Sendo verdade...
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29-07-2012, 15:16
Mensagem: #1155
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RE: Sendo verdade...
Churchill tinha o 6.º ano
O grupo era de jovens, homens e mulheres de idades variáveis, para os quais a coisa pública não tem dono. As crianças chapinhavam na água, enquanto os pais falavam de mágoas e esperanças: – Foi o regime democrático que se deteriorou, perante a nossa passividade. – A democracia representativa já não representa ninguém. É a reprodução do que as máquinas partidárias constroem e depois veiculam. – A corrupção atravessa transversalmente as várias estruturas do poder… e não acontece nada. Nem nos EUA isto é permitido, todos sabemos o que aconteceu ao Madoff. – Em Portugal, as formas de corrupção atingem uma clareza escandalosa. Contava a arquitecta Helena Roseta, num programa de grande audiência, que nos anos 90, sendo ela bastonária da Ordem dos Arquitectos, o actual ministro Adjunto a chamou, na qualidade de secretário de Estado, para propor à ordem a que ela presidia a gestão de fundos europeus para formação contínua de arquitectos a nível nacional. Ficou muito contente. A única condição veio no final. O trabalho devia ser adjudicado a uma empresa específica, na qual trabalhava o ora primeiro-ministro, dr. Passos Coelho. A bastonária recusou. – O grave, no último caso do Relvas, não é o facto de o homem ter ‘comprado’ um canudo, é o facto de uma entidade que se chama universidade o ter passado, com base numa lei que tinha claramente outros objectivos. – Churchill possuía apenas o sexto ano de escolaridade e foi um dos estadistas que marcaram a história colectiva da Europa, num dos momentos mais graves da nossa vida colectiva no século passado. – O presidente Lula não tem com certeza mais escolaridade formal e conduziu o Brasil, país/continente a sair do estatuto de subdesenvolvimento, para o de potência emergente. – A política é uma causa nobre, que de tão mal frequentada afasta as melhores das nossas cabeças, que emigram ou mergulham em trabalhos de excelência e não querem ouvir falar dela. – O pior, na minha perspectiva, é vermos no discurso do presidente da JSD (um dos viveiros dos futuros dirigentes políticos), o aceitar esta forma de estar e construir a política como perfeitamente normal. – Precisamos dar a volta nisto. – Não me falem na tomada do poder pelos militares. Vivemos em democracia, que se saiba não há chapeladas durante as eleições, temos é de encontrar novas formas de fazer política. – Sim, de fazer. Já ninguém acredita em discursos, tiramos o som à televisão. – Experimentar novas formas de pôr os cidadãos a gerir as suas próprias vidas. Experimentar e avaliar localmente, para propor a gestão global das experiências que tenham provado ser eficazes. – No exercício do poder político só deviam estar homens e mulheres que não precisem desse estatuto para ser gente. Que saibam fazer qualquer coisa na vida diferente do alternar entre o poder e o conselho de administração de qualquer grande empresa, cujos negócios dependem do Estado. As crianças vinham de vez em quando pescar um chocolate da mesa dos crescidos. A inovação estava a passar por ali. A brisa intensa do fim de tarde fazia voar as folhas velhas, e só as novas se mantinham nas árvores. Fonte:http://sol.sapo.pt/inicio/Opiniao/interi...=Opini%E3o Progster |
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