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Sendo verdade...
19-12-2011, 01:53 (Esta mensagem foi modificada pela última vez a: 19-12-2011 01:56 por progster.)
Mensagem: #521
RE: Sendo verdade...
(19-12-2011 01:33)JPedrosa Escreveu:  E então? "já cá estava primeiro ... orienta-te tu, que o lugar é meu" ... é isso?
não conseguem colocação porquê?

Repara uma coisa,
há excedente de professores ... o que queres fazer?
Inventar empregos?

Eu não disse que sou contra a emigração, muito pelo contrário, sou apologista.
É triste para muita gente ter de abandonar o país de origem para ganhar a vida, mas não se pode ficar de braços cruzados...
Eu próprio se surgir a oportunidade, e se a "coisa" não melhorar até lá meto-me a andar. E repito novamente o que disse: Todos nós sabemos que as oportunidades têm de ser agarradas especialmente nos dias de hoje, é um facto...

E muito menos falei em: ..."já cá estava primeiro ... orienta-te tu, que o lugar é meu"..., simplesmente disse que há pessoas que não podem emigrar por diversas variáveis.

(19-12-2011 01:33)JPedrosa Escreveu:  Quantas pessoas, que vão para professor ou para outra área qualquer, têm o cuidado de saber como está o mercado de trabalho?
E os cromos que se formam em Engenharia Aeroespacial? Estão todos a trabalhar no seu ramo?
Fartam-se de estudar, e vão fazer o quê?
A culpa é do estado?

Infelizmente é uma realidade, muita gente tira os cursos sem saberem como está o mercado de trabalho...

(19-12-2011 01:33)JPedrosa Escreveu:  A um primeiro ministro fica bem mentir pelos vistos.
Era preferível dizer que iam inventar mais aulas de apoio e iam tirar da cartola emprego zero para essa profissão?

Palavras tuas...
Simplesmente acho que um PM deveria tentar ser um pouco mais politicamente correcto. Ok, tudo bem nem sempre se consegue ser, mas penso que talvez houvesse outras respostas a dar ao jornalista.

(19-12-2011 01:33)JPedrosa Escreveu:  Claramente as pessoas preferem que lhes mintam.... é mais confortável ...

Preferem? Não sei...
Muito do que por aqui tem sido debatido neste tópico demonstrar se as pessoas preferem ou não que lhes mintam...

Progster
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19-12-2011, 03:52 (Esta mensagem foi modificada pela última vez a: 19-12-2011 04:05 por BladeRunner.)
Mensagem: #522
RE: Sendo verdade...
(19-12-2011 01:07)JPedrosa Escreveu:  Que hipocrisia ...
Desculpem lá mas ... nós somos assumidamente um país de emigrantes.
Somos assumidamente um dos povos da Europa que mais sai do país à procura de melhor.

Que mal tem o que o gajo disse?
Quem não se safa no país, tem duas hipóteses, ou muda de ramo ou muda de sítio.
Não é óbvio para todos?

O que é que queriam?
Deixa-me adivinhar... toda a gente que tira um curso de professor, deveria ocorrer imediatamente da parte do estado o aumento de mais uma vaga para o ensino, para garantir que quem tira esse curso, não tem que competir, não tem que ser melhor que os seus parceiros para arranjar lugar.
É isso?

-----------------------
Este país é para hipócritas
Pedro Passos Coelho disse o óbvio. Questionado sobre se aconselharia os professores excedentários a emigrar, o Primeiro ministro disse algo que qualquer pessoa diria: se não têm colocação no mercado, a alternativa ao desemprego é encontrarem uma profissão noutra área ou procurarem emprego no estrangeiro, nomeadamente nos países lusófonos. Com o decrescimento da taxa de natalidade das últimas décadas, aliado ao aumento do número de licenciados dos cursos via ensino, o mercado de ensino português, quer no público ou privado, ficou com excesso de recursos humanos. O desemprego é infelizmente uma realidade há vários anos nesta área e a situação não irá melhorar. Certamente nunca a curto prazo. Mas as claques que têm vindo a reagir de forma indignada, muitos dos quais nem sequer se deram ao trabalho de lerem o que realmente Pedro Passos Coelho disse, denota que em Portugal há uma série de pessoas que prefere que os políticos mintam. Ou então, como o anterior Primeiro ministro fez tantas vezes, que atirem areia para os olhos das pessoas e façam promessas que nunca serão cumpridas. Como a dos 150 mil empregos. Se Passos Coelho fosse como outros, teria respondido que não, que o governo iria promover um plano para oferecer emprego aos professores não colocados. Que iria aumentar o número de professores nas escolas ou que iria promover a contratação de professores nas escolas privadas. Mas a via de Passos, como nos tem vindo a provar, não é a da hipocrisia nem da fantasia. É a da realidade. Seria mais fácil, politicamente falando, se fosse hipócrita? Talvez. Eu continuo a preferir esta total abertura de espírito para falar verdade do que tentar enganar as pessoas. De vendedores de fórmulas mágicas estou eu farto.

