Sendo verdade...

[RaCcOn]

(02-03-2012 12:50)Progster Escreveu:  

(02-03-2012 00:53)RaCcOn Escreveu:  Não creio que seja por aí que se tenham de por a pau, até porque são uma minoria para já a fazer isso.

Sim, sem dúvida, mas de grão a grão...

Achas mesmo?Ninguém se une, é melhor ficar em casa a espera que o "vizinho" vá lá reclamar e lixar-se por ter ido sozinho e no final apontar-lhe o dedo a dizer "Vês?!Eu não te disse?"

[progster]

(03-03-2012 01:34)RaCcOn Escreveu:  

(02-03-2012 12:50)Progster Escreveu:  

(02-03-2012 00:53)RaCcOn Escreveu:  Não creio que seja por aí que se tenham de por a pau, até porque são uma minoria para já a fazer isso.

Sim, sem dúvida, mas de grão a grão...

Achas mesmo?Ninguém se une, é melhor ficar em casa a espera que o "vizinho" vá lá reclamar e lixar-se por ter ido sozinho e no final apontar-lhe o dedo a dizer "Vês?!Eu não te disse?"

[progster]

"Medo e fome" entre os emigrantes portugueses em Londres

Numa cidade onde já vivem perto de 200 mil portugueses, a nova vaga de emigrantes enfrenta muitas vezes grandes dificuldades. Há quem se aproveite do calor dos autocarros para se aquecer e há quem tenha de "rapar os pratos" que encontra para se alimentar.

Passam fome, procuram restos de comida, pedem ajuda à polícia e à Igreja, dormem nos autocarros e nos albergues dos sem-abrigo. É o retrato da nova vaga da emigração portuguesa em Londres, onde o aluguer de um quarto chega a custar 500 euros por mês e um simples café 1,40 euros.

Numa cidade onde já vivem perto de 200 mil portugueses, a nova vaga de emigrantes enfrenta muitas vezes grandes dificuldades. Em declarações à Renascença, o padre Pedro Rodrigues, responsável da missão católica portuguesa de Londres, precisa o que se está a passar. "Olham para eles com algum receio, porque vêm tirar os empregos dos que cá estão. Preocupam-se porque não sabem como hão-de responder a isto. Há medo.”

Os novos emigrantes têm pela frente dias difíceis. “Sentem-se enganados quando chegam a esta terra sem uma resposta a nível de alojamento e a nível de emprego”, conta o padre. “Vêm simplesmente à nora. Há uns que vêm bater à porta da polícia, às casas de albergue dos sem-abrigo e depois bater à porta das igrejas. É a hipótese que têm. É tudo para a refeição.”

“Por aquilo que nós ouvimos dizer”, continua o padre Pedro Rodrigues, “há pessoas que se aproveitam do calor que os autocarros aqui têm para pelo menos estar durante algum tempo". "Os novos emigrantes já disseram que iam rapar os pratos que encontravam pelo sítio onde passavam."

“Há fome, sim, as pessoas que vêm com 20 euros para uma cidade que é tão cara é normal que se privem e que vão para um copo de leite, que dá mais energia."

“Já são os novos escravos”
No caso dos novos emigrantes, o padre Pedro Rodrigues não tem dúvidas: a viver nestas condições, é possível falar em “escravatura”. A Igreja procura acompanhar os casos dramáticos.

O padre Pedro Rodrigues explica que se paga cerca de 500 euros, "no mínimo, por um quarto mísero, pequeno, sem casa de banho particular”. “Se vierem mais [emigrantes], é insustentável. Tem de se pensar sempre quase que no dobro. A média geral de um café custa 60,70,80 cêntimos, aqui custa o equivalente a 1,20, 1,40 euros. Se formos a um restaurante, aí temos uma refeição pelos 12 a 17 euros.”

