até se classifica como "descrente": "É do tipo "são todos iguais"... Voto sempre na oposição, para ver se mudo alguma coisa." Mas exerce a sua cidadania sempre que pode. "Já andei a recolher assinaturas para petições, contra as touradas, contra a utilização de peles. Também tenho apoiado coisas pela Internet. Não se pode fazer muito, mas ajuda-se sempre." Desta vez, ela assiste de fora. Em tempos de greve geral, está em Bilbau, onde procura vaga para um estágio de seis meses no âmbito do programa Leonardo da Vinci. "Se estivesse aí, aderia! São acções necessárias, nem que seja para chamar a atenção. É claro que podem dizer: "Falas muito e depois não ajudas o país!" Mas eu prefiro sair do que estar à espera, eternamente a lutar, e a ficar frustrada."Não foi apenas a falta de oportunidades a empurrá-la para fora do país. A possibilidade de melhorar os conhecimentos na língua espanhola, o gosto por viajar e conhecer pessoas diferentes e também o facto de "pagarem mais" pesaram na escolha de Filipa. Fez a mala e partiu. A família já estava mentalizada. "Antes de Bilbau, tinha pensado em Buenos Aires, por isso até ficaram aliviados!" "Se quero ser independente, tenho de emigrar" Rodrigo Gaspar, 24 anos, licenciado em Arquitectura (Universidade Autónoma) Rodrigo vai, em breve, ter uma entrevista de trabalho. Na Suíça. "Numa low-cost não sai assim tão caro... E há soluções para passar a noite sem gastar quase nada." É preciso fazer contas, mas esta pode ser uma oportunidade rara: apesar de estar a cumprir o estágio em Portugal, ele já se convenceu que o futuro deverá passar pela emigração. "Encaro isso como uma necessidade. Estou na fase em que quero ser independente, sair de casa dos pais. Cá é impossível. Emigrar torna isso possível, dá-nos experiência. É preciso ter estofo, mas acho que uma mente aberta ajuda." Para ele, essencial mesmo é terminar o estágio, única forma de ser reconhecido pela Ordem dos Arquitectos. Depois, bom, as notícias não são as melhores: "O sector da construção está a lutar pela sobrevivência e os ateliers de arquitectura estão todos aflitos." Não é só na arquitectura que as coisas estão más. "Consigo fazer uma lista enorme de gente que quer sair. Alguns foram mesmo para fora antes de acabarem o curso. Dos meus amigos, talvez só os advogados se estejam a safar..." E assim chegamos à greve geral: "Gostava de aderir, mas perdia um dia de trabalho... Se a greve for maciça, pode ser que mande uma mensagem aos políticos."" FONTE: http://www.publico.pt/Sociedade/portugal...7864?all=1 |
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