In 31 da Armada
(19-12-2011 00:20)BladeRunner Escreveu:  Quem for "meio entendedor" perceberá...
Este tipo está a fazer o frete a amigos... a um par deles, pelos vistos um casal muito em voga, nos dias de hoje. Ele germânica e ele gaulês...
Nada como mais uma vaga de trabalhadores a baixo preço... portugueses, que até trabalham bem, por pouco salário.
Eles agradecem e este tipo pisca-lhes o olho, como bom aluno...

O homem até teve o cuidado de mencionar, que os portugueses deveriam aproveitar as oportunidades existentes nos países lusófonos ...

É preciso distorcer o discurso para ir buscar o que tu acabaste de dizer.
Ainda por cima, quando nesses países e ao contrário do que dás a entender ... não há falta de professores Wink

Ui... parece que te descobri a "careca"... LOL
Mas para onde achas que a nossa onda de emigração vai? Para os países lusófonos? E se for?
Ou és daqueles que não sabem das ligações PSD e a família do Presidente da Angola? Que tem, por sinal, um défice democrático...
A nossa emigração tem como principal destino a UE... ou andamos a brincar?
O que ele diz... olha, vai ver o vídeo com as suas tiradas... que até está desactualizado, pois ele já mentiu mais vezes desde essa compilação!
Agora o tipo é honesto, queres ver? Mentiu em campanha, mentiu já depois de eleito... é mentiroso!
Agora só porque vem dizer uma verdade já é boa pessoa?
Mas ele veio dizer uma das poucas verdades que deveria não dizer. Ele deveria era arranjar solução interna! Foi eleito para isso... não para vir aconselhar à emigração! Ridículo...
É mesmo de quem, não sabe o que fazer...
E que tal aconselhar os portugueses a fazer poupanças, os que podem, noutra divisa, mais segura... e em outros países? Não interessa? Pois...
É igual...

Excedentes... neste caso, de crise, há em muitas áreas. E depois?
Fica muito bem a um governante, não arranjar soluções e sacudir a "água do capote"... olhem, amanhem-se e façam-se à vida!
Que raio... que mania de se idolatrar os governantes incompetentes e sem ideias. Já no passado, e ainda hoje, se idolatra um déspota como o Pombal... principalmente por dizer e fazer o que qualquer um sabia... enterrem-se os mortos e cuide-se dos vivos... duhh! A sério?

JPedrosa... um secretário de estado falou em emigração... e não se referiu aos professores. Este falou neles... outros, talvez falará de outra classe. Isto é politica deste governo, face à falta de soluções.
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19-12-2011, 10:56
Mensagem: #523
RE: Sendo verdade...
@Blade,
meu caro, esperava mais de ti.

Quanto à careca, está a vista de todos, já vai para 9 anos Tongue

E já agora, não gosto mais do "gajo" do que tu.
Apenas mantenho o espírito aberto e consigo, ou por outra, tento conseguir , avaliar cada situação por si.

Neste caso,
e ao contrário do que seria de esperar de um gajo como tu, simplesmente entraste a "pés juntos" com demagogia, e nada mais. argumentos, perto de zero.

Citar:Agora o tipo é honesto, queres ver? Mentiu em campanha, mentiu já depois de eleito... é mentiroso!
Ele não mentiu nesta situação. Se mentiu noutras? sim, certo, mas não é o que estou a discutir...

Citar:Agora só porque vem dizer uma verdade já é boa pessoa?
"Adonde" vês isso escrito?
Neste assunto penso que deu uma resposta correcta, ponto.