“Se quiserem viver como animais, é capaz de dar. Se é para dizer ‘quero uma vida digna, não quero ser escravo’, é difícil de vir agora e encontrar um emprego de jeito. Já são os novos escravos, não é ‘podem vir a ser’ – são os novos escravos”, conclui o padre Pedro Rodrigues.

Fonte:http://rr.sapo.pt/informacao_detalhe.asp...&did=53424

Sem querer generalizar, aqui está a solução defendida por muitos...

[RaCcOn]

Eu acho que neste tema devo de ser suspeito, feliz ou infelizmente tenho várias histórias de emigração na família os quais passaram por imensas dificuldades até se conseguirem estabelecer.

Falam em as pessoas irem ao engano, e pergunto eu agora...Porquê?
Temos acesso a informações de tudo e mais alguma coisa hoje, porquê ao engano?
Em minutos consegues saber quanto custa um determinado alojamento e até fazer a reserva/pagamento do mesmo sem sair do sitio...enganados porquê?

Antigamente, quando os meus familiares emigraram, tiveram de fugir, pois era proibido sair de Portugal...alguns para fugir a um possível fim de vida trágico na Guerra, outros para fugir as más condições de vida que tinham cá.
Deixaram tudo e mais alguma coisa para trás, sem saber falar outro idioma que não português e sem sequer saberem para onde iam, porque naquela altura não havia a quantidade de informação que há hoje e a que havia podia demorar meses a chegar.

Foram em busca do desconhecido, onde quem ficava, aguardava uma carta apenas a dizer que estava tudo bem...hoje?Telefonas...estejas onde estiveres...

Fala-me este pessoal em enganados?Por amor de Deus...

Hoje, mais do que nunca até aos dias de hoje, é simples emigrar mesmo que tenhas poucos conhecimentos no país de destino.

Para te dar um exemplo, o meu avô, pai do meu pai, andou durante 3 meses perdido sem saber onde estava nem para onde ia...
Alimentava-se de ervas e frutas que apanhava pelo caminho, e bebia água das poças de água onde muitas vezes tinham acabado de passar carroças de cavalos, se não morria de sede.
Para teres ideia, foi parar cerca de 1600km depois do que deveria de ter sido o seu destino e a 3200km da sua terra.

Que me perdoem, mas enganados?Com a facilidade e informação que há hoje em dia só se quiserem...

[JPedrosa]

RaCcOn,
olha que em muito sítio mais interior, o nível de informação e de "desenrascanço" não mudou dramaticamente desde o tempo dos nossos avós ...

Por isso é que ainda se fala de gente que vai em camionetes para fora e nunca mais ninguém lhes mete a vista em cima.

Somos uns privilegiados no acesso à informação, sem dúvida, mas não é para todos, nem perto disso.

[RaCcOn]

sim claro que sim, mas não me querem fazer acreditar que 90% dos emigrantes são do interior pois não?

[JPedrosa]

São os emigrantes mais precários talvez.
Mas a maioria não serão do interior, digo eu, mas não tenho nada que suporte isso, é "ideia".

[RaCcOn]

Posso eu ter uma ideia errada, e espero bem que assim o seja...
Não que torne a situação menos grave, mas torna a mesma mais compreensível.

Julgo que as pessoas deverão ir para fora do país com a ideia de que é a galinha dos ovos de ouro, de que vão e amanha estão já a viver o "American Dream".
Tudo bem que tenhas paises em que tenhas efectivamente melhor qualidade de vida que cá, com relativa facilidade mas não é um sonho tão bonito quanto o querem pintar.
Tanto quem cá está, como quem já lá está e vem cá passar férias uma vez por ano.

Feliz ou infelizmente conheci e conheço imensos casos de pessoas que vivem fora do país, muitos deles no linear da pobreza e que quando vinham cá de férias era tudo do bom e do melhor...
Pergunto eu, para?