Citar:Excedentes... neste caso, de crise, há em muitas áreas.
Exemplo prático do que disse sobre demagogia.
Não te tomo por aqueles que só sabem correr em volta de mesa a gritar em pânico, mas é o que isto parece.
Sim isto está na m**da, mas dizer que está tudo mal, e que estamos com crise em tudo, não ajuda a resolver um único problema, ou ajuda?
Creio que não estou a inventar muito, se disser que tens antecedentes militares, e até um militar que é tipicamente muito formatado, sabe, que para resolver um problema grande (um guerra por exemplo), tem que se ir vencendo problemas pequenos (as batalhas)...
Dizer simplesmente que tudo está mal, é ruído inútil e não resolve nada.
Alguém, tem que conseguir focar-se em problemas individuais.
E é disso que estamos a falar, estamos a falar do excedente de professores.
Que existe, que é real, que é palpável, e, mais grave que isso, é visível tanto no "público" como no privado", sintoma claro que existe mesmo um excedente sério.

Honestamente, o que preferias que ele dissesse?
Algo da Época Só-cretina?
Algo do género:
"Estamos a apostar na dinamização do ensino, com vista à resolução desses problemas, esperamos em 2015 ter mais 1 milhão de vagas para professores, e pelo caminho ainda vamos construir uma fábrica de baterias da Nissan."
Era isso que querias ouvir?
Talvez algo mais próprio do Socialismo clássico:
"Vamos subsidiar a criação dos postos de trabalho no ensino"
Já te servia?
Isso não é real...
Isso levou ... onde estamos.

E o que farias tu?
Como resolverias este problema?

Para mim, a solução é bastante penosa, e toca num ponto, que isso sim, estava mais à espera que um gajo como tu, discutisse.
Para mim a solução passa por a longo prazo, as vagas do ensino superior estarem indexadas ao estado real do mercado em cada área especifica.
Por exemplo, verifica-se um aumento de dificuldades em os professores obterem emprego ... baixam-se as vagas de forma considerável.
Claro que isto leva anos a conseguir.

Tens outro exemplo, o sector da TI's, à 10 anos, era uma aposta segura, hoje, está muito mais perto da escravidão dos tempos modernos que outra profissão qualquer.
É o "bastião" do trabalho por objectivos. em que projectos têm que estar feitos dê por onde der, e onde vez pessoas na casa dos 30, com ataques cardíacos, stress em níveis absurdos, entre outros problemas.
Hoje, não aconselho um amigo que seja, a ir para essa área, e eu estou cá ....
Pertenço ao grupo dos que bebe 7 ou mais cafés diários, tenho problemas de sono, de cansaço, entre outras coisas ... culpo o estado?
Não, tento resolver o meu problema. Trabalhando, e tentando algo melhor ... talvez fizesse melhor em culpar o estado, que permite que existam profissões onde se rebentam com as pessoas ...

O problema primordial, é que não se formam cidadãos, formam-se chouriços.
Um chouriço, escolhe um curso qualquer, ou porque o melhor amigo também vai, ou porque pedem médias baixas, ou porque "sim".
Um cidadão ... avalia, e escolhe com mais consciência.

Os professores, são vitimas do facilitismo que era seguir a carreira de professor, hoje são muitos, e querem que alguém lhes resolva o problema, por magia. Quantos professores conheces que foram para esse ramo, mesmo mesmo mesmo por convicção ... vá, sê honesto.

Repara, o que mais critico é que os próprios sindicatos falam do estado como quem fala da mama, só sabem dizer "eu chuchei e não saiu leite" ...
Colocam-se como parte do problema e não colaboram na solução.
Estiveram contra a avaliação ... porra não podem ser avaliados.
Não colocam em causa a sua forma de evolução na carreira.
Não colocam cenários, não mostram o que estão dispostos a fazer, só exigem do estado, que possam chuchar ... e saia leite.
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19-12-2011, 12:50
Mensagem: #524
RE: Sendo verdade...
Marcelo critica Passos: "Não pode convidar a emigrar"

O comentador Marcelo Rebelo de Sousa não poupou este domingo à noite o primeiro-ministro por este ter dito que os professores sem trabalho em Portugal devem procurá-lo fora do país. "Passos não pode convidar os portugueses a emigrar", disse Marcelo, classificando as afirmações do primeiro-ministro como "graves".

No seu habitual espaço de comentário no Jornal das 8 da TVI, Marcelo Rebelo de Sousa afirmou: "Atenção que ele [Passos] não é um comentador político, é o primeiro-ministro de Portugal"

"Se ele tem dito que há desemprego, mas o Governo está a tratar com as autoridades brasileiras e angolanas, no sentido de encontrar saída profissional, vocacional e pessoal, isso era bem dito. Agora como ele disse... Eu já disse o mesmo em relação a um secretário de Estado, mas é mais grave dito por um primeiro-ministro", acrescentou.

"Os portugueses querem um primeiro-ministro que lhes diga: 'Eu vou governar de tal maneira que não será preciso emigrar para o estrangeiro'", disse ainda Marcelo.

Fonte:http://www.dn.pt/politica/interior.aspx?...id=2194009

Cá está mais um exemplo daquilo a que me referi quando falei em "politicamente correcto", e quando disse que não me parece bem um PM dizer o que disse.

Progster
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19-12-2011, 12:52
Mensagem: #525
RE: Sendo verdade...
Mas, sabes sequer qual a motivação por trás deste comentário?
Sabes qual foi uma das pessoas que dificultou a liderança do Marcelo?
Meu caro ... nem tudo é branco e preto ... Wink

E eu até gosto de ouvir os comentários desse "rapaz" ...
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19-12-2011, 13:00 (Esta mensagem foi modificada pela última vez a: 19-12-2011 13:01 por progster.)
Mensagem: #526
RE: Sendo verdade...
Claro que nem tudo é branco e preto...
Que fique esclarecido não o estou a defender... é um politico, mas esse "rapaz" percebe mais de politica, e está mais por dentro do "jogo" do que nos os dois algum dia estaremos... Wink

Ou vais dizer que também tem a sua agenda, os seus interesses... Smile
Aliás penso que não é isto que está em causa, mas sim o que o PM disse ou deixou de dizer.

Progster
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19-12-2011, 15:58
Mensagem: #527
RE: Sendo verdade...
Claro que tem agenda, ele e todos.
E é um dos problemas ...

É que poucos dizem o que dizem, por ser sua opinião ou convicção ... mas sim porque se ajusta à agenda.
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19-12-2011, 17:28 (Esta mensagem foi modificada pela última vez a: 19-12-2011 17:29 por BladeRunner.)
Mensagem: #528
RE: Sendo verdade...
(19-12-2011 10:56)JPedrosa Escreveu:  Para mim, a solução é bastante penosa, e toca num ponto, que isso sim, estava mais à espera que um gajo como tu, discutisse.
Para mim a solução passa por a longo prazo, as vagas do ensino superior estarem indexadas ao estado real do mercado em cada área especifica.
Por exemplo, verifica-se um aumento de dificuldades em os professores obterem emprego ... baixam-se as vagas de forma considerável.
Claro que isto leva anos a conseguir.

Tens outro exemplo, o sector da TI's, à 10 anos, era uma aposta segura, hoje, está muito mais perto da escravidão dos tempos modernos que outra profissão qualquer.
É o "bastião" do trabalho por objectivos. em que projectos têm que estar feitos dê por onde der, e onde vez pessoas na casa dos 30, com ataques cardíacos, stress em níveis absurdos, entre outros problemas.
Hoje, não aconselho um amigo que seja, a ir para essa área, e eu estou cá ....
O problema primordial, é que não se formam cidadãos, formam-se chouriços.
Um chouriço, escolhe um curso qualquer, ou porque o melhor amigo também vai, ou porque pedem médias baixas, ou porque "sim".
Um cidadão ... avalia, e escolhe com mais consciência.

Os professores, são vitimas do facilitismo que era seguir a carreira de professor, hoje são muitos, e querem que alguém lhes resolva o problema, por magia. Quantos professores conheces que foram para esse ramo, mesmo mesmo mesmo por convicção ... vá, sê honesto.