[progster]

(07-03-2012 01:48)RaCcOn Escreveu:  Eu acho que neste tema devo de ser suspeito, feliz ou infelizmente tenho várias histórias de emigração na família os quais passaram por imensas dificuldades até se conseguirem estabelecer.

Falam em as pessoas irem ao engano, e pergunto eu agora...Porquê?
Temos acesso a informações de tudo e mais alguma coisa hoje, porquê ao engano?
Em minutos consegues saber quanto custa um determinado alojamento e até fazer a reserva/pagamento do mesmo sem sair do sitio...enganados porquê?

Antigamente, quando os meus familiares emigraram, tiveram de fugir, pois era proibido sair de Portugal...alguns para fugir a um possível fim de vida trágico na Guerra, outros para fugir as más condições de vida que tinham cá.
Deixaram tudo e mais alguma coisa para trás, sem saber falar outro idioma que não português e sem sequer saberem para onde iam, porque naquela altura não havia a quantidade de informação que há hoje e a que havia podia demorar meses a chegar.

Foram em busca do desconhecido, onde quem ficava, aguardava uma carta apenas a dizer que estava tudo bem...hoje?Telefonas...estejas onde estiveres...

Fala-me este pessoal em enganados?Por amor de Deus...

Hoje, mais do que nunca até aos dias de hoje, é simples emigrarmesmo que tenhas poucos conhecimentos no país de destino.

Para te dar um exemplo, o meu avô, pai do meu pai, andou durante 3 meses perdido sem saber onde estava nem para onde ia...
Alimentava-se de ervas e frutas que apanhava pelo caminho, e bebia água das poças de água onde muitas vezes tinham acabado de passar carroças de cavalos, se não morria de sede.
Para teres ideia, foi parar cerca de 1600km depois do que deveria de ter sido o seu destino e a 3200km da sua terra.

Que me perdoem, mas enganados?Com a facilidade e informação que há hoje em dia só se quiserem...

Não é bem assim, uma coisa somos "nós" que temos noção da informação existente, e de uma maneira ou de outra "sabemos" como a procurar, outra coisa são as pessoas que não têm esta noção e não sabem ou não querem saber o que é um computador, além de que uma maioria dos "enganados" são chamados para trabalhar... , e de certeza de que se são mesmo "enganados" não é porque o quiseram.

(07-03-2012 01:59)JPedrosa Escreveu:  RaCcOn,
olha que em muito sítio mais interior, o nível de informação e de "desenrascanço" não mudou dramaticamente desde o tempo dos nossos avós ...

Somos uns privilegiados no acesso à informação, sem dúvida, mas não é para todos, nem perto disso.

Partilho a mesmo opinião, e acrescento que não me parece que seja só no interior que assim seja, nas grandes cidades duvido que toda a gente esteja "bem" informado.

(07-03-2012 11:43)RaCcOn Escreveu:  Posso eu ter uma ideia errada, e espero bem que assim o seja...
Não que torne a situação menos grave, mas torna a mesma mais compreensível.

Julgo que as pessoas deverão ir para fora do país com a ideia de que é a galinha dos ovos de ouro, de que vão e amanha estão já a viver o "American Dream".
Tudo bem que tenhas paises em que tenhas efectivamente melhor qualidade de vida que cá, com relativa facilidade mas não é um sonho tão bonito quanto o querem pintar.
Tanto quem cá está, como quem já lá está e vem cá passar férias uma vez por ano.

Feliz ou infelizmente conheci e conheço imensos casos de pessoas que vivem fora do país, muitos deles no linear da pobreza e que quando vinham cá de férias era tudo do bom e do melhor...
Pergunto eu, para?

Eu acho que estás bem enganado, qualquer pessoa que emigre sabe que se quer ganhar a vida tem que apertar o cinto, e não vão iludidos com o que os espera, apesar de existir sempre a exceção à regra...

[RaCcOn]

Claro que sim, entendo isso mas...
mesmo assim custa-me a acreditar...