Repara, o que mais critico é que os próprios sindicatos falam do estado como quem fala da mama, só sabem dizer "eu chuchei e não saiu leite" ...
Colocam-se como parte do problema e não colaboram na solução.
Estiveram contra a avaliação ... porra não podem ser avaliados.
Não colocam em causa a sua forma de evolução na carreira.
Não colocam cenários, não mostram o que estão dispostos a fazer, só exigem do estado, que possam chuchar ... e saia leite.
Se lesses tudo o que tenho escrito, não dizias o que disseste!
Vai ler o que digo acerca do exemplo nórdico. Está lá tudo. Até a parte da formação de cidadãos!
O mal, meu caro, é que aqui gostam muito de copiar a parte de pagar, tirar, etc. O resto já não gostam...
E repito...não é ao primeiro-ministro nem aos seus secretários que compete dizer ao pessoal para emigrar!
O que lhes compete é dinamizar a economia, entre muitas outras coisas! E não é a mandar pessoal trabalhar lá fora que isso acontece!
Mal do país que apresenta a emigração como solução, aos seus cidadãos!
São opções de pensamento... tu achas bem, eu acho péssimo! Isso é algo quer deve ser do foro pessoal, são opções pessoais, não devem fazer parte da politica de um governo!
O que referiste em relação à formatação... nem o citei! Já provei aqui, no fórum, de várias maneiras, que não o sou, ao contrário de muitos, penso pela minha cabeça... até porque nunca votei, que é a melhor prova! Desde muito cedo que vi a mentira, a desonestidade, o abuso, o jogo de interesses, como principais armas politicas!

Sou mais desta opinião, e sim, é uma opinião:

Passos afirma-se?

Mais do que uma anunciação, este Conselho de Ministros foi uma confissão: o País está a ser esfalfado mas não está a ser mudado. O Governo está perto da desilusão.

A vida do primeiro-ministro deve ser um inferno. É compreensível que a obcecação com o cumprimento das metas da troika consuma todas as energias; que a indefinição na zona euro, a falta de expectativas de crescimento, as ameaças à estabilidade social e os receios de desvio orçamental já em Janeiro roam as unhas do cérebro. Mas isso apenas desculpa o falhanço: o que mudou verdadeiramente no País nos últimos cinco meses? O que, além de mais impostos e menos apoios sociais, iniciou um novo País - um país que não volte a falir depois de ser salvo?

Não é à toa que se diz que um Governo deve esvaziar a cartucheira das medidas impopulares logo no início. Esse início está a gastar-se. E neste início havia uma oportunidade única: a humilhação de termos o país intervencionado exige a sua mudança. A mudança da justiça. A mudança dos poderes locais. Mais concorrência, menos lóbis, um mercado de trabalho diferente. Basta ler os livros de Álvaro Santos Pereira e do próprio Pedro Passos Coelho, está lá quase tudo. Está feito quase nada.

Mesmo na Saúde, o mais independente dos Ministérios: como aceitar a vergonhosa nomeação em catadupa de "boys" sociais-democratas para cargos de chefia? Não há vergonha no PSD? Ou Passos Coelho não manda no seu partido? O país está quebrado mas anda tudo a tratar da vidinha.

O problema dos "boys", das mini-reformas estruturais, do reagrupamento dos lóbis que está a consumar-se, de um sistema político alapado na inércia que o protege é tudo isso ser uma provocação social. O Governo está a desperdiçar a paz social, confrontando-a. É uma asneira monumental fechar o ano com um défice orçamental abaixo de 4,5%, isso será sempre entendido pelos portugueses como uma afronta, pois nada os convencerá que não lhes tiraram meio Natal em vão.

Os portugueses estão a perder o emprego, os empregados estão a perder salário, os desempregados estão a perder subsídio, a única via apontada pelo próprio Governo para fugir à trituradora é fugir do país: emigrar. Desistir. Os sacrifícios não estão a ser repartidos por todos. E aquilo que nos trouxe até esta ruptura está a permanecer. Estamos a remediar esta crise mas não estamos a prevenir a próxima. O mesmo tipo de pessoas está a tomar o mesmo tipo de decisões, o que só pode levar ao mesmo tipo de resultados. Estaremos daqui a 15 anos na mesma?

As reformas estruturais nunca passaram de um chavão. É preciso uma coragem sem limites para fazer a mudança de regime e criar uma sociedade nova em Portugal, mais livre e independente, mais sujeita ao risco mas com mais oportunidades.

Talvez falte espessura intelectual no Governo. Talvez dois dos pilares da troika (finanças públicas e sistema financeiro) estejam a ensombrar o terceiro (as reformas). Mas se tudo isto, esta consumição, esta hiper-tributação, esta vergonha de sermos pedintes, esta pobreza crescente for apenas para manter o que sempre existiu, na política, na economia, na sociedade, então será como prenunciou Lampedusa, é preciso que algo mude para tudo fique na mesma.

Passos Coelho ainda precisa de provar que consegue fazer o que quis prometer. Tem a última chance agora. Porque se tudo isto for para ficar na mesma, então o primeiro-ministro tem razão: o melhor é emigrar.

FONTE: http://www.jornaldenegocios.pt/home.php?...26115&pn=1
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19-12-2011, 22:48
Mensagem: #529
RE: Sendo verdade...
O papel regulador do estado tem sido miserável.
E já que falam em fomentar o emprego...
Numa altura em que o desemprego crescente anda nos 13% atingindo já mais de 700 mil pessoas, e os jovens são afetados numa percentagem superior aos 30%, o que faz o estado?

Tem aconselhado o povo a emigrar mostrando que esta não é terra com futuro.
E para os que ficam, vai mexendo nas leis laborais, reduzindo o tempo e remuneração do subsídio de desemprego, facilitando o despedimento, diminuindo as condições e vínculos laborais e propiciando o aumento do desemprego.

Aqueles que se encontram em pior situação no país – os desempregados – são os mais atingidos pelas leis que o governo está a “lançar” cá para fora. Um governo que está a ser o principal fomentador do desemprego.

Sabendo-se como funciona a lei da oferta e da procura, o estado está a contribuir para a criação de um mar de desempregados e para a redução do valor do trabalho promovendo a exploração laboral.

Um trabalho vergonhoso que irá afundar o país durante muitos mais anos, pois o emprego não se cria do dia para a noite.
Entretanto, o trabalho mal pago, os recibos verdes, o trabalho a prazo de 6 meses e massificação do salário mínimo estão a tomar conta do país.

Esta é a melhor proteção ao emprego e aos desempregados que este governo conseguiu promover?!
É triste, assim como é desconcertante ver todos aqueles que ainda andam a fazer campanha eleitoral pelo governo se recusarem a ver isto... porque não os atinge.

FONTE: http://forum.autohoje.com/off-topic/9104...s-761.html
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20-12-2011, 13:08
Mensagem: #530
RE: Sendo verdade...
Dias de indemnização por despedimentos podem passar a oito

Intenção deve ser anunciada hoje pelo ministro das Finanças, no Parlamento, e faz parte da revisão do memorando de entendimento com a “troika”.O Governo prepara-se para reduzir ainda mais o número de dias de indemnização por despedimento – dos actuais 20 dias para entre oito a 12 dias. A medida deve ser aplicada já a partir do próximo ano.

A notícia é avançada pelo “Diário de Notícias”, segundo o qual o Governo se compromete, para já, com um intervalo na limitação das indemnizações por despedimento, mas, em 2012, vão ser reduzidas para entre oito e 12 dias por ano de trabalho.

A medida vai ser aplicada aos novos contratos, mas pode estender-se aos antigos.

O documento, que faz parte da revisão do memorando de entendimento com a “troika”, vai ser conhecido hoje, quando o ministro das Finanças, Vítor Gaspar, for ao Parlamento.


Vítor Gaspar faz actualização do entendimento com a “troika”
O ministro das Finanças é hoje ouvido pelos deputados da Comissão Eventual de Acompanhamento das Medidas do Programa de Assistência Financeira a Portugal sobre a última actualização do memorando.

A audição de Vítor Gaspar está prevista para as 10h00 e acontece um dia depois de o Fundo Monetário Internacional (FMI) ter aprovado a terceira tranche do programa de assistência financeira, de mais 2.900 milhões de euros.

A Comissão Europeia já tinha autorizado a concessão do montante restante, vindo do Fundo Europeu de Estabilidade Financeira (FEEF), que aprovou, formalmente, as conclusões da missão conjunta do FMI, Comissão Europeia e Banco Central Europeu – “troika” que deu parecer favorável na segunda avaliação do desempenho de Portugal no cumprimento das metas estipuladas pelo programa de assistência.

A comissão parlamentar é liderada pelo ex-ministro da Economia e do Trabalho dos governos de José Sócrates, agora deputado socialista, Vieira da Silva.

Fonte:http://rr.sapo.pt/informacao_detalhe.asp...&did=43416

EEK! Indeminização? O que é isso?...
Qualquer dia ainda se tem é de pagar para poder trabalhar.

Progster
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